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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

E promessas novas, pá?!

Kruzes Kanhoto, 27.09.17

Esta deve ter sido, em termos autárquicos, a campanha eleitoral que menos interesse me suscitou. Li, apesar disso, as propostas que as quatro forças concorrentes têm para nos apresentar. Por alto e na diagonal, confesso, mas li. Foi assim a modos um passar de olhos, como diria a minha avó, suficiente para me deixar profundamente desiludido. Mais coisa menos coisa são as ideias do costume. Não descortino ideias inovadoras nem verdadeiramente capazes de suscitar uma mobilização geral do eleitorado. Daquelas de encher o olho, vá. E nem me refiro àquelas cenas de prometer campas a metade do preço, bairros do amor ou espantar ciganos. Isso são coisas de meninos que prometem em todo o lado. O que eu queria ver nos programas eleitorais eram promessas a sério. Assim tipo construir um teleférico do Rossio até ao Castelo ou um centro de acolhimento a visitantes de outros planetas. Sim, que isto há que elevar a aposta no turismo a outros patamares. Ou, até mesmo, recuperar as fontes tradicionais que foram ao longo dos anos sendo destruídas pelo desleixo, pela acção do tempo ou pelos proprietários dos terrenos circundantes.

Parvoíces

Kruzes Kanhoto, 25.09.17

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Não percebo este chavascal por causa das eleições alemãs e da votação na extrema-direita lá do sitio. Os eleitores votaram nas opções que tinham à sua disposição, não consta que tenha havido fraude e, contados os votos, o resultado final foi o que se conhece. Goste-se ou não. Chama-se a isto democracia, ou lá o que é aquilo de que só gostamos quando ganha o nosso partido favorito.

Por falar em parvoíces. Diz que há umas desmioladas a propor que existam carruagens do metro apenas para mulheres. Mais ou menos as mesmas, ao que consta, que eram contra os livros para meninas e os livros para meninos. Argumentam que há marmanjos que se esfregam nas senhoras e que – passo a citar - se vêm entre duas estações. O que revela, logo para começar, que padecem de dois problemas. Desequilibro mental e ejaculação precoce. Um par de tabefes costuma aliviar o primeiro. Quanto ao segundo, revelar logo ali a precocidade ejaculatória do individuo em questão era capaz de produzir um efeito dissuasor bastante eficaz. Mas, seja como for, segregar é que não. Não pode existir medo. Não é o que dizem sempre que há atentados? Ou têm mais medo de um frustrado qualquer do que de um bombista?!

Insecticida ecológico

Kruzes Kanhoto, 24.09.17

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Hoje foi dia, cá pelo quintal, de preparar o inseticida biológico. Uma solução de vinagre e açúcar que, espero, atraia toda a espécie de insectos. Nomeadamente as moscas da fruta que, presumo, devem estar por aí a chegar e que, só por si, são gajas para destruir parte significativa da produção de laranjas, as maganas.

Este método contraria aquela velha máxima que garante não ser com vinagre que se apanham moscas. Apanham e não são poucas. Dentro de algumas semanas – se não for antes ou não me esquecer – darei noticias do holocausto entomológico em perspectiva e que demonstrará à saciedade quanto errada está essa ideia.

Espero que nenhum amiguinho dos insectos venha para aqui recordar-me que as moscas têm tanto direito como eu a viver neste planeta. Só para não ter o trabalho de o mandar à merda.

