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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Contas manhosas

Kruzes Kanhoto, 30.09.13
O novo horário de trabalho da função pública entrou hoje em vigor. Para alguns. Poucos, ao que parece. É que isto de cumprir as leis que vão sendo publicadas é uma coisa que não assiste à maioria, sempre pronta para arranjar um – às vezes mais - estratagema manhoso que dê a volta ao que é determinado. O habitual, portanto.
Diz que agora é preciso ouvir os sindicatos. Mesmo com a lei publicada há mais de um mês e, supostamente, a produzir efeitos. Ora, se assim é, espero que os sindicatos se pronunciem quanto antes. De acordo com a lei, de preferência. Isto para não prejudicar quem ainda tem férias para gozar. Entre os quais me incluo. De que maneira posso ser prejudicado? Fácil. Se tirar dois dias de férias quando trabalho sete horas por dia, tenho catorze horas de férias. Se tirar os mesmo dois dias com o horário das oito horas, então, já gozo dezasseis. Dahhhh!!!

Lágrimas de crocodilo

Kruzes Kanhoto, 29.09.13
Corre um vídeo na Internet onde uma alegada professora aposentada chora as suas desditas no ombro do líder do PS que, lavado em lágrimas, procura reconfortar a senhora. A cidadã que assim se expõe estará, segundo as suas palavras, a passar sérias dificuldades. Por culpa do governo, claro. Terá tido um corte de mil euros na sua pensão e isso, como é bom de ver, causou-lhe um assinalável transtorno. Ao ponto de se prestar a fazer aquela triste figura. Quase tão triste como a de Seguro.
A larguíssima maioria da população terá razões de queixa da actual politica. Uns mais que outros, é certo. Só um idiota não concordará que entre as vitimas preferenciais da camarilha que substituiu a corja anterior no governo, estão os reformados e os funcionários públicos. Há, no entanto, que ter noção do mundo que nos rodeia.
Por mais injusto que seja tudo o que estão a fazer a este conjunto de portugueses o espectáculo protagonizado pela senhora do vídeo e principalmente pelo secretário geral do PS, vai muito para lá do razoável. Ver o rendimento mensal reduzido em mil euros por mês é, de facto, mau. Mas, ainda assim, parece pranto a mais. Nomeadamente por comparação com as centenas de milhar de desempregados sem qualquer tipo de rendimentos ou os reformados com pensões abaixo do limiar de pobreza.
Se a senhora tem razão para estar revoltada? Obviamente que sim. Se era motivo para aquele espectáculo? É evidente que não. Se devia ter dito quanto ficou a receber, para que todos chorássemos com ela? Se calhar sim. Quanto ao outro interveniente, o Seguro, demonstrou mais uma vez que não passa de um demagogo execrável. E é o que de mais simpático me ocorre. 

Hoje tive muitos motivos para reflectir

Kruzes Kanhoto, 28.09.13

Andava eu a reflectir ali pelo Rossio quando dou de trombas com a gravação de uma cena da novela da TVI. Daquela que a acção se passa em Estremoz apesar de ter nome de uma terra da Beira interior.
Por causa disso fiquei com mais um motivo de reflexão. Isto de ser actor, realizador ou exercer outra actividade ligada à produção de filmagens no exterior não é vida fácil. Pelo menos hoje não foi. A complicar a acção estiveram a chuva, frio e o raio de um sino, com os decibéis a um nível de fazer inveja a qualquer avião supersónico, a tocar ali mesmo ao lado a anunciar mais uma das muitas mortes que por cá têm ocorrido nos últimos tempos. O que me proporcionou mais dois motivos para reflectir: Está a morrer demasiada gente num curto período de tempo e os sinos devem estar a debitar mais decibéis do que a lei permite. 

Não há margem para mais cortes?! De certeza?

Kruzes Kanhoto, 28.09.13
Número de eleitores

Número de habitantes


O que ganhou o país com a recente reforma administrativa e a extinção, agregação ou lá o que lhe queiram chamar, de mais de mil freguesias? Nada, provavelmente. Os fluxos financeiros transferidos para estas entidades não são, no imediato, reduzidos e, em muitos casos, os custos de funcionamento sofrerão um agravamento que dificilmente irão compensar os proveitos obtidos com a diminuição destes organismos.
Estremoz tinha catorze freguesias. Tem agora nove. Não será dos exemplos piores. Duas morreram de morte natural – não tinham gente – outra, na cidade, não tinha razão para existir e ninguém dará pela falta dela. Já o mesmo não acontece quanto aos “Ameixiais”. Neste caso todos ficamos a perder. Os habitantes primeiro e os contribuintes depois. Por razões óbvias e facilmente entendíveis para quem conhece esta realidade.
Desconfio que, caso houvesse realmente intenção de promover a poupança, o recenseamento eleitoral seria um “território” capaz de gerar uma economia de meios substancialmente maior. Mas isso sou eu, que não consigo entender como é que um país com menos de dez milhões de habitantes tem quase nove milhões e meio de eleitores. Esta situação pode ser explicada por alguns concelhos conseguirem a extraordinária proeza de ter mais gente a votar do que a morar lá. Algo que no meu fraco entendimento se afigura a um qualquer tipo de falcatrua.
A actualização destes dados conduziria a uma significativa redução do número de eleitos e, por consequência, de lugares de nomeação politica. E, para os que ficavam, a uma importante redução dos vencimentos. É só fazer a conta, como diria o outro. Assim a olho nú era coisa para valer por duas ou três “reformas administrativas”. O que, como é óbvio, não interessa nada a essa malta da politica. No governo ou na oposição. 

Uma cidade sem cães?! Bastava sem donos javardolas.

Kruzes Kanhoto, 26.09.13
Anda por aí uma turba imensa a malhar no autor deste artigo. Não admira. O país está cheio de gente que se acha no direito de incomodar os outros e que estes têm o dever de aturar as suas javardices. Sim, porque a porcaria é deles e não dos seus apêndices. Que é como quem diz dos cães que passeiam ou que soltam deliberadamente para ir cagar nas ruas, parques e jardins por onde todos temos o direito de passear sem pisar merda.
Nada tenho contra os que optaram por viver num canil. É lá com eles. O que não aceito de bom grado é que os que fizeram essa opção prolonguem na rua o seu estilo de vida. Nem, menos ainda, que os poderes públicos nada façam contra esta praga que, para além de nos sair muito cara, devia envergonhar a todos.
Nesta, como noutras situações, sou claramente a favor da repressão. Que é a única forma de fazer cumprir as leis. Isso da sensibilização e outras tangas não passa de coisas de meninos. Umas multazitas aos prevaricadores, taxas municipais mais elevadas e uma fiscalização competente à legalidade dos animais que circulam nas ruas, é o mínimo que se pode exigir aos que desempenham - ou vão desempenhar – cargos públicos. Afinal é para isso que os contribuintes lhes pagam.

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