Emparedados
Kruzes Kanhoto, 29.04.12
A nada ser feito – e nem desconfio o que se possa fazer – acredito,tanto quanto lamento, num futuro não muito longínquo este será um cenário quese generalizará nas cidades, vilas e aldeias do interior do país. Adesertificação é uma realidade há dezenas de anos mas, no estado a que chegámos,tende a agudizar-se e a ganhar contornos que a todos devia preocupar. Devia,mas, infelizmente, não é isso que parece estar a acontecer. Não se preocupam osque cá – no interior – estão, nem, ainda menos, os que não estão.
Talvez, digo eu que gosto muito de dizer coisas, emparedar os prédiosdevolutos e em ruínas não seja a melhor solução. Isto porque há crâniosiluminados que defendem a tributação agravada dos imóveis que se encontremnesta situação. Perante tão inteligente ideia acredito que será preferível doaras casas às Câmaras das respectivas terras. Depois, quando estas não receberamnada de IMI e já não tiverem dinheiro nem para se endividarem, queixem-se dosataques ao poder local. Democrático, dizem eles. Pode é já não haver eleitorespara os ouvir.