A tia que agora é boazinha

Kruzes Kanhoto, 22.09.17

Ainda me lembro – mas devo ser só eu – do tempo que a Merkel era considerada uma besta. Desde politicos, mesmo daqueles que não eram muito à esquerda, a comentadores de todas as origens tinha a chanceler alemã na pior das considerações. Até qualquer borra-botas, daqueles que têm opinião acerca de tudo mesmo sabendo nada seja do que for, estava em condições de garantir que a criatura era o diabo em pessoa. Uma malvada, em suma. A responsável máxima pela crise europeia e que, graças à sua teimosia, intransigência e desprezo pelos países do sul nos fazia andar para aqui a penar.
Hoje, miraculosamente, tudo mudou. A senhora foi, quase de repente, foi transformada numa espécie de divindade. Não que – tanto quanto se sabe – tenha mudado de opinião acerca do que devem ser as opções da Europa em termos de política orçamental. Nem, também quanto é conhecido, a sua posição se tenha alterado em relação a qualquer outro daqueles assuntos que antes suscitavam a ira dos seus críticos.
O que terá, então, motivado esta súbita mudança na opinião pública, na opinião publicada e naqueles políticos merdosos de esquerda que antes passavam o tempo a critica-la? Os refugiados, claro está. A mulher escancarou as fronteiras alemãs e europeias aos invasores e, com isso, apressou o fim da sociedade ocidental tal como a conhecemos. Coisa que, naturalmente, deixa feliz muito javardo.

Às espingardas!

Kruzes Kanhoto, 20.09.17

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Portugal não terá um problema de segurança. É pelo menos nisso que todos acreditamos. Deve ser aquela coisa dos brandos costumes, ou lá o que é. Tanto que quando alguém ousa questionar esta crença é, quase de imediato, confrontado com a sua condição de xenófobo, racista, demagogo, populista e outros atributos agora muito em voga ao nível da ofensa, dada a escassez de argumentos mais ou menos válidos para a contraditar.

Não estaremos, também nesta problemática, ainda ao nível da maioria dos parceiros europeus. Mas, se calhar, estamos a fazer um esforço para lá chegar. É por isso que os portugueses, não vá o diabo tecê-las, estão a prevenir-se e já terão começado a tratar da sua defesa. Ou então, tal como eu, estão fartos da passarada. Podiam era colocar a embalagem da metralhadora no eco-ponto azul. Só por causa da ecologia e isso...

E que tal estudar as prioridades?

Kruzes Kanhoto, 19.09.17

Todos os anos por esta altura são publicados artigos de jornal, ou exibidas reportagens, acerca de quanto custam às respectivas famílias os estudantes que se deslocam do seu domicilio habitual para frequentar o ensino superior noutra cidade. Nomeadamente em Lisboa. O que este ano me surpreendeu não foram os preços de que pais e alunos se queixam. Elevados, mas que apenas espantam os mais incautos. O que me deixou boquiaberto foram os itens que integraram a lista de despesas, dadas como certas e essenciais, para chegar aos valores apresentados. Incluía tal rol as despesas com ginásio – cerca de trinta euros – e com diversão nocturna – noventa euros, mais coisa menos coisa.

Por mim acho muito bem que o pessoal, estudante ou não, trate do físico. Melhor ainda que emborque uns canecos. Não tenho, reitero, nada contra. Mas, que diabo, incluir isso como custos de um curso universitário?! Então se os meninos ficassem na terra não bebiam nem cuidavam do cabedal? E, pior, não têm um pingo de vergonha nas trombas para mencionar esses gastos quando, em simultâneo, se queixam do valor das propinas ou do preço dos transportes. Coisas que, recorde-se aos mais desatentos, são financiadas por todos. Mesmo que não estudem e andem a pé.

Desokupados

Kruzes Kanhoto, 18.09.17

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Um grupo de indivíduos – provavelmente desocupados e sem nada de útil para fazer - ocupou, um destes dias, um prédio devoluto propriedade do Município lisboeta. Não terá sido, presumo, escolhido ao acaso. Qualquer proprietário normal, chamemos-lhe assim, não estaria para aturar as brincadeiras de gente que se recusa a crescer. Opção, essa de ser eternamente gaiato, que será muito legitima - embora simultaneamente parva e financeiramente ao alcance de poucos – mas que se deve conter dentro daquilo que a lei aceita. O que, para além dos jornalistas embevecidos com esta acção, toda a gente deve perceber que não é o caso. Até o Medina. Mas este pensará no assunto lá para dia dois do próximo mês. Entretanto quem passar por perto é melhor ter cuidado com o fumo. Nunca se sabe a quantidade de tabaco que essa malta usa.

