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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

O cliente tem sempre razão. Mesmo quando parte a loja.

Kruzes Kanhoto, 17.01.12

Cidadãosindignados terão hoje partido a pontapé uma divisória em vidronuma “Loja do Cidadão”. Estaria mesmo a pedi-las, suponho. Talcomo também acredito que bastou escaqueirar o objecto em causa paraque o motivo que provocou tão elevado grau de indignação terficado de imediato resolvido. Porque, como toda a gente sabe, pararesolver certos assuntos nada como partir coisas. Ou, no mínimo,elevar em muitos decibéis o nível da berraria.
Aoque parece, na origem do desacato terá estado o desagrado de algunsbeneficiários da segurança social que terão sido chamados a reporcomparticipações a que não teriam direito. O que, naturalmente,provocou a ira dos lesados e motivou a sua colérica reacção. Enada melhor e adequado para resolver a coisa do que começar porofender os funcionários e partir a loja.
Normalnos dias que correm, diga-se. Hoje quem se dirige a uma repartiçãopública, nomeadamente quando o assunto a tratar envolve algo que outente entende não o beneficiar, fá-lo quase sempre de formadeselegante, agressiva e ostensivamente provocadora. Pena que todaessa coragem e ousadia seja dirigida, por norma, aos alvos errados.Seria, com certeza, muito mais apropriado que o fizessem quando, porexemplo nas campanhas eleitorais, os políticos vão visitar oslocais onde vivem. Mas não. Aí portam-se que nem santinhos, talvezna esperança de receber uma torradeira, um emprego ou outra qualquerbenesse. E não, não estou a pensar apenas em gente de poucosrecursos, baixa escolaridade ou de certas franjas sociais. Bestasengravatadas ou mulas de salto alto é coisa que não falta.

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