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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Telenovelices

Kruzes Kanhoto, 28.02.18

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Constou-se-me que a novela em exibição pela TVI tem como protagonistas uma família de ciganos. Fica bem à televisão exibir produções, principalmente nacionais, que promovam o conhecimento da cultura cigana. É bom para aquilo da inclusão, ou lá o que é. Contudo, ao que me foi relatado, nenhum dos ciganos da historieta recebe o RSI e alguns – confesso que ia caindo do espanto abaixo – até trabalham. Fiquei sem vontade de ver. Gosto de ficção, mas não tanta.

 

Ele não quer é que a malta se divirta, pá!!!!*

Kruzes Kanhoto, 26.02.18

Perante a reclamação dos autarcas acerca da falta de dinheiro para a limpeza da floresta, o ministro da agricultura terá hoje deixado a recomendação para que, se necessário, cortem nas festas. Das duas uma. Ou o ministro não conhece os autarcas e o eleitorado que temos, nomeadamente quanto ao entusiasmo que ambos evidenciam no âmbito do festejo, ou está desejoso de ir gozar a reforma. Mas, reconheço, o homem tem razão. Toda. Apesar do rasgar de vestes a que, não tarda, assistiremos. Seja pela parte de responsáveis autárquicos, de comentadores e povo em geral ou dos profissionais da indignação que habitam as redes sociais, em particular.

Qualquer político orienta a sua actividade tendo em vista a reeleição. Para o que dá votos, portanto. Os autarcas, obviamente, não fogem à regra. Ora sabedores de quanto o povinho aprecia uma boa festarola, de preferência com comes e bebes em abundância e moçoilas aos pinotes, é natural que optem por aquilo que o povo quer. A festança. E o pior é que este pensamento não é exclusivo da classe política. Também haverá – dizem, que eu dessas coisas não sei nada – dirigentes associativos, incluindo daquelas instituições com acrescida responsabilidade social, que utilizam os subsídios das autarquias para a promoção de comezainas diversas e festins manhosos. E, depois, queixam-se da falta de meios, fazem peditórios ou aborrecem-nos com pedinchices várias.

 

*Só para citar uma critica que, já lá vão uns anos, me foi dirigida por um "dirigente" associativo...

 

O menino guerreiro

Kruzes Kanhoto, 24.02.18

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Quem terá envergado esta armadura? Crianças soldado, pigmeus guerreiros ou combatentes de baixa estatura são, assim de repente, as respostas que me ocorrem. Tudo questões pouco inquietantes e que agora não interessam nada. Até porque o seu futuro não passará, de certeza, por um campo de batalha. Pelo menos daqueles para que foi concebida. Mas pode, com inegáveis vantagens, ser usada noutras artes que não a da guerra. Nomeadamente daquelas onde o nível de belicismo é substancialmente mais baixo. Que isto, com as armas de hoje em dia, só servia para atrapalhar. Na retirada, em especial.

A ruína como fonte de financiamento

Kruzes Kanhoto, 23.02.18

Parece que, no conjunto do país, são já vinte e dois os municípios que aplicaram o agravamento do IMI às casas devolutas, degradadas ou em ruínas. Para o ano serão, seguramente, mais. Trata-se, como é óbvio, de mais uma maneira fácil e rápida de encher os insaciáveis cofres municipais. Medida com que, a julgar pelos comentários que se vão vendo em reacção às notícias publicadas a este respeito, muita gente concorda. 

Pois eu discordo em absoluto. Nomeadamente quando esse roubo é aplicado em municípios do interior.  Não acredito – mas isso deve ser o meu lado mais céptico a manifestar-se – que alguém, por sua vontade, não rentabilize ou deixe deteriorar um activo, no caso um imóvel, apenas porque sim. Se não o recupera e coloca no mercado, seja de venda ou de arrendamento, é porque não pode. E as razões podem ser mais que muitas. Todas, também sei, incompreensíveis e de fácil solução para quem não vive o problema.  

