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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Dia Mundial da Poupança

Kruzes Kanhoto, 31.10.08

Alguns rumores sugerem que se terá assinalado hoje o Dia Mundial da Poupança. Confesso que não dei por nada. Não vi ninguém a poupar, desconfio até que poucos conhecem o conceito, e a generalidade dos comportamentos públicos a que se assiste evidenciam um estilo de vida diametralmente oposto a uma conduta de poupança.

A julgar pelo caótico trânsito da cidade ninguém optou por andar a pé, mesmo que seja para uma deslocação de cento e cinquenta metros. Ninguém deixou de usar o telemóvel, ainda que a conversa com o interlocutor pudesse decorrer ao vivo e a cores ou a banal troca de impressões, que começa quase invariavelmente por um “onde estás?” e que acaba no inevitável “atão vá”, nem se revelasse imprescindível. Continuámos a tomar o pequeno-almoço nas pastelarias e cafés mesmo que o pudéssemos ter feito em casa onde, para além de mais barato teríamos uma noção mais precisa sobre o seu conteúdo e forma de preparação. E fumar? Alguém evitou hoje fumar, poupando assim uns cêntimos em cada cigarro e ganhando alguma saúde e minutos – horas ao longo do dia – de trabalho?! Claro que não.

Obviamente que não fizemos nada destas nem de outras coisas que nos podiam fazer poupar “algum” que, multiplicado por trezentos e sessenta e cinco dias, representaria no final de um ano uma poupança muito significativa. Principalmente numa altura em que todos se queixam de uma tal crise que parece andar por aí. Somos, definitivamente, uns queixinhas. E esbanjadores, também.

Os inúteis e as cidades

Kruzes Kanhoto, 30.10.08

Há muitas maneiras de sujar uma cidade. Uma delas é escrever idiotices nas paredes ou, simplesmente, sujá-las com tinta. Uns chamam-lhe arte urbana, outros consideram que é uma forma de expressão de uma certa juventude. Tudo boa gente. Tirando a parte de existirem.

Que merdas andam a fumar lá pelo governo?!

Kruzes Kanhoto, 29.10.08

“Faz todo o sentido que os alunos até aos doze anos não fiquem retidos”. Apesar de à primeira vista qualquer pessoa normal – ou até mesmo ostentando um grau razoável de anormalidade - pensar que está perante uma anedota ou uma afirmação de um qualquer louco acabado de fugir de algum hospital psiquiátrico, a frase pertence ao secretário de Estado da Educação. Quer dizer, na moderna linguagem da esquerdalha que vem desde há muito dominando o sistema de ensino, que até aquela idade ninguém, por mais BURRO que seja, corre o risco de reprovar. Ou chumbar como era, até há pouco tempo, normal dizer.

O dito senhor, conseguiu proferir tal afirmação sem corar e num estado de, pelo menos aparente, sobriedade. O que não deixa de ser estranho, porque quem pretende avaliar o desempenho de professores e restante função pública, enquanto em simultâneo tenciona deixar de aferir as competências escolares adquiridas pelos alunos, não pode ser bom da cabeça. Ou então andam, lá pelo governo, a fumar merdas esquisitas. Não sei o que é mas também quero. E olhem que eu não fumo.

A mão, a luva e o lixo.

Kruzes Kanhoto, 28.10.08

As questões relacionadas com a limpeza e recolha de lixo têm estado na ordem do dia e nem sempre pelos melhores motivos. Há quem se queixe, quem acuse tudo e todos e, inclusivamente, quem garanta que há mãozinha marota metida na coisa.

Embora não me apeteça tomar partido por nenhum dos pontos de vista, não posso deixar de partilhar com os meus leitores os resultados da pequena investigação pessoal que levei a cabo - era soldado raso mas à última hora foi promovida - relativamente a esta temática.

Após alguma pesquisa foi possível encontrar a prova que faltava e que vem demonstrar que, afinal, existe mesmo “mãozinha” e, dadas as circunstâncias e o meio em que se movimenta, até usa “luva”. Por esclarecer ficam ainda alguns pormenores, ou maiores depende do ponto de vista, nomeadamente quanto aos objectivos a atingir com as suas movimentações. Erradas, a maior parte delas, porque não acerta nos contentores.

Desacordo concertado

Kruzes Kanhoto, 27.10.08

A polémica do momento, para lá do Estatuto dos Açores que mais parece uma zanga de comadres entre o Presidente da República e o Partido Socialista, centra-se em torno do anúncio do primeiro-ministro no sentido do valor do salário mínimo nacional para 2009 ser fixado em quatrocentos e cinquenta euros. Este valor foi acordado em concertação social no ano transacto e visa garantir que em 2011 o seu montante seja de quinhentos euros.

As mais recentes reacções a esta proposta não podem deixar de espantar quem segue estas coisas com alguma atenção. Afinal o governo, quase sempre acusado de não cumprir o que promete, pretende apenas pôr em prática aquilo que foi já objecto de acordo entre os diversos parceiros sociais. Estranhamente, são agora alguns desses parceiros que não se mostram interessados em cumprir o que ainda há um ano assinaram.

As entidades patronais, secundadas pela líder do maior partido da oposição, estão desagradadas com o valor adiantado por José Sócrates porque, argumentam, tal porá em causa a sobrevivência de muitas empresas e, garantem, contribuirá para um aumento acentuado do desemprego. Não sei se assim será. Mas se for, o melhor que têm a fazer é mudar a empresa para a China enquanto por lá ainda trabalham por esse valor. Ou, em alternativa, que cortem noutros gastos. Nas idas às putas, por exemplo.

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