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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Outro Peczinho...

Kruzes Kanhoto, 29.09.10
Desta vez é quase a doer. Mesmo que o anunciado hoje pelo engenheiro (eheheh) não resolva grande coisa no combate ao deficit do Estado e contribua para afundar ainda mais a economia, as medidas que nos próximos meses entrarão em vigor vão fazer-se sentir a sério nos bolsos e, provavelmente, no estilo de vida dos portugueses. 
Diz o homem, todo ufano, que a consolidação orçamental  prevista vai permitir reduzir o défice em cinco virgula um mil milhões de euros. O que é, assim à primeira vista, um número astronómico e difícil de imaginar. Mas não. É quase ridículo. Principalmente se pensarmos que são apenas seiscentos Robertos.

Eles que ponham mas é a mãe deles a render

Kruzes Kanhoto, 29.09.10
Não consigo evitar um sorriso quando deparo com comentários a defender, como mais uma medida de redução da despesa, a extinção de Municípios do interior como Barrancos, Borba ou outros de reduzida expressão populacional. A opção é, quanto a mim, curiosa e revela uma opção simplista ao melhor estilo socrático de acabar com o que é pequeno e, em termos financeiros, irrelevante. 
Todas estas localidades tem um identidade própria, um território perfeitamente demarcado e são as Câmaras Municipais, quase sempre, as únicas instituições que mantém viva a terra e são elas a razão de ainda ir restando alguma população por estas paragens do interior. Se calhar, digo eu assim de repente, era capaz de fazer mais sentido e causar um impacto muito mais significativo no equilíbrio das contas públicas extinguir os municípios da Amadora, de Odivelas ou da Moita. Até porque, como não serão muitos os que sabem onde começam ou acabam estes concelhos, seriam poucos os que notariam a diferença se os mesmos deixassem de existir e fossem, provavelmente com vantagens de toda a ordem, integrados nos concelhos limítrofes. 
O que parece estar fora de questão, pelo menos ninguém ousa mencioná-lo, é o encerramento de instituições públicas, daquelas que desempenham um papel importantíssimo – quiçá decisivo - na sociedade portuguesa. Como, por exemplo, a Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género ou o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Que seria de nós sem eles?!

Assobiar para o lado e deixar arder

Kruzes Kanhoto, 27.09.10

Nem coloco a hipótese de as autoridades competentes nestas matérias não estarem, se calhar até já estão há muito tempo, a investigar o curioso fenómeno que origina uma espessa nuvem de fumo negro e que se repete com  inusitada frequência num bairro situado numa das entradas da cidade. Não que o local da deflagração seja particularmente suspeito ou que o facto de arder alguma coisa naquele lugar provoque algum sentimento de preocupação a alguém. Nada disso. No entanto a persistência com que o estranho fenómeno se repete, tenho a certeza, não pode deixar de merecer a atenção de quem tem por missão zelar pela ordem pública. 
Não acredito que na origem de tamanha fumarada esteja um qualquer churrasco nem, tão pouco, a queima do lixo que os moradores recusam colocar nos contentores. Trata-se, obviamente, de outro tipo de material combustivel. Qual e o motivo porque parecem ter tanta necessidade de o queimar é que deve ser investigado – reitero que não tenho nenhuma razão para pensar que não haja investigações a decorrer – e, se neste comportamento se verificar a prática de algum ilícito, punir os prevaricadores de acordo com o que dispõem as normais legais relativamente a este tipo de comportamento. Pelo menos é  o que  é expectável acontecer num país onde as leis são iguais para todos. Ainda que, também nestas coisas, uns pareçam menos iguais que outros.

