Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Gente que não tem ementa

Kruzes Kanhoto, 23.05.11
Recrutados na região da grande Lisboa, paquistaneses – ou indianos, não interessa nada – e africanos de diversas nacionalidades, vieram até Évora apoiar o grande líder. Juntaram-se às velhinhas de bigode da região que, mobilizadas pela estrutura local do partido que se propõe defender Portugal sabe-lá do quê, manifestavam o seu contentamento por verem de perto tão bem parecida criatura. E pela excelência dos morfes a que tiveram direito, também. Principalmente por isso, porque, garantia outra velhota do alto da sua sabedoria, quem vê caras não vê corações. 
A tão multicultural comício faltou apenas a comunidade muçulmana. Dizem os maldicentes - os tais que apenas sabem dizer mal de tudo e estão sempre a atacar o PS, que é como quem diz Portugal - que não vieram por causa do lanche. Com a pressa, a organização não terá tido tempo de encontrar um menu alternativo às sandes de fiambre. O que terá inviabilizado a presença de uma significativa legião de seguidores do profeta. Do verdadeiro, claro. Consta que, colocados perante uma ementa atentatória das suas crenças, terão apenas enviado os camelos...

Isto sim é que eram PEC's, pá!

Kruzes Kanhoto, 22.05.11
[Error: Irreparable invalid markup ('<le="font-size:>') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]

<div style="color: blue; text-align: justify;"><div style="color: black;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">O Primeiro PEC, à boa maneira Guterrista, era assim:</span></le="font-size:></div><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">1: Limitar o crescimento da despesa corrente primária a quatro por cento por ano;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">2: Reduzir drasticamente e de imediato a admissão de novos funcionários;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">3: Utilizar a bolsa de emprego para flexibilizar a gestão de recursos humanos;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">4: Não efectuar novas reestruturações de carreiras até final de 2003;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">5: Moderar os aumentos salariais;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">6: Permitir um endividamento controlado da Administração Local;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">7: Acompanhar a criação de empresas municipais;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">8: Aprovar uma lei de Estabilidade Orçamental;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">9: Eliminar uma incorporação do segundo semestre de 2001 no SMO e reapreciar as incorporações de 2002;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">10: Reformar a gestão do serviço nacional de saúde (SNS);</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">11: Racionalizar a despesa do SNS e combater o desperdício;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">12: Reforçar o controlo da despesa na ADSE e nos outros subsistemas de saúde;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">13: Gerir conjuntamente os serviços sociais;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">14: Regulamentar no prazo de um ano a convergência gradual do regime da Caixa Geral de Aposentações para o da Segurança Social;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">15: Concretizar um programa de extinção de serviços públicos;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">16: Não permitir a criação de novos serviços;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">17: Reapreciar sistematicamente e racionalizar os quadros de pessoal;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">18: Reapreciar até final de 2001 grandes projectos de investimento em processo de decisão;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">19: Melhorar o acompanhamento dos grandes projectos de investimento público e as parcerias público-privado;</span></le="font-size:><br /><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;"></span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">20: Avaliar e acautelar os custos correntes dos projectos de investimento;</span></le="font-size:><br /><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;"></span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">21: Reestruturar e redimensionar o sector empresarial do Estado;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">22: Reavaliar o preço dos bens e serviços públicos, sem prejuízo das opções de política social;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">23: Cortar as dotações congeladas ao abrigo da lei nº 30/C/2000;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">24: Reduzir as horas extraordinárias;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">25: Rever os contratos de avença e tarefa;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">26: Congelar até final de 2002 as aquisições de edifícios;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">27: Congelar até o final de 2002 as aquisições de material de transporte;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">28: Reduzir o dispêndio dos serviços em viaturas;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">29: Reduzir a despesa com deslocações;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">30: Gerir eficientemente os meios financeiros do Estado absorvendo saldos de gerência excessivos;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">31: Controlar a despesa com bonificações;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">32:Reapreciar os suplementos remuneratórios e eliminar os casos em que deixaram de ter justificação;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">33: Extinguir estruturas temporárias;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">34: Regulamentar os serviços mínimos;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">35: Elaborar um orçamento plurianual;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">36: Elaborar o orçamento do Estado em duas fases;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">37: Criar em cada ministério um responsável pelas contas;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">38: Reduzir o grau de rigidez do OE e a assunção de encargos deficientemente avaliados;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">39: Reforçar a disciplina na assunção de encargos plurianuais;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">40: Limitar no tempo os subsídios, benefícios e apoios desta natureza;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">41: Adoptar um método de orçamentação que permita avaliar o desempenho dos serviços;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">42: Dinamizar a unidade de tesouraria do Estado;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">43: Melhorar a gestão do património do Estado a acelerar a elaboração do cadastro patrimonial;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">44: Aplicar o regime de administração financeira do Estado a toda a administração pública até final de 2002;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">45: Obrigar à adopção do POCP a toda a Administração Pública até final de 2002;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">46: Avaliar a despesa pública e melhorar a eficácia do controlo interno.</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">47: Realizar auditorias externas aos serviços;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">48: Promover a certificação de contas;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">49: Definir um novo regime de responsabilidade por ilícitos financeiros;</span></le="font-size:></div><div style="color: blue; text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;">50: Contratualizar a autonomia de gestão dos serviços públicos".</span></le="font-size:></div><div style="text-align: justify;"><le="font-size: small;=""><span style="font-style: normal;"> </span></le="font-size:></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">Em2001 já era mais que visível o desiquilíbrio das contas públicas.Daí que o governo de António Guterres tenha sido colocado nacontingência de elaborar um plano de combate ao défice, uma espéciede PEC em versão light, que incluía cinquenta medidas que visavamcombater o descalabro que então se começava a vislumbrar. Onze anosdepois, nove dos quais com governos socialistas, constitui uminteressante desafio tentar perceber quantas destas intenções,chamemos-lhe assim, foram concretizadas. </span></span></span></span></i></div><i><span style="color: black;"><span style="font-family: Calibri,sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">Presumoque o triunvirato de credores tenha feito o mesmo exercício. Terão,acredito, sido avisados que um dos ministros da época era JoséSócrates. O que, naturalmente, não os deixou descansados. Nem ocaso é para menos. Porque quem não implementou aquele rol de ideiasvagas não terá, com toda a certeza, intenção nenhuma de aplicaras medidas durissimas e dramáticas com que se comprometeu. O que até nem seria mau, se ele não nos quisesse convencer que as medidas são leves e, com boa vontade, até podem ser consideradas excelentes.</span></span></span></span></i></div>

