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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Demonstração dos resultados

Kruzes Kanhoto, 31.12.17

Não gosto de balanços. Prefiro a demonstração dos resultados. Manias. E os resultados a demonstrar relativamente ao ano que hoje finda não são grande coisa. Foi mais do mesmo. Ou, admitamos, o país está melhor os portugueses é que ainda não sentem nada na carteira. Excepto, vá, os reformados mais abastados, quem recebe o salário mínimo e os funcionários públicos com vencimentos mais elevados. Para todos os restantes alguém que me explique quais são as melhoras que eu não dou por nada. Tirando a continuação - imperdoável este meu esquecimento - deste refrescante odor a pinho que agora se respira em lugar daquele horrível bafio que antes tinhamos de suportar...

Erva em demasia...

Kruzes Kanhoto, 30.12.17

Aquele grupo de pessoas que só quer o nosso bem – governo ou lá como se convencionou chamar – já decidiu o que podemos ou não comer nos bares, cafetarias e similares dos estabelecimentos de saúde. Por enquanto ficam-se por aqui. Mas, não tarda, a obrigação há-de estender-se aos restaurantes e, um dia, às nossas casas. Tentativas disso são já conhecidas algumas. Outras, certamente, se seguirão.

Vá lá que ainda não foi desta que limitaram a oferta alimentar destes estabelecimentos à comida vegetariana. Fica, certamente, para a próxima. Por enquanto ficam-se pela recomendação do consumo de carnes brancas acompanhadas de uma salada de alface, tomate ou cenoura ralada. Para beber aconselham uma infusão de ervas. Sem açúcar. Só podia. Esta gente tem uma fixação pela erva...


O Maduro que estique o pernil

Kruzes Kanhoto, 28.12.17

Uma vergonha – ou pior, até – essa cena de boicotar o Natal dos outros. Não se faz. Como o camarada Maduro não se cansa de salientar, trata-se de mais um infame ataque, por parte do grande capital e das forças imperialistas, à revolução bolivariana e ao povo venezuelano. Não bastava destruírem toneladas de comida e medicamentos, só para chatear o povo e deixar mal vistos os lideres revolucionários, agora os fascistas ainda têm o descaramento de perseguir os navios gigantes que iam para a Venezuela atafulhados de pernil. Tudo, ao que se sabe, por causa de uns trocos miseráveis. E do lucro. E da ganância. E de mais umas quantas cenas capitalistas que agora não me ocorrem. 

Pena que ao camarada Maduro não lhe tenha dado para esticar o pernil. Refiro-me, obviamente, ao stock que ainda possa existir no país e que ele, assim tipo aquele truque da multiplicação dos pães ou lá o que era, tratasse de multiplicar por muitos. 

Nisto só duas coisas me surpreendem. A fraca indignação que o assunto suscitou e a ausência de um movimento de solidariedade para ofertar pernil aos venezuelanos. Os profissionais da indignação e dos movimentos solidários devem estar ocupados com outra indignação e com outra desgraça qualquer.

 

Rabos de palha

Kruzes Kanhoto, 27.12.17

Gosto da democracia. É cá uma mania minha. Aceito, por isso, de bom grado que parte dos meus impostos sirva para financiar os partidos. Por mim – mas, admito, posso estar errado – é preferível que seja o orçamento de Estado a financia-los do que ter um Santos Silva qualquer a meter lá dinheiro à sorrelfa. Parece-me óbvio que este último método nos fica muito mais caro e que se paga na mesma com os nossos impostos.

Infelizmente o actual sistema de financiamento partidário não é carne nem é peixe. Depois dá nisto. E um dia destes noutra coisa. São as consequências de legislar à socapa, ao sabor das indignações das redes sociais e de não ter políticos sem “rabos de palha”. Mas esses, nos países onde existem, são os que nós chamamos populistas, ou lá o que é.

Todos os ajuntamentos são criticáveis, mas alguns são mais criticáveis que outros...

Kruzes Kanhoto, 24.12.17

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(Imagem obtida na internet) 

Acho alguma piada às criticas fáceis ao denominado consumismo desenfreado que se verifica nesta época do ano e que por norma são documentadas por fotografias de superfícies comerciais a abarrotar de gente. A comunicação social e as redes sociais em geral, por estes dias, repetem-nas sem parar. É lá com eles. Ou com quem define a linha editorial e determina aquilo com que nos devemos indignar. Pena que, pelo menos de vez em quanto, não mostrem imagens do Metro de Lisboa. Mas percebe-se que não o façam. Criticar um serviço concessionado ao Partido Comunista é capaz de não ser, nos tempos que vivemos, muito popular.

Caloteiros de olhos em bico

Kruzes Kanhoto, 21.12.17

Uma ou outra vez não me importo nada de concordar com os comunistas. É por isso que estou inteiramente de acordo com a medida do governo chinês que visa limitar a vida quotidiana dos caloteiros que não pagam as prestações dos empréstimos. Nomeadamente, entre outras coisas, impedindo-os de frequentar hotéis de luxo e viajar de avião ou comboio.

