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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A osga sobrevivente

Kruzes Kanhoto, 31.08.16

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Não gosto de osgas. Enojam-me. Daí a tentar esmagá-las à base da vassourada ou com o sapato que estiver mais à mão vai o passo de um anão. Mas esta magana é esquiva. E está com muita sorte, também. Tem passado o Verão a escapar miraculosamente às múltiplas tentativas de esmagamento de que já foi alvo. Às tantas merece sobreviver. Pelo menos até à próxima vez que se ponha a jeito.

Os novos bolcheviques

Kruzes Kanhoto, 30.08.16

Não falta quem garanta que no Brasil não há políticos honestos. Se os houvesse, acrescentam, o país deixaria de funcionar. Desconheço se assim é ou não. Nem, a bem dizer, é assunto que me tire o sono. É lá com eles.

É por isso que, descontando aquela parte do internacionalismo não sei das quantas, dificilmente entendo os motivos que levam tantos comunistas a expressar diariamente nas redes sociais o seu apoio a Dilma Roussef e, consequentemente, a sua repulsa pelo processo político que levou ao afastamento da Presidenta brasileira. Parece – e se calhar é – uma campanha orquestrada. Insurgem-se contra um alegado golpe de Estado, acusam os opositores dos crimes que estes apontam aos governantes recentemente destituídos e apelam ao respeito da vontade popular expressa em eleições.

Convenhamos que estes argumentos e a sua acérrima defesa, independentemente da seriedade de todos os personagens envolvidos nesta comédia, são para lá de surpreendentes. Nomeadamente por virem de gente cujo ideal político é fundamentado nas teses de um ditador que chegou ao poder através de um golpe de Estado, que se esteve nas tintas para os resultados eleitorais – o seu partido levou uma coça monumental mas ele não largou o poleiro – e instituiu no país uma ditadura sanguinária que durou mais de setenta anos. Ou como diziam por cá: “Não podemos perder por via eleitoral o que tanto tem custado a ganhar ao povo português”.

Com sorte os senhorios até perdem o livro dos recibos...

Kruzes Kanhoto, 29.08.16

Senhorio de cariz social. Gosto disso. É genial. Brilhante, até. Deve ser mais um daqueles conceitos, todos modernaços, que a esquerda gosta de inventar. Nem sei como é que ninguém se tinha lembrado de criar esta figura. Ah, espera, afinal sei. Há quarenta anos que os comunistas e outros esquerdistas ainda mais radicais não estavam no governo… