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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Espionagem blogosferica

Kruzes Kanhoto, 30.11.10
Consta, mas se calhar é só mais um mito urbano, que haverá pessoas mandatadas para analisar diariamente a blogosfera a fim de recolher dados a respeito de quem critica o governo. Serviço que, muito naturalmente,  estará a ser devidamente remunerado. A acontecer não me parece mal de todo. Será uma maneira de manter entretida uma certa gente, com pouca habilidade para fazer coisas úteis mas muita vontade de lamber coisas. Sapatos, nomeadamente. Ou até, quem sabe, botinhas de lã. Mesmo que estas, apesar do aspecto ternurento que possam evidenciar, vão deixando um ou outro borboto. 
Não sei se essas pessoas verificam o que vou escrevendo aqui pelo Kruzes nem se recolhem informações sobre o autor. Eu, no caso. Desconfio que não. Mas se estiver enganado e este sitio for visitado por quem alegadamente estará incumbido de transmitir as informações ao chefe, peço-lhes, encarecidamente, um favor. Já que se dão ao trabalho de ler as alarvidades que vou postando, sejam fofinhos e cliquem nos anúncios, inscrevam-se nos sites e comprem as coisas que publicito. Estarão, dessa maneira, a contribuir para que empresas nacionais vendam os seus produtos e a ajudar o nosso querido líder a não se sentir tão sozinho na árdua tarefa de puxar pelo país. Vão ver ele ainda vai agradecer. E eu também. Para além que, se fizerem isso, prometo não contar nada àquele linguarudo da wikileaks.

As aventesmas do costume

Kruzes Kanhoto, 29.11.10
O rigor informativo não é propriamente o forte da maioria dos nossos orgãos de comunicação social. Durante o fim de semana a maioria deles colocou particular ênfase no facto de o primeiro prémio do euromilhões ter saído a um grupo de apostadores madeirenses, entre os quais se incluirão algumas pessoas carenciadas. Ao que foi revelado, o custo semanal da aposta seria de dezoito euro por apostador. O que, a ser verdade, representará um encargo mensal de setenta e dois euros. Convenhamos que para carenciado é uma quantia considerável. 
Fico satisfeito por mais alguns portugueses se verem livres das leis sócretinas. Embora, como é natural, ficasse muitíssimo mais se o libertado fosse eu e todos os restantes vinte e oito sócios que comigo partilham a esperança de um dia nos tocar em sorte algo do género. Todavia acho completamente descabida essa necessidade informativa, talvez para romancear a coisa, de salientar a pretensa carência económica dos felizes contemplados. 
Pior só facto de agora haver já quem sugira que a vencedora é a dona da tabacaria. A senhora, como promotora da sociedade em causa apesar de não a integrar, é quem está na posse dos originais dos boletins. Pelo que, perante a Santa Casa da Misericórdia, é a legitima vencedora. Houve mesmo orgãos de informação que solicitaram a opinião de juristas e especialistas diversos acerca da matéria. Repugnante, quanto a mim, suscitar dúvidas quanto à titularidade do prémio. Quererão, provavelmente, os mentores destas questões provocar guerras e desavenças onde não há qualquer motivo para isso. Espero que toda a gente saiba manter a cabeça no lugar e aplicar o dinheiro que a sorte lhes atribuiu com ponderação e bom-senso. De preferência longe de jornalistas que apenas pretendem fabricar noticias. Alegadamente, claro.

