Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Eu também sou muito mentiroso...

Kruzes Kanhoto, 29.12.09
Tenho o maior respeito pelos depositantes do Banco BPP. Quase tanto como o desprezo que nutro pelos “gestores” que os colocaram na situação em que agora se encontram. A sua frustração pela impossibilidade de disporem do dinheiro que amealharam - não interessa agora para o caso a maneira como o conseguiram - não justifica, no entanto, que manifestem uma visão distorcida da realidade. Ao ponto de considerarem violência policial o facto de dois ou três agentes da polícia de segurança pública tentarem impedir, quase de forma amistosa, a entrada dos clientes alegadamente lesados nas instalações daquela instituição.
Se as ocupações de delegações do banco em diversos pontos do país se afiguram uma forma de luta mediática, revelam-se igualmente pouco capaz de dar frutos. Não me parece que por insistirem em ir ao banco em horas pouco próprias e por lá pretenderem permanecer durante uns tempos as coisas se resolvam. Se calhar um esquema manhoso, quase tão manhoso como o que eles dizem terá sido usado para os tramar, era capaz de dar mais resultado. Tipo uns tabefes nos administradores. Assim mais vale usar o homebanking…
Apesar do desespero de quem não pode pôr a mão na massa – que por sinal é sua – não é aceitável que seja o Estado a garantir os chamados produtos de retorno absoluto. Até porque o dito banco continua ainda hoje, no seu sítio na internet, a garantir que se trata de um investimento com elevado grau de segurança.

Coisas de milhões

Kruzes Kanhoto, 28.12.09
A julgar pelas notícias que a comunicação social tem trazido a público nos últimos dias, 2009 não terá sido um ano assim tão mau para os milionários portugueses. Ao que tem sido divulgado os magnatas lusos terão conseguido juntar à sua fortuna mais uns largos milhões de euros. Fico satisfeito por isso. Pena que não haja muito mais pessoas a consegui-lo e, pena maior ainda, que entre elas não esteja eu. Embora, verdade se diga, não tenha feito investimentos que me permitissem sequer sonhar em ganhar mais que meia-dúzia de euros. Excluindo, naturalmente, a aposta semanal no euro milhões.
Face a estes ganhos parece cada vez mais ridícula a oposição que estes senhores fazem ao novo valor do salário mínimo previsto para o próximo ano. Mesmo não se tratando de dividir o que ganham pelos pobres – até porque a função das empresas que gerem não á a pratica da caridade – não se afigura como razoável discutir tostões quando se ganham muitos milhões. A manterem esta postura arriscam-se a ser comparados ao governador do Banco de Portugal. E comparação dessas é coisa de que ninguém orgulha.
Muitos milhões, mas neste caso dos nossos impostos, vai o governo injectar nos chamados hospitais epe. O objectivo é ajudar a pagar as dívidas das unidades hospitalares que foram transformadas em entidades de gestão empresarial com a finalidade, recorde-se, de criar “um modelo organizativo, económico-financeiro e cultural centrado no utente e assente na eficiência de gestão”. Pois.
A julgar pelos milhões em causa este fantástico modelo não terá trazido assim tanta eficiência, demonstra pouca capacidade organizativa, económica e financeiramente é um desastre e a cultura de responsabilização da gestão pelos resultados obtidos estará longe de ser implementada. A grande vantagem será a existência de mais quinze conselhos de administração…

A solidariedade fica-lhes tão bem...

Kruzes Kanhoto, 27.12.09
Acho comovente a preocupação - quase sempre genuína, quero acreditar - amplamente demonstrada pelos militantes, simpatizantes e apaniguados em geral dos partidos de esquerda, perante a existência daquilo a que chamam presos políticos. Na blogosfera nacional não é difícil encontrar os mais variados manifestos de solidariedade e apelos à libertação de gente que se encontra enclausurada por esse mundo fora, por aquilo que os partidários das causas fracturantes e modernaças consideram ser delitos de opinião. Limitar o direito, legitimo na opinião deles, a fazer explodir bombas e matar pessoas é, de facto, intolerável.
Ao contrário do que seria de supor nenhum dos activistas - nome pelo qual gostam de designar terroristas e outros criminosos – merecedor das preocupações da esquerda está preso em Cuba, na Arábia Saudita, na Coreia do Norte ou no Irão. O que, bem vistas as coisas, nem constitui grande surpresa. As amplas liberdades de que desfrutam os trabalhadores e o povo desses países contrastam de forma clara e gritante com a repressão que é exercida contra os norte-americanos, franceses ou espanhóis vítimas da tirania dos seus governos.
Ainda mais estranho é não ter encontrado o nome de nenhum cidadão nacional nas inúmeras listas de prisioneiros que suscitam os ímpetos solidários dos bloguistas portugueses. Nem do Mário Machado. Provavelmente esqueceram-se. Ou então a culpa é do Código Penal. Ou do Sócrates.

Dichotes politicamente (in)correctos

Kruzes Kanhoto, 26.12.09
Quando alguém toma uma atitude mais corajosa ou manifesta de forma desassombrada o seu ponto de vista, nomeadamente quando em causa estão questões melindrosas ou polémicas, é usual dizer-se que teve, ou tem, “tomates”. Metaforicamente, claro. Porque os “tomates” em causa são os testículos e não o fruto do tomateiro.
Ora é contra o uso dessa expressão que hoje me insurjo. Acho até que - em nome da igualdade do género, da não discriminação e de outras coisas que agora não me ocorrem - tal dichote devia ser erradicado da linguagem corrente. Mais. O seu uso, por claramente discriminatório, poderia ser considerado como um insulto para com aqueles que não os têm ou, mesmo tendo-os, é como se não os tivessem.
Esta expressão parece limitar a um grupo restrito de elementos da sociedade o exclusivo da coragem e da frontalidade. Enquanto se enaltece a masculinidade esquecem-se valores essenciais como a feminilidade e outros menos comuns resultantes de opções esquisitas agora tão em voga. Podíamos, por exemplo, começar a introduzir – ou vulgarizar para não ferir susceptibilidades - no léxico nacional ditos como “teve ovários…” se nos quiséssemos referir à coragem de uma mulher, ou “teve recto…” se pretendêssemos elogiar a frontalidade de um panasca. Poder, podíamos e se calhar até era a mesma coisa.

Piadas dos outros

Kruzes Kanhoto, 25.12.09
É uma daquelas piadas de que não me importava nada de ser o autor de tão jeitosa que é. Mas não. A minha imaginação não dá para tanto. Limito-me por isso a reproduzi-la. Não cito o autor porque já a vi em, pelo menos, meia dúzia de blogues.
Raciocínio simplex :
1. deixem que todos os homens que queiram casar com homens, o façam...
2. deixem que todas as mulheres que queiram casar com mulheres, o façam...
3. deixem que todos os que queiram abortar, abortem sem limitações...
4. em duas gerações, deixarão de existir socialistas...

Pág. 1/6