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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Piquenique

Kruzes Kanhoto, 27.08.10
Mesmo não sendo um fervoroso adepto do piquenique não me esquivo a, muito de vez em quando,  saborear uma refeição ao ar livre. Quando o faço procuro não deixar vestígios da minha refeição e se não existe nas proximidades nenhum recipiente para o lixo carrego com os restos para casa. Prática normal que, certamente, quase todos seguem. Como em tudo na vida, há sempre excepções. E neste caso estamos perante uma delas. Alguém, dotado de pouco civismo, resolveu deixar os restos do seu lauto banquete em pleno centro da cidade. Pareceu-lhe bem, certamente. Achar-se-á muito importante e com certeza deve pensar que outros terão por obrigação limpar o que ele, javardo, deixou sujo. 
Apesar de muita gente ficar com urticária quando ouve falar em videovigilância, não me chocaria que todos os lugares públicos, de todas as cidades, tivessem cobertura de câmaras de vídeo através das quais fosse possível identificar criminosos e gente que tivesse este tipo de comportamento. Se calhar, para além do que se ganhava em segurança, umas multas por práticas deste género eram capazes de contribuir para poder baixar a carga fiscal. Tal como aconteceu com aquela senhora que deitou a gatinha para o caixote do lixo e acerca da qual se discute apenas a atitude parva da criatura e ninguém questiona, ao contrário do que acontece noutras circunstâncias, a legitimidade das filmagens ou o direito à privacidade da pessoa em causa.

Crise, dizem eles

Kruzes Kanhoto, 26.08.10
Muitas têm sido as vozes a fazer-se ouvir alertando para a crise que afectará de forma preocupante a região norte do país e, em particular, o chamado grande Porto. Há mesmo quem dramatize e garanta que podemos estar à beira de assistir a uma revolta popular das gentes do norte. Que, continuam, quase de certeza acontecerá se, segundo alegam, a região continuar a ser preterida em termos de investimento público em relação a Lisboa, o desemprego continuar a subir e não houver politicas que o combatam ou se o governo levar avante a sua intenção de cobrar portagens em algumas vias onde agora se circula à custa do contribuinte. Uma verdadeira catástrofe social que, profetizam, poderá ter consequências tenebrosas. 
Deve ser por isso – e provavelmente, também, por outras coisas – que os voos charteres com partida do Porto tiveram no mês que passou, comparativamente a idêntico período do ano anterior, um aumento bastante significativo de passageiros. O crescimento cifrou-se em dezoito por cento o que representa, em termos absolutos, mais três mil e setecentos viajantes. Palma de Maiorca, Tenerife, Fuerteventura, Ibiza, Lanzarote, Las Palmas, Menorca, Antalya, Punta Cana, Cancun, Tunísia e Cabo Verde foram os destinos de quase todos eles. 
Com o desemprego em alta e a região mergulhada em profunda crise não surpreende que assim seja. Historicamente é nestas épocas conturbadas que se verificam fenómenos de emigração em massa. E se os portugueses, sejam do norte ou do sul, não encontram na sua terra as condições de vida que julgam merecer é natural que as procurem noutro lugar. Digo eu que gosto muito de dizer coisas.

Remate kruzado

Kruzes Kanhoto, 25.08.10
Pouco escrevo acerca de futebol. E ainda tenho menos vontade de o fazer agora que o glorioso, longe do fulgor evidenciado na época passada, manifesta uma confrangedora incapacidade em me dar alegrias e os restantes clubezecos, por enquanto, parecem seguir-lhe as pisadas. No caso destes, perdendo. Como é óbvio.
Mas desta vez não resisto. É mais forte do que eu.Comove-me e enternece-me ao mesmo tempo a candura e a compreensão que os anti-Benfica – ou seja os apaniguados das restantes agremiações – manifestam relativamente aos sucessivos frangos consentidos pelo guarda-redes benfiquista. De repente cada golo sofrido pelo glorioso passou a ser analisado até ao mais ínfimo pormenor. O que não deixa de ser curioso, visto que o ano passado escrutinava-se até à exaustão cada lance que resultava em golo marcado pelo benfas à procura de algo que pudesse ser, ainda que vagamente, suspeito de indiciar uma qualquer ilegalidade. Agora analisa-se cada jogada ao detalhe e encontram-se sempre justificações para os inacreditáveis falhanços do homem, cada uma mais rebuscada que a outra e que nem ao Gabriel Alves ocorreriam, que terminam invariavelmente a ilibar de qualquer responsabilidade o guardião espanhol. 
Têm estes analistas de pacotilha, provavelmente, a esperança que o Roberto “Frango” Gimenez se mantenha na defesa da baliza encarnada e que, consequentemente, o Benfica continue a acumular maus resultados por muitos e, para eles, bons jogos. Duvido que assim possa ser. A sua posição é cada vez mais insustentável e só um louco, ou alguém com vontade de ser despedido, insistirá na sua continuidade na baliza dos campeões nacionais. 
Quanto àqueles que nutrem um ódio visceral pelo Glorioso, para quem estas primeiras jornadas da Liga tem proporcionado momentos de imenso gáudio, recordo que normalmente quem ri por último ri muito melhor. E eu acredito que ainda vou rir muito. Por exemplo – e apesar da vitória – aquele keeper da cidade da padralhada é gajo para ainda me proporcionar mais algumas gargalhadas. Ontem já começou a mostrar que é gajo para isso.

Melancia

Kruzes Kanhoto, 24.08.10
Segundo alguns estudiosos a melancia possuirá propriedades afrodisíacas. Desconheço se os autores dos alegados estudos serão especialistas em melancias ou se estarão mais ligados a outras áreas de estudo que envolvam o comportamento humano perante o consumo  de determinadas substâncias ou alimentos. Seja como for tenho sérias reservas que possa existir neste fruto alguma coisa capaz de despertar a libido aos seus apreciadores. Antes pelo contrário. A necessidade de verter águas, que normalmente se segue à sua ingestão, comprometerá irremediavelmente a sustentabilidade de qualquer tese que defenda a melancia como algo a incluir nos preliminares gastronómicos de uma queca. 
Não sei se os responsáveis por uma grande superfície comercial de Estremoz – que obviamente não vou aqui identificar nem, sequer, afirmar que é frequentada diariamente por centenas de cidadãos possuidores de características mentais que aconselham a sua permanência numa jaula - acreditam ou não nessas teorias disparatadas. Nem isso interessa muito. Nem pouco. Mas foi lá que um destes dias encontrei um exemplar do fruto em questão nestas condições deploráveis. Este, de certeza, não dá tusa a ninguém.

Eles "andem" aí...

Kruzes Kanhoto, 22.08.10
Um papel igual a este apareceu hoje de manhã colado à porta de muitas residências na cidade. Podem os seus autores ter a melhor das intenções, lá isso podem, agora que dá para desconfiar, também dá. Tudo, mas mesmo tudo, dá ares de um qualquer esquema manhoso. Cuidado, portanto.

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