Ganhar dinheiro na internet

Kruzes Kanhoto, 26.09.10


Os sites PTC – páginas que pagam por visualizar anúncios por eles sugeridos – não estão ainda muito divulgados entre nós, ao contrário do que acontece em muitos outros países de poder de compra inferior ao nosso, onde constituem uma fonte de receita interessante para muitos internautas. As imagens acima são o comprovativo de alguns recebimentos que obtive com estes esquemas e demonstram que, apesar das muitas fraudes que ocorrem por essa internet fora, também há negócios mais ou menos honestos... 
O funcionamento da coisa é relativamente simples. Começa-se por criar uma conta no Paypal ou no Alertapay. Pode optar-se por outro meio de recebimento mas este é o mais simples. Por muitas razões. A começar pelo anonimato e as óbvias razões que daí decorrem...De referir que através do Paypal ou do Alertapay é possível efectuar pagamentos online, associar um cartão de crédito ou até mesmo transferir dinheiro de ou para uma conta bancária. 
Após o procedimento descrito no parágrafo anterior basta escolher entre a muita oferta existente aqueles sites que oferecem uma maior garantia de cumprimento das condições propostas, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento. Deve sempre desconfiar-se da fartura e ter muitas reserva em relação àqueles que oferecem lucros milionários. Embora seja possível obter resultados interessantes ninguém, a menos que viva no Burundi ou na Etiópia, fica rico ou poderá viver à conta destes esquemas. 
Utilizo e recomendo o BeRuby, que paga cinco cêntimos para visitar sites como o “Sapo”, “A Bola” ou o “facebook” - coisa que toda a gente faz de borla – o Neobux, que paga quatro cêntimos por dia para clicar em anúncios e o Bux.to que diariamente nos propõe cerca de vinte páginas publicitárias que rendem outros tantos cêntimos. Isto enquanto noutra janela do nosso navegador podemos ir consultando outras páginas com muito mais interesse como, nomeadamente, o Kruzes Kanhoto. 
Visto assim pode – e de facto é – parecer pouco. No entanto se multiplicarmos estas quantias irrisórias por trezentos e sessenta e cinco dias chegaremos a valores que facilmente ultrapassam os cem dólares de rendimento anual.

Discriminações maquiavélicas

Kruzes Kanhoto, 24.09.10
Mais do que saber se vou ficar sem subsidio de Natal, de Férias ou parte de ordenado no próximo ano, o que me tem intrigado e deixado verdadeiramente perplexo é a insistência com que a comunicação social, economistas e parvos em geral apresentam esta hipotética medida, supostamente anti-crise, como sendo de aplicação exclusiva à função pública. A ser assim seria um acto claramente discriminatório e provavelmente desprovido de qualquer legalidade, do qual resultaria a condenação do Estado por qualquer tribunal e a obrigação de indemnizar quem fosse abrangido por ela. 
Tal medida, para ter algum efeito prático, apenas poderá configurar um novo imposto que incida sobre essas remunerações. Logo, sendo uma nova contribuição, terá de ser aplicada a todo o universo de pessoas que trabalhe por conta de outrem e nunca apenas a um grupo restrito de contribuintes. Por outro lado, caso não se trate de um imposto, se o governo entender modificar a legislação laboral e imponha uma alteração legislativa que lhe permita, definitivamente ou durante um certo período de tempo, não pagar determinadas importâncias – Subsídio de Natal, de Férias ou outra coisa qualquer - aos seus funcionários, com o intuito académico de cortar na despesa pública, a eficácia dessa medida – atrevo-me desde já a diagnosticar – será praticamente nula. Só um tolinho acreditará que, a nível do Estado central, a verba disponibilizada nas rubricas orçamentais do pessoal não será usada para aqueles pequenos caprichos que todos sobejamente conhecemos. Ou, nas autarquias locais, para fazer mais um inolvidável espectáculo com o artista do momento, construir umas quantas rotundas e atribuir generosos subsídios. 
Numa ou outra circunstância, a todos ou apenas aos funcionários públicos, retirar ainda mais dinheiro à economia será dar o passo que falta em direcção ao abismo. A mim, que tal como Jesus Cristo não tenho biblioteca nem percebo nada de economia, parece-me que quem não receber subsidio de natal não vai comprar presentes e se não tiver subsidio de férias fica em casa. O que não seriam boas noticias para o comércio nem para aquelas regiões onde, tradicionalmente, os portugueses gozam férias. A menos que – e não sou eu que vou excluir essa hipótese por mais maquiavélica que me pareça - se pretenda que recorramos ao crédito...

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