Não me canso de dizer e de escrever que o Estado deve deixar o cidadão em paz. Mas, neste caso, também já estou cansado de defender que as câmaras, em lugar de penalizar o proprietário, deviam tomar posse dos imóveis pagando por eles o valor tributário. Depois procediamàs obras de recuperação e faziam deles o que melhor lhes parecesse. É que assim, como as coisas estão actualmente, quantos mais prédios desocupados, degradados e em ruinas, mais dinheiro entra nas autarquias que apliquem este agravamento. Perverso, digo eu.  

Regulamente-se...

Kruzes Kanhoto, 20.02.18

Todos os dias o governo – ou os partidos que o sustentam – manifestam a intenção de legislar, regulamentar, estabelecer limites, impor procedimentos e, seja qual for a maneira, imiscuir-se na vida das empresas, do povo em geral e das pessoas em particular. Sem que, na maioria dos casos, daí resulte uma vantagem que salte à vista ao comum dos mortais.

Já perdi o conto aos assuntos que apenas dizem respeito às relações entre particulares, em que a malta que tomou de assalto o poder resolveu meter o nariz. Segue-se, dizem, a regulamentação do que uma empresa pode ou não vender aos seus balcões. Tal como os objectivos de vendas que esta pode ou não negociar com os seus funcionários. Não tarda – já ameaçaram – tratarão de impor limites ao que cada um pode fazer com os imóveis de que, por enquanto, ainda é proprietário.

Regulamentam tudo, estes badamecos. Presumo que determinar quantas vezes podemos sacudir depois de mictar, constitua uma das próximas prioridades. De facto já é tempo de alguém colocar ordem num assunto tão premente sempre negligenciado pelos sucessivos governos de direita. 

Armado em descentralizador

Kruzes Kanhoto, 19.02.18

Não gosto de armas. Nem mesmo das brancas, que eu não sou racista sequer ao nível do armamento. Mas estranho que exista tanta gente a culpar a livre venda de armas pelos massacres que ciclicamente se repetem nos States. Quase tanta, diria, como aqueles que garantem, sempre que acontecem ataques de cães de raça perigosa, que perigosos não são os cães mas sim os donos. Então – e reiterando o meu ódio a todo o tipo de armas – não se pode aqui aplicar o mesmo principio e estabelecer que perigosas não são as armas mas sim quem as possui? Seria, se calhar, uma questão de idoneidade intelectual, coerência ou algo assim.

Por falar nisso da idoneidade intelectual e afins. Não me pareceu que o discurso do novo líder do PSD tivesse sido um exemplo dessas coisas. Nomeadamente quando, referindo-se à necessidade de descentralizar serviços, citou o Tribunal Constitucional ou a Provedoria de Justiça como exemplos de instituições que podiam funcionar em Coimbra. Percebe-se, em parte, dada a existência da Universidade e isso. Mas, a sério, descentralizar é mudar serviços de Lisboa para o Porto, Coimbra ou Braga? Era capaz de ser um pouco mais eficaz, no âmbito do investimento no interior, anunciar a mudança da ASAE ou da AICEP para Estremoz.

Caminhos privados, iluminação pública.

Kruzes Kanhoto, 18.02.18

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Nutro um profundo desprezo pelos chicos-espertos. Em especial por aqueles que, de uma ou outra forma, tratam de se apropriar – ou de distribuir, tanto faz – o que a todos pertence.

Faz-me uma certa confusão não poder, hoje, andar pelas veredas e caminhos rurais que calcorreei na minha infância e juventude. Tal como antes já os meus pais e os meus avós tinham feito. As veredas, simplesmente, desapareceram. Foram lavradas. Os caminhos – que, admito, até podem estar em terreno privado mas sempre foram usados por toda a gente – estão vedados.

Quero admitir que os novos proprietários não o fizeram sem as devidas autorizações. Nem ouso pensar que quem autorizou não o fez no estrito cumprimento da lei. Há, no entanto, uma questão que não deixa de me moer. Então, se esses caminhos são privados, como é que são iluminados pela rede de iluminação pública?! Voltarei, seguramente, ao tema. É que isto está-me cá a afligir...

Deixem os putos em paz!

Kruzes Kanhoto, 16.02.18

Diz que lá para o norte existe uma escola onde todos os alunos são de etnia cigana. Nada que, tanto quanto se sabe, cause inquietação à comunidade local. Cigana ou não. Ora a ausência de chatices é coisa que não agrada a toda a gente. Há quem precise delas para se fazer notar. Ou para lhe ser dada a importância que não tem.

