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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Dividas das autarquias do distrito de Évora

Kruzes Kanhoto, 30.06.13
Nossites dos municípios a divulgação de eventos culturais, festas,espectáculos de toda a ordem ou as actividades em prol da populaçãoem que o respectivo presidente está envolvido, são tudo matériasmerecedoras de especial destaque. Já a informação relativa àmaneira como é aplicado o dinheiro dos munícipes e contribuintes emgeral, é outra conversa. Apesar de ser de publicação obrigatória,a informação disponível é, quase sempre, difícil de descobrir, em muitos casos desactualizada e, não raras vezes, nemsequer é disponibilizada.
Apesardas dificuldades descritas pode constatar-se que os catorze municípiosdo distrito de Évora tinham em 31 de Dezembro de 2011, no seuconjunto, uma divida total – banca e fornecedores – de 193,9milhões de euros. Pode, até, nem parecer muito. A menos que comecemos a pensar em dividir este valor pelos 167.434 habitantes...
Osdados referentes a 2012 não são, por enquanto, conhecidos na suatotalidade. Cinco municípios, apesar de terem as contas apreciadasdesde Abril, não tiveram até hoje tempo para as publicitar norespectivo sitio da Internet. Ou então esconderam-nas tão bem quenão as consigo localizar. Os valores em divida, ao que tudo indica,ainda que se mantenham demasiado elevados, irão ficar abaixo dosapurados em 2011. O que, no seu conjunto, é de louvar.
Dosmunicípios que já divulgaram os resultados o destaque, pelapositiva, para Estremoz, com uma redução da divida em 22,4% e, pelanegativa, para o Alandroal que viu, no espaço de um ano, o valor dadivida subir de 19,6 para 20,2 milhões de euros.

Não suporto piquetes de greve. Seja lá isso o que for.

Kruzes Kanhoto, 28.06.13
Nuncapercebi muito bem a legitimidade – e sublinho legitimidade - de umpiquete de greve. Que é o que chamam a um grupo de gajos - porvezes também há gajas – estrategicamente colocados à entrada deuma fábrica, estaleiro ou seja lá o que for. Nem, sequer, entendo apermissividade e a tolerância com que são tratados por quem temcomo obrigação manter a ordem e assegurar a liberdade de circulaçãodaqueles que, mesmo em dia de greve, pretendem trabalhar.
Temesta malta – a dos tais piquetes – a intenção de intimidaraqueles que escolheram outra opção. Coisa que a mim, mas se calharé algum problema meu, parece muito pouco coincidente com o conceitode democracia e nada respeitadora dos princípios da livre escolha emque assenta a sociedade em que todos – ou, pelo menos, a esmagadoramaioria – pretende viver. Verdade que o pessoal dos piquetes é,também ele, livre de escolher as suas opções. Mas, que é quequerem, faz-meespécie que não optem por aproveitar o dia de grevepara ficar na cama até mais tarde em lugar de ir aborrecer quemapenas quer trabalhar.
Apatética tentativa de evitar a saída de autocarros da carris, quepode ser apreciado num vídeo amplamente divulgado na net, é pordemais evidente que era na caminha que deviam estar os elementos dopiquete de greve. Uns quantos deitaram-se no chão, provavelmentecheios de sono, e necessitaram mesmo da ajuda dos agentes daautoridade para se levantar. Outros perguntavam insistentemente,enquanto a policia os afastava para abrir caminho à passagem dosautocarros, porque é que os estavam a empurrar. Era, digo eu, paranão serem atropelados. Ou então porque não saíram quando osagentes amavelmente lhes solicitaram que evacuassem a área. 

O pantomineiro, afinal, devo ser eu.

Kruzes Kanhoto, 27.06.13
Parece-meter ouvido dizer que existem funcionários públicos em excesso.Seria, ao que me pareceu ouvir, na área administrativa que o númerode empregados do Estado estaria especialmente inflacionado face àsnecessidades da administração e à capacidade desta em suportar oscustos salariais com tão elevada quantidade de gente. Ao que suponhoter ouvido, o governo estará a preparar-se para colocar no olho darua – requalificação, mobilidade, ou lá o que é que agorachamam ao acto de despedir – umas quantas dezenas de milhares defuncionários. De que, como faz questão de salientar, não precisapara assegurar o regular funcionamento dos serviços.
Mastudo isto, presumo, devo ter sido eu a sonhar. Ou então por, a maiorparte dos dias, apenas ouvir as noticias de manhã. Quando estounaquela fase em não tenho a certeza se ainda estou a dormir ou jáestou acordado. Isto porque, depois, ao longo do dia, a realidadeencarrega-se de provar o contrário. Neste caso mostra-me claramenteque ando a ouvir mal, a deturpar as noticias e, quiçá, a pregarpantominices a quem me quer ouvir ou ler. O governo não pretende,afinal, despedir ninguém. Como, igualmente, não existemfuncionários a mais. Bem pelo contrário, precisamos é de maispessoal. Veja-se o caso de um organismo público que, na ausência derecursos próprios, tem recorrer a uma empresa de trabalho temporáriopara dar conta do recado. Ou do serviço.
Situaçõesdesta natureza ocorrem com inusitada frequência nos mais insuspeitosorganismos da administração pública. Contratam-se empresas detrabalho temporário a preços exorbitantes que, por sua vez, pagamuma miséria aos trabalhadores que recrutam. Podia perguntar-me o queé feito da diferença entre o muito que o Estado paga a mais do quepagava antes e o que o novo trabalhador recebe a menos do que aqueleque lá estava. Poder, podia. Mas era uma pergunta desnecessária.

"Cão do presidente da Câmara vai ao cabeleireiro no carro oficial"

Kruzes Kanhoto, 25.06.13

Estouque nem posso. Faltam-me as palavras para formular consideraçõesjocosas, ou mesmo de outra natureza, acerca de uma revelação comoesta. Isto, claro, partindo do principio que a noticia é verdadeira.É que até a mim me custa a acreditar!

A culpa não é de quem não paga. É de quem não compra...Ou a teoria socialista para o crescimento.

Kruzes Kanhoto, 23.06.13
Osecretário geral do partido socialista garantiu aos autarcassocialistas que, logo que chegue ao poder, tratará de revogar a leidos compromissos. Presumo que a audiência tenha exultado. Para osportugueses essa é, ainda que a maioria nem saiba do que se trata,uma péssima noticia.
Alei em causa pretende, no essencial, limitar os gastos dasadministrações públicas obrigando-as a só comprar quando têmdinheiro para pagar nos noventa dias seguintes. A ideia é que ospagamentos em atraso não cresçam e que o Estado passe a cumprir osseus compromissos dentro de um prazo aceitável. E, em determinadascircunstâncias, mesmo os três meses previstos ainda parecemconstituir um espaço de tempo demasiado dilatado.
Oranada disto interessa a quem sempre se habitou a governar gastando oque tem e o que não tem, a comprar hoje e a pagar quando calhar e,em suma, a esturrar dinheiro como se não houvesse amanhã. O que,qualquer parvo sabe, terá sempre como consequência num futuro maisou menos próximo a destruição de emprego e da economia.
Tambémfoi assim que nos habituamos a ser governados. Daí que nospreparemos para trazer de volta ao governo a bandalheira socialista.É disso que gostamos e é apenas assim que sabemos viver. Um dia,quando tivermos mesmo a sério de pagar a conta, alguém o fará emnosso lugar. Achamos nós. 

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