Por mim, reitero, acho bem. O mesmo, presumo, devem achar o PCP, o BE e aquela parte esquisita do PS. Bem que podiam, aproveitando a paixão assolapada que vivem entre eles, aprovar a aplicação de idêntico procedimento cá pelo rectângulo. Até porque, se não o fizerem, um dia destes estaremos todos a salvar mais um banco. Ah, não, espera. A esquerda, tirando o BPN e a Caixa Geral de Depósitos, não salva bancos nem perdoa dividas a grandes empresas que não se chamem Soares da Costa.

Injustiças

Kruzes Kanhoto, 20.12.17

Isto da justiça - aquela que é praticada nos tribunais por homens, mulheres e demais almas que não se revejam nesses estereótipos – tem muito que se lhe diga. Cada vez menos em seu abono, refira-se. Para isso muito têm contribuído inúmeras decisões que de justo pouco aparentam ter. Mesmo deixando de lado aquelas que atingem um grau de mediatismo que as torna impossíveis de ignorar. Podemos ficar por outras, longe do foco mediático, mas nem assim menos dignas de causar revolta e indignação. Principalmente, como é óbvio, entre as vitimas, os condenados ou, até, entre aqueles que nada têm a ver com o assunto mas que tendem a aborrecer-se com as injustiças.

Como, por exemplo, obrigar um cidadão que aufere o salário mínimo a pagar uma pensão de alimentos no valor de duzentos e cinquenta euros mensais. Cidadão esse que, mesmo assim, ainda se pode dar por feliz por a extorsão não ir a valores mais elevados. É que, segundo a legislação em vigor, quarenta e três por cento do IAS - cento e oitenta e um euros – chegariam muito bem para o infeliz espoliado viver com dignidade. Embora, pelas mesmas contas, igual quantia não chegue para a dignidade da criança. Nem, quiçá, da progenitora. Mas essa, se encontrar mais uns quantos alarves, terá uma vidinha descansada por muitos anos.

O diabo está nos conceitos

Kruzes Kanhoto, 18.12.17

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Quando se fala de alegada má gestão no chamado terceiro sector é de bom tom, logo para inicio de conversa, afiançar que não se deve confundir a árvore com a floresta e que poucas serão as instituições que não possuem uma administração a pautar-se pelos mais estritos conceitos de bem gerir. Pois. Será.

É que o problema está precisamente nisso. Nos conceitos. Levar uma família a fazer uma doação – seja em dinheiro ou em espécie – a uma IPSS para que um idoso tenha lugar no lar da terceira idade – coisa que nem sei se acontece – pode, a suceder, ser considerado um excelente acto de gestão. Ou uma Organização Não Governamental, cansada de esperar por refugiados, ir buscá-los directamente aos portos líbios para garantir o apoio governamental por cada cabeça resgatada, também poderá – lá está, a acontecer – constituir uma boa estratégia de negócio.

Há, depois, o descaramento. Ou, como outros preferem, o deslumbramento. Daí que algumas entidades – neste caso em Espanha, mas estas coisas têm tendência a globalizarem-se – promovam campanhas de caça à herança com o alto patrocínio, imagine-se, das Nações Unidas. Que isto convém sempre dar um ar de seriedade à coisa. Por cá também se contam muitas histórias de heranças e de como elas terão, segundo a voz do povo, melhorado a vida de alguns. Ou não, dependendo do conceito.

 

O cone

Kruzes Kanhoto, 16.12.17

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Se eu fosse um gajo com queda para a dissertação desatava para aqui a tecer considerandos acerca da época natalícia. Mas não tenho esses dotes. Nem, a bem dizer, dissertar seja coisa que me apeteça por aí além. Fico-me pelo cone. Que, sem se saber ao certo como nem porquê, se tornou no mais recente símbolo de Natal. Deve ser para não ofender os amigos dos pinheiros, ou isso. Mas, seja lá qual for o motivo, agora todas as terras têm um. Nós, por cá, também. E está janota, o sacana do cone.

Justiça à moda da esquerda. Torta, portanto.

Kruzes Kanhoto, 15.12.17

Gosto dessa coisa da justiça social, ou lá o que é, que o fantástico governo das esquerdalhas associadas tratou de restabelecer depois daqueles maléficos governantes que os antecederam terem espalhado injustiças, miséria e sei lá que mais.

Gosto tanto que não posso deixar de me congratular com o anuncio de mais uma medida que visa repor um pouco de justiça na sociedade portuguesa. O aumento das reformas. É justo. Não podia estar mais de acordo. Assim como já estava em concordância com o bando quanto à decisão de aumentar o salário mínimo. Aliás só uma besta é não se regozijaria por os reformados – os que ganham mil e quinhentos euros, por exemplo – terem um aumento de vinte euros. Também só um idiota chapado não exultaria com o crescimento do SMN em vinte e três euros.

Ainda assim nada que se compare com o júbilo que sinto por, o mesmo bando, ter decidido que os funcionários públicos - misteriosamente são os seus principais lambe botas – que auferem, digamos, setecentos ou oitocentos euros não vão ter um cêntimo a mais no seu ordenado. Pelo sétimo ano consecutivo. A mim parece-me socialmente justo. É bem feito. Tanto que, se isto continua assim, ainda voto neles. Deixo é um apelo aos meus leitores. Nesse dia internem-me.

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