O frio como oportunidade de negócio
Kruzes Kanhoto, 03.04.11
As causas fracturantes, tão do agrado de uma certa esquerda, começam a escassear. Em França, terra de onde – como se sabe – vêm os bebés, na falta de melhor os ambientalistas resolveram declarar guerra às esplanadas de inverno. Daquelas que são fechadas com material plástico e aquecidas com aquecedores a gás. Ora, sob o pretexto da necessidade de reduzir o consumo de energias fósseis e de um alegado mau aspecto que o plástico dá à cidade, a Assembleia Municipal de Paris decidiu proibir a existência destes espaços, naquelas condições, na capital francesa. Para os que insistirem, mesmo assim, em pleno inverno abancar numa esplanada, os defensores da ideia sugeriram que fossem distribuídos cobertores. Proposta que, vá lá que alguém teve bom senso, não foi aprovada.
Se a visão de uma esplanada repleta de gente embrulhada em mantas não agrada, o mesmo não diria se, em vez disso, se tratassem de agasalhos típicos da região. Por exemplo ia achar genial se nestas duas esplanadas cá da cidade, durante os meses mais frios, fossem cedidos capotes alentejanos aos seus frequentadores. Para além do conforto dos clientes seria uma forma interessante de promover um produto regional e, quem sabe, por esta via recuperar a produção desta vestimenta outrora tão em moda.