Tanto assim é que uns quantos iluminados já andam por aí a reclamar pela ausência de misturas. Não lhes importa que a dita escola se situe paredes meias com o local de residência dos alunos e que, por isso, seja natural que a frequentem. Estão-se nas tintas para a vontade dos pais. Das duas uma. Ou os ciganitos vão para escolas mais longe ou os pirralhos de mais longe vão para a aquela escola. Parece, digo eu, um bocado parvo. Mas, para as criaturas que estão a suscitar a questão, vale tudo para fazerem vingar as suas teorias da treta. Até prejudicar as crianças.

Também não deixa de ser assaz estranho que, em relação a este caso, se mencione a etnia dos alunos. Ainda um destes dias, acerca de um outro caso igualmente mediático, levei o dia a ouvir falar de indivíduos. Era bom que a merda de comunicação social que temos fosse coerente uma vez por outra. Ou são sempre ciganos ou são sempre indivíduos. Decidam-se, porra!

Liberdade de expressão, de pensamento e essas coisas...Será que esta gente percebe o conceito?

Kruzes Kanhoto, 15.02.18

Escrever acerca da paranóia colectiva que se vive em relação aos animais constitui, quase sempre, sinónimo de gente indignada e a esforçar-se para me ofender. Ou ameaçar. Coitados. São ridículos. Mas gosto deles assim.

Foi o caso deste post que, após partilha no Facebook, suscitou a ira da candidata do PAN à Assembleia Municipal de Évora, mestre em sociologia e gestora de clínica veterinária de profissão. Faz juízos de valor, tira ilações sabe-se lá de onde e, sobretudo, manifesta uma indisfarçável intolerância a opiniões diferentes da sua. Só qualidades, portanto. Se é esta a geração melhor preparada de sempre e a gente nova que está a chegar à política, então, eu vou ali e já venho. Devia ser bonito, isto, com gentinha desta a mandar...

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Prioridade ao individuo

Kruzes Kanhoto, 14.02.18

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Diz que terá havido pancadaria da grossa num hospital do Porto. Uns quantos indivíduos, revoltados pela demora no atendimento a um familiar doentinho, terão sovado vários funcionários que estavam de serviço nas urgências do tal hospital. Mas, vá lá, a policia estava por perto e tratou de dispersar os tais indivíduos.

Ora, confesso, tudo nesta história me causa estranheza. A actuação das forças policiais, por exemplo. Cuidava eu que a sua obrigação era mais agregar do que dispersar. Assim, sei lá, tipo juntar os indivíduos agressores na esquadra e leva-los à justiça ou coisa parecida. Embora, no caso, estender um bastão a toda a extensão do lombo dos indivíduos também me parecesse adequado.

Admito que o pessoal que levou nas trombas as estivesse mesmo a pedir. Mas, há que reconhecer, bater naqueles profissionais e naquelas circunstâncias é próprio de um individuo dotado de um elevado grau de imbecilidade. Característica muito comum a pessoas vulgarmente designadas por individuo pela comunicação social, diga-se. Se estavam com pressa para ser atendidos, seguramente que só pioraram as coisas. Pois, de certeza, que este comportamento dos individuos só terá contribuído para que tivessem de esperar ainda mais.

Por fim – e também por último – a maneira como a ocorrência é relatada em tudo o que é comunicação social. Os agressores são, sistemática e reiteradamente, tratados como indivíduos. O que configura um tratamento discriminatório e quase tão reprovável como o praticado pelos, lá está, indivíduos. Eu próprio já assisti, em diversas ocasiões, à invasão das urgências hospitalares por indivíduos. Ora, assim sendo, escusavam os senhores jornalistas de estigmatizar os agressores. Por causa do mau comportamento de um individuo – ou mesmo de cem mil, vá – não devemos julgar como mal comportada toda uma comunidade de indivíduos. Às tantas ainda começo a achar que existe na classe jornaleira uma espécie de preconceito racista contra indivíduos. Tá mal, pá!

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