Eco-deputados

Kruzes Kanhoto, 28.11.10
O actual PS não pára de surpreender os portugueses com medidas verdadeiramente importantes. Na ausência de novas causas fracturantes os deputados – ou quem manda naquela malta – do partido que ainda ocupa o poleiro, entretêm-se a propor coisas que realmente importam ao país e que podem contribuir decisivamente para o fim do triste ciclo que actualmente se vive. Infelizmente nenhuma delas inclui o suicídio colectivo daquela trupe mas, ainda assim, são propostas louváveis. Ou de se lhe tirar o chapéu, vá. 
Ao que se sabe o grupo parlamentar do actual Partido Socialista - não confundir com outro partido, que por acaso tem o mesmo nome e a quem os portugueses muito devem – pretende, de ora em diante, obrigar os supermercados a conceder um desconto de cinco cêntimos, por cada cinco euros de compras, a quem prescindir dos habituais sacos de plástico para acondicionar as ditas. Livres da obrigação de dar o descontinho ficarão os agentes económicos que decidam cobrar um valor, admite-se que simbólico, a quem insistir em levar o saquito. Gosto particularmente desta medida. Há que acabar com o plástico, essa invenção capitalista. Pena não aproveitar a ocasião para regulamentar o modo de transporte e acondicionamento dos diversos tipos de bens entre a loja e o domicilio do comprador. 
O mesmo grupo para lamentar apresentou também uma proposta que visa acabar com a água engarrafada no parlamento e, por consequência, fazer com que os deputados passem apenas a beber água da torneira. Por mim estou quase de acordo. Apenas coloco um senão. Acharia melhor ainda se a proposta incluísse a recuperação da profissão de aguadeiro. Embora modesto, seria um contributo para a criação de postos de trabalho. Daqueles a sério em que se trabalha e tudo. Ah! E antes que me esqueça, aproveito desde já para me demarcar de qualquer proposta tendente a organizar excursões com o propósito de ir mijar para a água da barragem de Castelo de Bode.

Volta Sandokan, estás perdoado.

Kruzes Kanhoto, 27.11.10
Faltam-me as palavras para definir o civismo dos meus conterrâneos quando conduzem um automóvel. Ou quando o estacionam. Este cenário constitui uma moda recente e que resulta, no essencial, de dois factores. A abertura de alguns estabelecimentos comerciais nesta zona do Rossio e o facto de o Sandokan já não chefiar o posto da Policia de Segurança Pública. Podia também mencionar uma terceira circunstância e que tem a ver com a necessidade tuga de levar o carrinho até à miníma distância possível do local de destino. Mas isso até se compreende. Há que poupar as energias para a caminhada do lusco-fusco.

Vigaristas sem classe

Kruzes Kanhoto, 26.11.10
Costumo dizer que se algum dia for confrontado com uma situação extrema, que implique a falta de recursos financeiros para satisfazer as necessidades mais básicas e não tiver outro meio de o fazer, não hesitarei em recorrer a métodos pouco lícitos para obter os rendimentos que considere adequados. 
Provavelmente é o que fazem as pessoas que enviam o tipo de email's da imagem ao lado e que diariamente me atafulham a caixa de correio. Podiam e deviam, como já tive ocasião de referir noutros posts em que o nível de desagrado com o volume de lixo acumulado me fez abordar a questão, era ter um pouco mais de respeito pela inteligência daqueles que escolhem como vitimas e adequar a forma de actuação ao público alvo que pretendem atingir. Uma história como a desta carta talvez resultasse, por exemplo, em Fátima num dia de peregrinação se fosse contada a uma das muitas velhotas de xaile e pelos na verruga. Assim, por mail e com um português manhoso de tradutor on-line, está condenada ao fracasso. 
Embora mais rebuscados, e já com um ou outro casos de sucesso, parecem-me igualmente fraquinhos os esquemas que visam caçar os códigos do home-banking. Para além dos constantes alertas dos bancos para estas tentativas de fraude, a coisa tem o senão de o burlão correr o sério risco de mandar um mail a pedir os dados bancários de um banco onde a potencial vitima não é cliente. O que, como é óbvio, a deixa alerta contra este tipo de burla. A menos que – e é sempre um dado a ter em consideração – o destinatário seja parvo. 
Como é bom de ver estes são métodos reprováveis a que não recorreria se me visse na situação descrita no inicio deste texto. Preferia outros igualmente desonestos mas com mais probabilidades de êxito. Como o daquele tuga que, coincidência do caraças, conseguia localizar todos os canitos que se perdiam no país e receber grande parte das recompensas atribuídas pelos desesperados donos...

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