Garnisé cantante

Kruzes Kanhoto, 21.05.11
No rescaldo do debate de ontem entre José Sócrates e Passos Coelho, Miguel Sousa Tavares, conhecido especialista em analisar tudo e mais alguma coisa, referindo-se às despesas com a saúde, afirmava peremptoriamente que o país não tem dinheiro para levar os doentes que moram na província a consultas ou tratamentos em Lisboa. Concluiu de seguida que deviam ser os familiares, vizinhos ou amigos – esqueceu-se de mencionar os parentes afastados – a tratar do caso. Até, reforçou, pelos deveres de solidariedade que todos devemos praticar. Não sei se o fulano ainda possui um monte no Alentejo. Se assim for esta posição constituirá uma boa noticia para os vizinhos que, em caso de se sentirem enrascados, já sabem a quem recorrer numa próxima ida médico. 
É por demais óbvio que o país não terá dinheiro para tudo. Era, até, quase capaz de assegurar que não tem graveto para nada. Não pode, no entanto e ao contrário do que afirma MST, cortar na assistência médica a quem dela precisa. Seja rico ou pobre, velho ou novo, resida em Lisboa ou em Estremoz. Se, como também é compreensível, não pode existir um hospital com todas as especialidades em cada aldeia, não parece também difícil de entender que o Estado tem de assegurar os recursos necessários para levar os cidadãos até onde existem os meios para os tratar. É, aliás, o que faz com bandidos a quem os juízes aplicam penas de prisão para ser cumprida ao fim de semana. Não existindo uma cadeia em cada terra, o Estado – o mesmo que não tem dinheiro para transportar doentes – coloca um taxi à porta de casa do meliante para o levar à choça no Sábado de manhã e outro, à saída da choldra no domingo á noite, para o trazer de regresso ao aconchego do lar. 
MST não reconhece aos cidadãos que residem longe dos grandes centros urbanos os mesmos direitos que assistem aos que lá moram. Apesar de pagarmos os mesmos impostos e cumprirmos deveres iguais. Evocar falta de recursos, quando se trata de saúde, é uma argumentação tão desprezível quanto quem a usa. A solução terá de passar antes pela melhor distribuição dos meios disponíveis e pela moralização das isenções. Quer das pessoas quer dos actos médicos. Porque não lembra a ninguém – excepto a alguns tresloucados – que se façam abortos à borla, se distribuam gratuitamente produtos alternativos à droga, que se isentem de taxas todos os indivíduos de uma determinada etnia, independentemente de serem ricos ou pobres, ou que – ao que se diz e por vezes escreve - se façam intervenções cirúrgicas que apenas servem para satisfazer a vaidade do paciente ou ajudar a carreira do médico. Tudo isto enquanto – alegam - não há dinheiro para transportar alguém realmente doente.

Cartazes

Kruzes Kanhoto, 20.05.11
Este cartaz anuncia uma qualquer espécie de evento que, um destes dias, se vai realizar por cá. Não sei ao certo o que é, nem, em boa verdade – e em má também – me interessa. O que acho interessante é que se vão realizando iniciativas deste género. E de outros. Pena que não sejam mais frequentes. Mesmo que alguns as desvalorizem, são importantes como factor de dinamização. Nomeadamente a nível económico. Um acontecimento destes, para além de constituir um pólo de atracção para trazer pessoas à cidade, mexe com diversos sectores da economia local. Desde o gajo que vai vender as cervejas até à gráfica que imprimiu os cartazes. A menos que, coisa em que não acredito, alguém ofereça a cerveja.

Um dia destes estamos fundidos

Kruzes Kanhoto, 19.05.11
Apraz-me constatar que há mais quem pense como eu quanto à forma como deve ser reorganizado o quadro autárquico do país. Se, coisa em que não acredito, essa parte do programa de governo que nos foi mandado cumprir chegar a ser executada. Propunha alguém, ligado ao Partido Socialista e responsável por uma entidade oficial responsável pela gestão territorial, que o caminho a seguir seria o da fusão de municípios, e dava como exemplo o caso de Gaia e Porto que deviam, na sua opinião, constituir apenas um concelho. Já quanto ao interior era de opinião que, a nível concelhio, seria de manter a actual estrutura pois, em seu entender, fundir ou extinguir municípios conduzirá a uma ainda mais acentuada desertificação. 
Esta posição coincide exactamente com aquilo que venho escrevendo há anos e, não é para me gabar, mas a única que fará algum sentido. Não sendo totalmente ingénuo sei que tal ideia é absolutamente irrealista e, se extinguir Barrancos ou Monforte ia ser uma chatice, fazer fusões como a proposta seria a “guerra civil”. Temo, por isso, que se por um extraordinário acaso a medida da troika se concretizar e o futuro governo seja mesmo obrigado a mexer na divisão administrativa vigente, a opção recaia, por exemplo, em juntar num só os concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa. Tinha, concordarão, a sua piada. Negra, estarão igualmente de acordo.