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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Remate kruzado

Kruzes Kanhoto, 31.03.10
Sem que se perceba bem porquê, três canais entenderam ocupar parte significativa do seu horário nobre com entrevistas a figurões ligados ao futebol. Que se saiba, nenhum deles, nos largos anos – pelo menos em dois casos – em que andam metidos no meio desportivo, terá marcado um golo ou feito algo merecedor de ser aplaudido dentro de um relvado. Farão, quando muito, umas fintas estonteantes que deixam os seguidores mais fanáticos à beira do delírio. O que, ainda assim, não constitui mérito suficiente para entrar casa dentro das pessoas honestas. 
O velhote careca terá sido, ao que rezam as criticas, o mais divertido. Daí não me arrepender de não ter visto o programa em que senhor participou. É que sempre me ensinaram que não nos devemos rir da miséria alheia nem “fazer-pouco” dos mais velhos, e, pelo que tem vindo a lume, ser-me-ia difícil manter alguma seriedade perante tão hilariantes declarações. 
É por demais notório que a pessoa em causa está mentalmente fragilizada. Nem será necessário perceber nada de medicina para diagnosticar ali um quadro clínico revelador de uma percepção distorcida da realidade, em que manifesta uma evidente falta de memória e onde a demência toma conta de um discurso que intercala o patético com o ridículo. Ou, por vezes, ambas as coisas em simultâneo. Seja como for, causa-me alguma tristeza assistir ao declínio intelectual de alguém que já foi bom naquilo que fez. Mesmo não tendo feito nada de bom.

Kruzes Kanhoto Memória

Kruzes Kanhoto, 30.03.10

Não acredito que os meus leitores se lembrem deste post, publicado no longínquo dia catorze de Julho de 2006. Primeiro porque já lá vai muito tempo, segundo porque têm mais em pensar – coisas importantes, nomeadamente – terceiro porque se estão nas tintas para o que aqui é publicado – fazem muitíssimo bem – e, finalmente, porque ninguém lê blogues. Principalmente os meus leitores. 
Mas eu, que até leio blogues, lembro-me. Achei, na altura, piada ao facto de alguém – um “zovem”, provavelmente - ter perdido algum do seu precioso tempo a pintar as unhas da estátua. Tarefa inglória, acreditava eu, porque mais dia menos dia alguém, munido de uma ferramenta apropriada ao efeito, trataria de limpar os pezinhos do Santo André. Afinal não foi tão rápido quanto supunha mas, muito mais tarde do que seria de esperar, o santo deixou de ter o aspecto abichanado que durante tanto tempo exibiu.

Estacionamento tuga

Kruzes Kanhoto, 29.03.10

São muitos os que se queixam da maneira caótica e pouco civilizada como inúmeros papás e mamãs estacionam os seus bólides à porta das escolas, nomeadamente da preparatória, enquanto esperam pelas suas crias. Embora tal comportamento provoque o bloqueio da circulação na zona, ainda poderá encontrar alguma justificação na elevada quantidade de pessoas que para lá se deslocam usando as suas viaturas e no tráfego, de certa forma significativo, com origem ou destino a Mendeiros.
Nenhum desses problemas sucede no Bairro da Salsinha. Mas existe uma escola. E, consequentemente, progenitores que depositam e recolhem os seus rebentos. Por sinal alguns deles a pé. Ainda assim, apesar de não faltarem lugares para estacionar, há sempre alguém que, por vício ou para mostrar que a sua carripana até é capaz de subir passeios, opta por estacionar da maneira que é mostrada pela imagem. Mesmo que não tenha necessidade absolutamente nenhuma de o fazer. 
Aproveito para esclarecer que, ao contrário do que já aqui sugeriram alguns comentadores a propósito de outros posts que versavam sobre este mesmo tema, o veículo não é meu, nem pedi ao dono – que não sei quem é – que estacionasse no passeio só para eu poder tirar uma fotografia.

A grande poda

Kruzes Kanhoto, 28.03.10

Corria o ano de dois mil e oito quando os plátanos que ladeiam o percurso por onde em tempos passava a antiga estrada nacional quatro, umas centenas de metros antes da Fonte do Imperador para quem se desloca de Évora para Estremoz, foram alvos de um ataque selvático em forma de poda. Apesar do argumento que aquele tipo de intervenção não prejudicaria as árvores e que é de todo o interesse retirar ramos secos, que podem constituir uma ameaça à segurança das pessoas que eventualmente por ali passem, nunca me convenci da inocência da coisa. 
Passado todo este tempo dou a mão à palmatória. Sou mesmo parvo. Afinal as árvores voltaram a crescer e não tarda - afinal a Primavera está aí – vão estar cobertas de folhas e proporcionar sombras magníficas. Tal como acontecia antes da inteligente intervenção de carácter técnico que as amputou de todos os seus ramos mas que lhes proporcionou um revigorado e saudável crescimento. 
Apenas um pequeno senão me continua a inquietar. Uma coisa insignificante que, com toda a certeza, os técnicos que decidiram a dita selvajaria – sim porque decidir estas coisas é assunto para técnicos, não foi? – explicarão facilmente. Não consigo entender porque razão os plátanos de um dos lados estão a crescer e a voltar ao normal, enquanto os do outro continuam como no dia em que foram cortados. Do lado dos que crescem está plantada uma vinha e do lado dos que não crescem foram, pouco tempo antes da dita “intervenção”, plantadas árvores de fruto. Será que está provado cientificamente que plátanos públicos não crescem se por perto existirem árvores de fruto privadas, mesmo que os primeiros tenham sido plantados dezenas de anos antes das segundas?!

O abanão

Kruzes Kanhoto, 27.03.10
O tremor de terra que hoje sentimos foi de baixa intensidade mas, ao contrário do que já vi escrito por alguns sábios comentadores, não me parece que tenha sido apenas mais um dos muitos abalos que acontecem todos os dias e dos quais nem nos damos conta. Verdade que não senti a mesa a que estava sentado a abanar. Tão pouco senti a terra a fugir-me debaixo dos pés. Mas aposso afiançar que as portas e janelas vibraram de forma bastante perceptível o que, também estou em condições de garantir, não acontece com frequência. Contudo o que mais me impressionou foi o imenso barulho originado pelo sismo. Já, ao longo da minha assim não tão curta vida, senti alguns fenómenos destes e jamais algum se assemelhou em tamanha algazarra. Peço, por isso, licença aos especialistas para discordar. Tremores de terra como este não há todos os dias. E se, por acaso os houver, são muitíssimo mais silenciosos. Garanto-vos eu, que apesar de andar por cá há uns anitos ainda estou em muito bom uso. Pelo menos de ouvido.

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