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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Valorizável é ser criminoso de esquerda...

Kruzes Kanhoto, 04.01.19

Vai por aí um imenso chavascal pela aparição de um figuração qualquer, alegadamente conotado com a extrema-direita, num daqueles programas televisivos destinados a donas de casa. O basqueiro é de tal ordem que até já meteu queixinhas numas quantas entidades e tudo.

Não sei o que disse a criatura, nem isso é coisa me interesse. O que me aborrece é a existência de gente que se acha no direito de determinar quem pode ou não aparecer na televisão e de decidir acerca das opinião ou ideias que merecem ou não transmitidas. Chama-se a isso censura e era, para os que não sabem, algo que existia no tempo da ditadura. Seja a de antes do vinte cinco de Abril ou na outra – felizmente breve - que acabou em vinte cinco de Novembro de setenta e cinco.

De resto, se a condição de meliante constitui o motivo para tanta indignação, tenho alguma – para não dizer muita – dificuldade em entender a ausência de igual inquietação quando um conhecido pirata, bombista, assaltante de bancos e sei lá que mais aparece nas televisões. Ou ser de esquerda legitima toda a espécie de crime?

Ladrão no espeto

Kruzes Kanhoto, 29.11.17

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Acredito que a capa do Jornal E – um dos dois quinzenários que se publicam em Estremoz – dificilmente deixará alguém indiferente. Por mim acho-lhe piada. Mesmo não percebendo – ainda não li o jornal, confesso – as circunstâncias, rocambolescas na certa, que levaram o meliante a ficar em tão insólita posição. Se o jornal devia ou não publicar a foto, mais ainda na capa como hoje já vi e ouvi discutir, é coisa que pouco me importa. Pode o autor não ganhar nenhum prémio no âmbito do foto-jornalismo mas lá que o “boneco” está bem apanhado, isso está. E o ladrão, também. Ou alegado, sei lá.

O meliante, o transeunte e a consciência

Kruzes Kanhoto, 28.08.17

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Nas cidades, perante um assalto, uma agressão ou outra ocorrência do género – daquele mesmo isso, não do outro - poucos são os que resolvem intervir em socorro da vitima. Ninguém está para ter chatices. Nas aldeias não é bem assim. Existe solidariedade e, não raras vezes, o patife leva que contar.

Como, calculo, terá acontecido um destes dias a um “jovem” - forasteiro, segundo os circundantes – provavelmente desconhecedor desta regra. Por razões desconhecidas o malandrim resolveu invadir uma propriedade privada, ameaçando e ofendendo os residentes. Teve sorte, num primeiro momento, pois os proprietários, atarantados, não reagiram optando por se refugiar dentro de casa. Mas isso só durou até passar o primeiro transeunte que, escandalizado com a gritaria do moço, desabafou que se fosse com ele a coisa piava mais fino. O que deixou ainda mais exaltado o invasor, que tratou de elevar o nível das ameaças agora dirigidas ao tal transeunte. Pelo menos durante os quinze segundos seguintes. Que foram os que se conseguiu manter em pé. Um tabefe bem aplicado, daqueles de fazer inveja aos gajos que este fim de semana ganharam larguíssimos milhões só por andarem à porrada, tratou de o mandar abaixo. O segundo, já menos artístico, ainda assim foi suficiente para o recolocar na posição horizontal, já que o “jovem” insistia em tornar à posição inicial e prosseguir com a berraria.

O comovente da coisa, mais do que o gesto de intervir para ajudar pessoas em perigo, foram as palavras que o transeunte solidário dirigiu ao meliante: “Olha, nem sabes quanto isto me rói a consciência, mas tu estavas mesmo a pedi-las”. É esse o espírito!

Coitadinho do meliante que não lhe podem sacudir as moscas...

Kruzes Kanhoto, 01.11.16

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Todos os canais televisivos têm levado o dia de hoje a passar um vídeo onde, supostamente, militares da GNR malham um fulano que acabaram de deter. Supostamente porque, ao contrário do que é afirmado até à exaustão, não se descortina violência absolutamente nenhuma. E ainda que fosse visível seria impossível determinar a intensidade com que o bastão, a mão, o pé ou seja o que for, atinge o meliante. Nada garante que, a ter-se verificado contacto, ele tenha sido intencional ou, mesmo que tenha ocorrido, tivesse sido suficientemente forte para poder ser considerado agressão. Pode – e nada garante o contrário – ter-se tratado apenas de uma carícia. Mais intempestiva, mas ainda assim uma carícia.

Mas, confesso, seja o que for que tenha acontecido, pouco me importa. Se bateram, ainda bem. Se não bateram, tivessem batido. Num meliante bate-se sempre. Mesmo que não se saiba porque se lhe bate, ele sabe de certeza porque apanha. Estranho, no entanto, o nebuloso critério jornalístico que leva os canais televisivos a repetir vezes sem conta estas imagens. Filmes desta natureza, captados por câmaras de vigilância ou filmados por cidadãos em que as vitimas de ataques são pessoas comuns e os agressores são os milhões de invasores que já estão em solo europeu, são publicados diariamente às centenas na Internet e nenhuma televisão os mostra sequer uma vez. Vá lá saber-se porquê. Ou melhor, todos sabemos porquê.