Uma risota, isto.
Olha-me este. Armado em populista, o senhor. Agora a dizer que há quem entre na política com uma “mão na frente e outra atrás” e saia de lá bem “abotoado”!!! Ná, isso não pode ser. Eu não conheço ninguém assim, não conheço ninguém que conheça alguém assim e, aposto, nenhum dos meus leitores será capaz de, sequer, admitir que conhece alguém nestas circunstâncias. Isso é uma impossibilidade prática. Quando muito, vá, alegadamente abotoado. Ou abotoada.
Sempre achei que, ao ir para a política, quem de repente começa a ganhar dois ou três mil euros líquidos por mês consegue fazer uma vidinha jeitosa. Nomeadamente por manter os hábitos de poupança herdados do tempo em que ganhava bastante menos. Daí as noticias de gente que, assim que se dedicou a servir a causa pública, desatou a comprar casas, viajar ou a trocar de carro não me suscitem motivos para desconfianças e sempre me pareceram manifestamente exageradas. Sim, eram pobretanas e agora, aparentemente, vivem de forma desafogada mas, acredito eu, aquilo dever-se-á a uma rigorosa gestão dos respectivos rendimentos. Assim do tipo comer açorda em casa e caviar quando é a “política” a pagar.
Há sempre quem desconfie que por “baixo da mesa” haverá uns trocos que mudam de conta ou malas cheias deles que mudam de dono. Dessas cenas, obviamente, nada sei. Mas, já dizia a minha avó, para quem não tem vergonha todo o mundo é seu. E o mundo dos contratos públicos, para aqueles que não têm vergonha, pode constituir um manancial de oportunidades para melhorar de vida. Se alguns aproveitam ou não, reitero, desconheço. Mas lá que alguns parecem muito pouco envergonhados isso, alegadamente, parece...