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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Poupar?! O que é isso?

Kruzes Kanhoto, 29.04.11
Os conselhos quanto à necessidade de poupar e as sugestões acerca da melhor maneira de o fazer têm-se sucedido nas últimas semanas. A comunicação social, falada e escrita, não tem poupado esforços para nos mostrar onde podemos deixar de gastar uns trocos que, todos somados, representam no final do mês uma maquia considerável. Sem, com isso, afectarmos de forma significativa a nossa qualidade de vida. Como fazem questão de assinalar. 
Apesar de louvável e de revelar um interessante sentido de serviço público, não me parece que obtenha resultados significativos. Pelo menos por enquanto. Os portugueses (já) não sabem conjugar o verbo poupar na primeira pessoa do singular e, após vinte cinco anos de consumismo desenfreado, não acreditam na necessidade de o fazer. Por alguma espécie de alucinação colectiva continuamos a acreditar que o dinheiro nasce das pedras e que basta pontapear meia-dúzia para, de imediato, os euros desatarem a saltar para as nossas carteiras. 
Face a este comportamento, temo que casos como o da vizinha Filomena - a ser verdade que a senhora faz o que os jornais escrevem - se multipliquem por mais que muitos. De resto o prevaricador deve ser a única espécie que não estando em extinção – pelo contrário, existem cada vez mais – é generosamente protegida por lei. Se este estado de coisas não fôr radicalmente alterado podemos estar perante um perigoso congregar de sinergias entre a fome e vontade de comer. O que pode resultar numa grande merda.

A excepção à regra

Kruzes Kanhoto, 29.04.11
Vou hoje quebrar uma regra deste espaço. Aliás todas as regras tem uma excepção e chegou a altura de, também por aqui, confirmar a sapiência popular. A regra tem sido, desde o inicio, criar apenas ligações para blogues que tenham um link para o Kruzes Kanhoto. Mas perante este blogue que acabo de descobrir não resisti. O MÁ DESPESA PÚBLICA é ainda um recém chegado à blogosfera mas que promete. Pelo menos matéria prima não lhe falta. A partir de hoje fica disponível na barra lateral para todos os que gostam de saber onde o nosso dinheiro é malbaratado.

Metam o estado social no cú grandes filhos da puta!

Kruzes Kanhoto, 27.04.11
Estou emocionado. Comovido, mesmo. A defesa do Estado Social – hesito quanto ao uso de maiúsculas mas o meu lado inocente acaba por levar a melhor – deixa-me assim. A protecção dos mais pobres é coisa que mexe comigo. Daí até já ter esquecido que, a bem de quem realmente precisa, deixei de receber abono de família. Ou que, quando insisto em adoecer, tenho de pagar oito euros e quarenta cêntimos por uma consulta no Centro de Saúde cá do sitio. É bem feita. Ninguém me manda ser um alarve dum ricaço,  com filhos, que adoece de vez em quando.
Isso do Estado Social é para os pobrezinhos. Coitadinhos. Como aquele comerciante, com várias lojas espalhadas pela cidade, possuidor de automóveis de gama alta e que - eu vi numa ocasião- deposita uma enorme quantidade de notas em instituições bancárias. Muito justamente receberá abono de família e tem consulta grátis no serviço nacional de saúde. O que é bom. Principalmente para mim que não tive de esperar que o funcionário lhe fizesse o troco. 
Estou inequivocamente rendido às maravilhas do estado social. Ou socialista, sei lá. Após mais um ou outro ajustamento, que certamente não tardarão, desconfio que sou gajo para entrar em êxtase com tão elevado nível de justiça social. Quem sabe se me retirarem mais três ou quatro privilégios – o que para mim não é nada porque os que tenho são incontáveis, para além de escandalosos e injustificáveis - possa contribuir com mais alguma coisinha que melhore ainda mais a qualidade de vida de comerciantes como aquele. Isso é que era!

O cuecão

Kruzes Kanhoto, 26.04.11
Há quem não esconda a sua indignação perante o velho e popular hábito de estender roupa à janela, na varanda ou em qualquer outro lugar ao alcance da vista de quem circula na via pública. A mim não é coisa que me choque, incomode ou pareça especialmente mal, quando tal acontece na sequência da barrela periódica Há, sem dúvida, coisas piores. Como, por exemplo, deixar o cuecão exposto ao olhar de quem passa. E sublinho cuecão. Trata-se, convenhamos, de uma visão desagradável. Principalmente pelas dimensões da coisa. Mete respeito.

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