Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Gozar com quem quer trabalhar...

Kruzes Kanhoto, 28.05.19

Assim de repente, estando previsto na lei como parece que está, não estou a ver qual foi o problema de a Autoridade Tributária ter ido para a estrada cobrar as dividas aos caloteiros. Revela, antes, um elevado espírito de missão da parte do dirigente, director ou seja lá quem for o tipo que tomou a decisão. Não tardou, no entanto, que o diligente servidor público fosse desautorizado por um governante qualquer, mais preocupado com a protecção aos vigaristas do que com os interesses do Estado. Não admira. Eles estão lá para isso. Não fazem, não deixam fazer e ainda aborrecem quem tenta. Depois queixam-se do laxismo dos serviços públicos, da falta de eficiência da máquina fiscal, que os funcionários não são produtivos e mais o raio que os parta.

Mas este secretário de estado não está sozinho. Este modus operandi, não deixar trabalhar, está enraizado na administração pública. Ocorreu-me logo o caso daquele ajudante de autarca que – numa autarquia do norte, tão ao norte que até aborrece de tão norte que é – chamou a atenção de um funcionário por este se mostrar demasiado activo no exercício das suas funções. Por trabalhar demais para os padrões da organização, digamos. Uma chatice, de facto, isso de querer apresentar serviço. Para além de uma longa tradição de mandriice a manter, há uma reputação de ineficácia a defender.

E aquela coisa da protecção de dados?!

Kruzes Kanhoto, 17.04.18

Parece que também nas matrículas dos alunos o fisco irá dar uma ajuda. Para se ficar a saber umas quantas coisas onde, até agora, os encarregados de educação têm andado a fazer marosca, ao que as autoridades – pelos vistos pouco competentes, dado o nível de aldrabice atingido - já trataram de anunciar. Mas, consta, a intervenção da máquina fiscal vai limitar-se a certificar que a morada declarada é mesmo a verdadeira. Ou, pelo menos, aquela que lhe permite frequentar a escola em que se está a matricular.  

Não é que ache mal. Mas, já que se está com as mãos na massa, podíamos ir um pouco mais longe. Assim, sei lá, arranjar uma maneira qualquer de saber se todos os candidatos aos apoios da acção social escolar – ou lá como se chama essa treta - são mesmo pobrezinhos. E para isso nem precisavam de aborrecer o fisco. Se calhar, digo eu, era capaz de ser coisa muito mais importante do que andar a limitar a liberdade de cada um escolher o estabelecimento de ensino que quer frequentar. A menos que a ideia - má - seja arranjar mais uns clientes para os privados... 

Coisas que m'apoquentam...

Kruzes Kanhoto, 10.04.18

Parece que toda a gente está ansiosa por acertar contas com o fisco. Tanto assim é que, desde o inicio do mês, as dificuldades em aceder ao portal das finanças têm sido mais que muitas. Deve ser por causa da promessa de reembolso rápido do que descontámos em excesso. Não sei porquê. Quanto mais depressa o receberem, mais depressa o esturram. Mas se este ano é assim, nem quero imaginar no próximo. Com a poupança forçada a devolução será maior e, por consequência, a sofreguidão do pagode também.  

 

Os últimos dias têm sido pródigos em queixas acerca dos problemas na saúde. Parece que está tudo a cair aos pedaços. A culpa, presumo, ainda deve ser dos outros. Dos cortes e do ataque que fizeram ao SNS com o intuito de o destruir, aqueles patifes da direita bafienta que só querem o mal do povo. Entretanto, desde que a esquerda com odor a alfazema tomou o poder, os pagamentos em atraso aos fornecedores e as listas de espera não param de aumentar. Mas, curiosamente, já ninguém trata o ministro da saúde por "Doutor Morte". É a vida... 

Mais mil milhões que voaram...

Kruzes Kanhoto, 11.06.17

ilustração-velha-dos-povos-dos-pares-do-verão-7

 

A administração tributária terá deixado prescrever, no último ano, dividas ao fisco no valor aproximado de mil milhões de euros. Assim, sem mais nem menos. Sem que, aparentemente, nada aconteça. A coisa parece ficar por um simples “olha que aborrecimento, lá perdemos uns trocos”. Ou, se calhar, nem isso. Ninguém se rala por tão pouco. Agora, que se os factos ocorressem na vigência de outro governo qualquer teríamos conversa para vários dias. Afinal, trata-se apenas de uma bagatela que daria para pagar cerca de um mês de vencimentos aos funcionários públicos. Quase nada, portanto.

Mais do que a perda de tanto dinheiro – a somar a muito outro que já se perdeu em receita fiscal – o que me deixa estupefacto é a reacção que observo em meia dúzia de blogues – não me apeteceu ler mais – de acérrimos apoiantes da geringonça. Para quase todos a culpa não é do governo. Coitado, não tem responsabilidade nenhuma nisso. Os culpados são os malandros dos funcionários. Esses patifes que só atrapalham. Nisto e noutros – poucos - aspectos onde a actuação do governo ainda não conseguiu atingir a genialidade. Eu sei que reverter cortes nas reformas actuais à custa de cortes nas reformas futuras, faz toda a diferença na maneira como os reformados de hoje e os reformados de amanhã olham para o governo. Não precisamos é de ficar cegos. Ou, apenas, de não querer ver. Nem escrever.


É a conta...ó faxavor!

