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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Fantasmas

Kruzes Kanhoto, 28.02.10
Não acredito em fantasmas. Não existem. Pelo menos é o que garante uma larga maioria que nunca teve oportunidade de ver um. Haverá, no entanto, uma escassa minoria – escassa digo eu, que não tenho nenhum elemento que confirme essa escassez – que assegurará exactamente o contrário.
Embora céptico relativamente a tudo o que envolva almas penadas, actividades fantasmagóricas e fenómenos correlativos, fui um destes dias surpreendido com esta visão que, por uns segundos, abalou as minhas convicções acerca da matéria. Mas, a julgar pela imagem, nada há a recear. Porque os fantasmas não existem, mas se existissem seriam malta fixe.

Exemplar

Kruzes Kanhoto, 27.02.10
O amigo Simão Serafim afirmou alto e bom som em certa ocasião, perante uma enorme plateia que não me deixa mentir, que os bons exemplos devem vir de cima. Sócrates, o engenheiro, proclamou por estes dias uma outra verdade vagamente relacionada com a anterior. Garante o primeiro-ministro que o país se deve inspirar nos bons exemplos.
Certamente não será abusivo da minha parte proclamar que o país se deve inspirar nos bons exemplos e que estes devem vir de cima. Ou, se preferirem, que os bons exemplos devem vir de cima e que o país se deve inspirar neles. É, contudo, absolutamente indiferente. Pelo topo os bons exemplos não abundam. A começar pelo primeiro que, perdoar-me-ão os apaniguados, não constitui grande exemplo para ninguém. Embora, estranhamente, ainda haja por aí muito boa gente – boa é uma maneira de dizer, porque alguma é mesmo ruinzinha – que insiste em imitar o “chefe”.
Por outro lado é o próprio líder que não faz uso adequado da máxima que evocou. Ou então, para além de não ser um bom exemplo, não está devidamente inspirado. O que é pena. Se há coisa que nós não precisamos é um primeiro-ministro desinspirado. Não nos transmite inspiração.

A esquerda rabeta e a liberdade de expressão

Kruzes Kanhoto, 25.02.10
Por mais que alguns pretendam fazer crer o contrário, existe mesmo em Portugal um défice de liberdade de expressão. Não propriamente aquele em que Sócrates e os seus boys, de forma quase sempre patética, pretendem silenciar as vozes que lhes são críticas - com os resultados que se conhecem - mas outro muito pior. A que poucos, de tão interiorizado que está em cada um de nós, reconhecem existência. É, como digo há largos anos, a ditadura do politicamente correcto. Uma espécie de pensamento único. Algo muito mais perigoso e que pode conduzir-nos a situações muitíssimo mais delicadas do que as que resultariam se os planos maquiavélicos do abominável engenheiro e seus pérfidos sequazes fossem concretizados.
A responsabilidade de termos chegado a este ponto é, em grande parte, de uma certa intelectualidade urbano deprimida não raras vezes conotada com uma certa esquerda rabeta. É essencialmente gente dessa laia que não tolera opiniões diferentes da sua. Quem não pensa como eles não tem direito a expressar as suas ideias e é frequentemente alvo de insultos, ameaças e vítima de tentativas públicas de achincalhamento. Tudo porque ainda vai havendo um ou outro perigoso mentecapto que tem o desplante de pensar de maneira diferente daquilo que certos vermes intelectualóides consideram ser a verdade suprema.
São esses macacos esquerdistas e apaneleirados que me enchem a caixa de comentários sempre que me refiro aqui à malta invertida. Contra a qual aliás, estou cansado de dizer, nada me move. Entendo é que esse grupo social não constitui nenhuma espécie de vacas sagradas acerca do qual não se podem fazer piadas, contar umas larachas ou criticar o comportamento que exibem em público. Era o que mais faltava. Quem não gosta ou não concorda com o que escrevo que vá navegar para outro lado!
Como penso ter já ficado amplamente demonstrado ao longo dos quase cinco anos de existência do KK, escrevo aqui o que muito bem entender sobre aquilo que me apetecer, independentemente de um ou outro parvo – tadinho – pensar que, através de comentários mais ou menos ameaçadores, pode influenciar o que vou publicando. É, como já deviam saber, tempo perdido. Esse tipo de comentários é de imediato apagado sem sequer me preocupar em tentar identificar, através do IP, os seus autores. Não vale a pena. Prosseguir com a mesma “linha editorial” já lhes deve causar aborrecimento suficiente.

