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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Porque raio não vão estes gajos cagar estacas para os países deles?!

Kruzes Kanhoto, 27.07.12

Acho alguma piada àsideias, papagueadas pela comunicação social nacional, de um estrangeiroqualquer que resolveu mandar uns bitaites – cagar umas estacas, como diria aminha avó se fosse viva - acerca dos vencimentos que se praticam na funçãopública. Segundo a cavalgadura em questão, a tabela salarial deverá ser revistade maneira a aproximar o ordenado de quem trabalha para o Estado, daquilo quese pratica no sector privado.
Se, assim à primeiravista, a intenção até pode nem parecer de todo descabida, quando se olha maisde perto, para os pormenores, então percebe-se toda a patetice e, mais do queisso, o desconhecimento do que é hoje a realidade do país. A ideia seriaaumentar o ordenado aos técnicos especializados, que no Estado ganharão,segundo o idiota, menos que no privado, para que estes não tenham a tentação deabandonar a função pública. Aos outros seria reduzido o vencimento porque, nacabeça da besta, auferem mais do que na iniciativa privada e, assim, seriamestimulados a procurar outra vida que não trabalhar para o Estado.
No primeiro grupoestarão, com toda a certeza arquitectos, engenheiros, médicos, economistas,enfermeiros e outros licenciados, mestrados ou doutorados.  No segundo, entre outros, canalizadores,electricistas, carpinteiros, pedreiros e auxiliares de serviços gerais. Parademonstrar o ridículo da proposta não me vou socorrer do exemplo recentedaquela empresa – privada, por sinal – que pretendia recrutar um arquitecto porquinhentos euros ao mês. Nem lembrar que jovens licenciados a ganhar o salário mínimoé coisa que não escasseia. Prefiro antes sugerir que, o fulano da ideia e osmuitos seguidores que abundam por cá, tentem encontrar quem lhes conserte umatorneira, mude uma lâmpada, repare um armário, dê uns retoques na parede ou,até mesmo, lhes esfregue a casa de banho, por quatro euros à hora.

Ainda que mal pergunte

Kruzes Kanhoto, 26.07.12

Para que raio precisa opresidente de uma assembleia municipal de ter um telemóvel de serviço? Para nada,obviamente. As funções de presidente do órgão deliberativo municipal sãomeramente decorativas e, para além de convocar e presidir às reuniões, não fazmais nada de útil à sociedade. O que, como se calcula com relativa facilidade,não parece envolver a necessidade de dar uso a um telefone móvel.
Ora não terá sido isso quepensou um tal Miguel Relvas. A criatura, quando exerceu o cargo de presidenteda assembleia municipal da sua terra, terá tido ao dispor um desses aparelhos eterá feito tantas ou tão poucas chamadas que a conta suportada pelos munícipes ládo sitio ultrapassará os trinta mil euros. Coisa para, em média, durante os dezanos que o homem ocupou o lugar, andar pelo 367 euros por mês. Isto a fazer fénas noticias recentemente divulgadas acerca do assunto.
Tudo terá, queroacreditar, uma explicação plausível. Se é que, por esta altura, já existe. Sejaela qual for, excluo liminarmente a hipótese de as chamadas envolverem assuntosparticulares. Naturalmente coloco fora de questão que um telemóvel de serviço, pagocom o dinheiro dos contribuintes seja usado – por este cavalheiro ou porqualquer outro – para tratar de matéria da sua vida privada. Cruzes canhoto! Euseja careca se tal ideia me passa, sequer de raspão, pela cabeça.
Estou mais inclinado apensar que o homem convocaria as reuniões por telefone e, para poupar no papel,trataria de ler a acta e demais documentação pela mesma via a cada um dosmembros do órgão autárquico a que presidia. O que, bem vistas as coisas, poderáter representado uma poupança assinalável ao município em questão. E, quemsabe, pode ainda render ao figurão em causa uma licenciatura em ciências dacomunicação. Por equivalência. O que se afigura mais do que justo para quem a comunicaçãonão tem qualquer ciência.

Que se lixe a coerência

Kruzes Kanhoto, 25.07.12

Parvus Coelho, tal como ooutro que lá estava antes, gosta de dizer coisas. A sua tendência para produzirmúltiplas declarações peremptórias, acerca de um qualquer assunto, é por demaisconhecida bem como a pluralidade de opiniões convictas que pronuncia acerca domesmo. Trata-se de uma gajo que, frequentemente, assegura como verdade uma coisa e o seu contrário. Neste aspecto coerência não lhe falta. Há que reconhecer.
Será, portanto, nesteâmbito que deverão ser interpretados os seus desabafos acerca dos actoseleitorais que se avizinham. Todos se recordarão daquilo que o homem diziaantes das eleições que o levaram ao poder e o que diz agora relativamente aimpostos, gorduras, subsídios e assuntos correlativos. Daí não ser de estranhareste tipo de discurso. O fulano está a adoptar a mesma estratégia para as autárquicasque, no futebol, o clube do Porto utiliza em relação à taça da Liga. Ou seja,fingir que não lhe dá importância nenhuma para melhor engolir a derrota.
Por falar em eleições –lembrei-me agora, mas não vem nada a propósito – parece que as senhas depresença atribuídas aos membros das mesas eleitorais irão sofrer uma reduçãosignificativa ou, até mesmo, desaparecer. Caso volte a ser de borla e osmembros escolhidos entre os eleitores, tal como acontecia há poucos anos atrás,sempre quero ver se os candidatos à prestação deste serviço de carácter cívico continuama ser às centenas. Provavelmente nunca mais iremos ver nas mesas de voto os garganeirosdo costume.

Amiguinhos mas só até certo ponto

Kruzes Kanhoto, 23.07.12

A pretensa protecção edireitos dos animais estão, cada vez mais, na moda. Tenho aguardado, por isso,com alguma expectativa que as associações de defesa dos animais mobilizem osseus associados, apoiantes ou todos os que fazem questão de exibir publicamentea sua infindável estima pela bicharada, para uma iniciativa em grande estiloque chame, ainda mais a atenção da opinião pública para a sua causa. Assim dotipo estabelecer um dia nacional de limpeza da merda de cão que polui as nossasvilas e cidades. Podiam, também, aproveitar a ocasião para sensibilizar osdonos dos animais a recolher os dejectos que os seus canitos vão largando. Eracoisa que, não sei onde é que fui buscar esta ideia, talvez contribuísse paradar um pouco de credibilidade a esta gente.
Desconfio – para nãogarantir que tenho a certeza – que tal iniciativa estará foras das cogitaçõesde todos os que se reclamam apaixonados pelos animais e se manifestamintransigentes defensores dos seus direitos. Podem ser, tadinhos, muitosensíveis ao bem-estar dos seus bichinhos mas isso não os impede de ser porcos.Javardos, vá.

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