Somos todos turistas

Kruzes Kanhoto, 17.09.17

Tourists go home – Refugees welcome” é, ao que documentam uma infinidade de imagens, a palavra de ordem que cada vez mais se pode ler nas paredes de muitas cidades europeias. Claro que basta um parvo em cada cidade para a encher de bacoradas desta natureza e, como relativamente a outros assuntos alguns gostam de enfatizar, a mensagem não representa o sentimento da esmagadora maioria dos habitantes do burgo onde elas aparecem pintadas.

Nestas poucas palavras estão refletidas duas das piores características do ser humano. A ingratidão e a estupidez. O pior é que, principalmente entre os políticos esquerdelhos, já vai havendo quem simpatize com esta ideia. Sem que, com isso, ninguém os acuse de racistas, xenófobos, populistas e outros epítetos vagamente adequados à circunstância. O que não deixa de ser estranho, pois se a mensagem fosse “Refugees go home – Tourists welcome” nem quero imaginar a guincharia que teríamos de aturar...

Profissionais da discriminação

Kruzes Kanhoto, 16.09.17

Um jornal de expansão nacional – daqueles ditos de referência, seja lá o que for que isso quer dizer – exulta, na sua capa de um destes dias, por do currículo escolar do ensino básico e secundário passar a ser obrigatório o tema da chamada igualdade de género, do racismo e dessas coisas modernaças que eles gostam de inventar. O pasquim em causa tem, diga-se, feito um esforço assinalável por colocar esses assuntos na agenda mediática. O que se compreende. Há muita gente que necessita disso como do pão para a boca. Literalmente. Só à conta de observatórios, comissões, grupos de trabalho e comités diversos dedicados à temática há muita gente a ganhar a vida.

Mas, independentemente da necessidade de sustentar esse pagode que dificilmente sobreviveria sem os empregos que estas causas proporcionam, acho muito bem que nas escolas se lecionem estas matérias. É bom que se ensine aos meninos ciganos e a outras minorias que devem respeitar as diferenças e, sobretudo, que as leis pelas quais nos regemos são para cumprir. Sem discriminações.

Malvados, vão gastar o vosso dinheiro para outro lado!

Kruzes Kanhoto, 15.09.17

Extraordinário como, praticamente sem perder algum tempo a pensar, os internautas enchem o facecoiso e as caixas de comentários dos jornais aplaudindo as opções da geringonça. Hoje foi aquela ideia peregrina que o governo estará a amadurecer no sentido de taxar as pensões dos estrangeiros que, nos últimos anos, tiveram a ideia de viver e gastar as suas reformas cá pelo rectangulo.

Os argumentos são do mais variado mas, em quase todos, predomina a inveja. Assim na base do “se eu pago eles também têm de pagar”. Não adianta perder tempo a explicar a estes ignorantes as inúmeras vantagens para o país de ter pessoas com elevado poder de compra a viver grande parte do ano entre nós. Nunca perceberiam. Nem, menos ainda, percebem que caso coloquemos entraves à sua presença, outros lhes oferecerão aquilo que nós lhes negamos.

Percebo que alguns achem que o dinheiro deles não faz cá falta nenhuma. Nomeadamente aqueles que “o” têm certo ao fim do mês sem que para isso necessitem de desenvolver um esforço significativo. A esses pouco importa que os velhotes endinheirados do norte da Europa contribuam para a regeneração urbana das nossas cidades ou para a dinamização do nosso comércio, restauração e hotelaria. Tanto se lhes dá. Desconfio, até, que são capazes de pensar que se os estrangeiros começarem a pagar, a receita fiscal aumenta de tal maneira que o governo baixa o IRS...Tadinhos!

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