UFOs and circles

Kruzes Kanhoto, 24.02.10
A análise desta fotografia suscita-me diversas questões para as quais tenho sérias dificuldades em encontrar resposta. A primeira hipótese que me surgiu apontava para a possibilidade de estarmos perante a visita de seres de outros planetas que, à semelhança do que acontece nos campos do sul de Inglaterra, se divertem a desenhar círculos perfeitos. Como, neste caso, se trata de um soalho acabado de encerar, logo no interior de um edifício, tratei de afastar tal suposição. Até porque, como toda a gente sabe, os extraterrestres não existem e mesmo que existam tem coisas mais importantes para fazer do andar por aí a desenhar círculos.
Igualmente me ocorreu poder tratar-se de uma manifestação artística em que a monotonia dos longos e contínuos espaços encerados era quebrada, aqui e ali, por suaves formas geométricas harmoniosamente desenhadas no pavimento.
Após uma análise mais atenta inclinei-me para, em alternativa, estar perante uma demonstração de competências técnicas adquiridas pela senhora da limpeza - ou senhor, porque esta é uma actividade que já não é exclusivamente desempenhada por senhoras - numa qualquer acção de formação profissional onde tivesse sido ministrada uma nova e revolucionária técnica na arte do enceramento de soalhos.
Receio, contudo, estar errado. Algo me diz que alguém se esqueceu de desviar os dois objectos de forma circular que ocupavam aquele espaço no momento em que o chão era coberto de cera. Acontece a todos. Até aos bons. E também às boas.

Campanhas idiotas

Kruzes Kanhoto, 23.02.10
Uma campanha publicitária que actualmente passa em diversos meios de comunicação social pretende, supostamente, lutar contra o preconceito que existirá na sociedade acerca das pessoas que terão um comportamento sexual que não estará de acordo com os padrões vulgarmente considerados como normais. Não que a dita campanha me incomode, longe disso, mas acho que a ideia pode ser perigosa. Pode. Porque por enquanto é apenas parva. No entanto, se os activistas de outras causas igualmente detestáveis copiarem a ideia, é capaz de haver muita gente a não manifestar tanta tolerância como a que agora revela perante este tipo de publicidade.
Como sabe quem lê com regularidade este blogue, nada tenho contra os panascas. Nem contras as fufas. Digamos que a paneleiragem em geral incomoda-me muito menos que uma certa esquerdalha armada ao pingarelho. Isto só para que fique claro que não tenho nenhum preconceito, nem intuitos discriminatórios, relativamente a essa malta de gostos esquisitos. Até porque, como sempre digo, cada um com o respectivo cú – ou qualquer outra parte do corpo – faz o que muito bem entende.
Mas voltando à dita campanha. Que pensariam os portugueses, ou o mundo em geral, se um dia acordassem e vissem, em placards publicitários ou em qualquer outro meio de divulgação, mensagens de conteúdo semelhante mas onde os protagonistas fossem Hitler, Bin Laden ou Estaline, com a finalidade promover a tolerância para com os seus seguidores? Por mim não gostava. No entanto respeitaria a opção e o pensamento de quem assim agisse. Não sei se a pessoal da esquerda, que se auto proclama como guardiã da tolerância e da liberdade, teria igual abertura de espírito mas quero acreditar que, excepção feita ao Hitler, até era rapaziada para aplaudir tolerantemente a ideia.

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