Kruzes Kanhoto, 26.02.17

ttttttt.jpg

Os taberneiros continuam a fugir ao fisco. Como sempre fizeram, diga-se. Estimam uns entendidos no assunto que a marosca chegue aos quinhentos milhões de euros. Coisa pouca, convenhamos. Nada que surpreenda. É, até, algo perfeitamente normal. Mais ainda desde que a geringonça decidiu baixar o IVA e, por força da menor dedução no IRS, desincentivar a exigência de factura pelo consumidor. Se, antes, a porta do galinheiro estava entreaberta agora, com esta medida, está totalmente escancarada e a chave entrega às raposas. Hoje em dia ninguém quer factura. Nem eu já ligo a isso. Qual é, portanto, o espanto?! Quanto aos milhões a menos, alguém os pagará. Tenho uma vaga ideia acerca de quem vai ser... 

Inferno fiscal

Kruzes Kanhoto, 09.12.16

IMG_20161204_120350.jpg

 

Desconheço se o proprietário deste imóvel estará ou não sujeito ao imposto da gaiata Mortágua. Ignoro, igualmente, o valor que lhe foi atribuído pelo fisco. Mas, suspeito, não deve ser assim tão pouco. O prédio está à venda há alguns anos e, pelos vistos, ninguém lhe pega. É disto que por aqui escrevo de vez quando. Do valor manifestamente exagerado da avaliação fiscal, dos impostos a que os imóveis estão sujeitos e da pouca ou nenhuma rentabilidade que, em muitas circunstâncias, os proprietários deles obtêm. Pode, admito, nada disto se aplicar a este caso em concreto. Agora o que não se pode é presumir que alguém, pelo simples acaso de possuir algum património, é automaticamente um ricaço da pior espécie e por isso merece ser tributado ao nível do esbulho.

Esquerda para lamentar

Kruzes Kanhoto, 30.01.16

imagen_8492.jpg

A esquerdalha “descobriu” agora que, ao contrário do que tem andado a papaguear, a redução da taxa do iva na restauração abrirá um buraco descomunal nas contas públicas. Mas, ainda assim, acredita que pode avançar com mais essa loucura. Nada que os aflija. Nomeadamente quando a ideia daqueles malucos parece ser forçar a saída do euro. Entre quebra de receita fiscal, fuga ao fisco e tramóias diversas será só mais um Banif. Isto só à conta do sector da restauração. A única diferença é que este se repete todos os anos. Daí que, digo eu, é capaz de ser um bocadinho difícil convencer os gajos das Europas de que esta é apenas mais uma medida extraordinária. Ao contrário dos extraordinariamente parvos apoiantes do governo, que estão mais do que convencidos da genialidade de tudo o que brota da ala esquerda “para lamentar”...

 

Se querem privacidade não ponham a foto no fuçasbook!

Kruzes Kanhoto, 21.01.16

Ainda não li as reacções – que presumo já abundem por aí – à ideia do governo de obrigar os bancos a comunicar às Finanças os saldos das contas bancárias de cada um. Se relativamente ao número de contribuinte nas facturas é o escarcéu que se conhece, nem quero imaginar o que será se esta medida for avante. Por mim aplaudo de pé. Só peca por tardia. Embora tenha muitas dúvidas, para não dizer certezas, quanto à possibilidade da comissão de protecção de dados conceder autorização para que tal aconteça. Por cá protege-se sempre o prevaricador. Nem que para isso se castigue a vitima. E, neste caso dos impostos, as vitimas somos nós. Os que pagamos impostos e que não temos nada a esconder por detrás de uma privacidade que alguns evocam de cada vez que dá jeito.

Coisas de malucos. Ou de portugueses, tanto faz.

Kruzes Kanhoto, 09.01.16

maluco.jpg

 

Ainda as penhoras - ou a sua impossibilidade - por dividas ao fisco. Podia argumentar, baseando-me na sabedoria popular, que quem não aguenta o peso larga a carga. Mas não, não vou por aí. Admito, até, a bondade na lei quanto a um ou outro caso. Custa-me é aceitar que muitos chicos-espertos – seguramente a esmagadora maioria dos envolvidos – se continuem a rir à conta de todos. Ou a roubar-nos. Como aquele taberneiro que não entregou o IVA que eu lhe paguei. Mas se é disto que o povo gosta...

Tal como também gosta daquela coisa de taxar as heranças. Um roubo que a maioria de esquerda pretende que o Estado volte a fazer aos contribuintes. Ou seja. Para a esquerda e, a julgar pelas opiniões que vou lendo e ouvindo, para a maioria da população sensível, educada, culta, solidária e tudo o mais que se queira, deve-se perdoar os caloteiros mas, simultaneamente, obrigar outros a pagar aquilo que já é seu por direito ainda que, eventualmente, nem tenham liquidez para o fazer. Embora, neste caso, possam sempre também eles tornarem-se caloteiros e, assim, obter o perdão daqueles que os pretendem roubar. Coisa de malucos? Não. Estamos em Portugal e esta é a vontade dos portugueses.

A estupidez devia ser taxada...

Kruzes Kanhoto, 26.07.15

Captura de ecrã - 26-07-2015 - 21:43:52.jpg

 

Apreciamos a rebaldaria, admiramos o chico esperto e detestamos o rigor. Somos assim, enquanto povo. Não há nada a fazer. Por mim gosto de ser o labrego da barraca que o imbecil que escreveu este comentário retrata. Com uma pequena nuance. Estou-me nas tintas para o Audi. Não gosto é de pagar impostos. Coisa que o javardola que se diz de férias na Grécia, provavelmente, nem sabe o que é. Que fique por lá. Patetas destes não fazem cá falta nenhuma.