Ajudem os animais celibatários, pá!
Acho muita piada àquelas pessoas que relatam as aventuras dos seus animais de companhia como se estivessem a falar das traquinices dos filhos ou dos netos. Sou capaz de ficar largos minutos, embevecido, a ouvi-las. E, ao contrário do que se possa supor, levo-as muito a sério. Aprende-se bastante a escutá-las.
Exemplo disso era uma balzaquiana – muito bem conservada, diga-se – que contava a quem a ouvia que o mariola do canito – ou seria o gato? – à falta de companhia da mesma espécie – feminina, suponho, que o bicho se calhar não é paneleiro – se esfregava como se não houvesse amanhã, feliz da vida, numa almofada especialmente destinada para o efeito.
Não é que tenha nada a ver com isso, mas acho mal. Não que o bicho se esfregue, evidentemente. O que me parece grave – uma lacuna imperdoável, diria - é o mercado, a tecnologia, a ciência ou seja lá o que for ainda não dar resposta adequada às necessidades mais básicas dos nossos amigos de quatro patas. Ou de três, como o do meu amigo Joaquim O. (Só alguém cujo nome não será aqui revelado percebe o sentido da coisa, mas isso agora não interessa nada. Desculpa lá pessoa cujo nome não será revelado, mas tinha mesmo de fazer esta piadola!). Mas, dizia, é uma pena que ainda não tenham generalizado a produção e comercialização de uma cadela – ou uma gata, vá – insuflável. Ou outros briquedos sexuais, até. Seriam, de certo, um sucesso de vendas. E substituiriam as almofadas com inegáveis vantagens. Isto para além de, quase de certeza, nos proporcionarem histórias ainda mais animadas. Fica a ideia para um potencial investidor na nossa nova zona industrial…