Um deserto de ideias
Os três ou quatro leitores que, de vez em quando, dão por aqui uma vista de olhos sabem que considero a desertificação do interior um dos maiores – senão mesmo o maior – problemas do país. Todo. Sim, que a falta de gente aqui, devido ao continuo fluxo de pessoas em direcção ao litoral, constitui a causa de muitos males de que padecem as regiões da beira-mar.
Solução para inverter esta tendência, obviamente, que não tenho. Nem, parece-me, ninguém terá. A começar nuns quantos estudiosos que estudaram – aturadamente, calculo - o assunto durante seis meses e apresentaram, em Lisboa, as conclusões a que chegaram. Poucas, acho eu. Assim tipo uma mão cheia de lugares comuns e outra de ideias parvas que estão disponíveis na Internet para quem quiser confirmar, ou não, o que escrevo.
Entre as propostas incluem-se uma infinidade de benefícios fiscais para as empresas. Mas, curiosamente, não existe nem uma linha relativamente a benefícios fiscais para os trabalhadores. Se calhar criar uma taxa de IRS reduzida para todos, todas e todes – não vem ao caso mas tinha de escrever isto – que vivem e ou trabalham no interior era capaz de ser algo de muito mais útil no combate à desertificação. É que isto não basta dizer que o importante são as pessoas. Importa é dar-lhes importância. O resto vem por consequência, não por decreto.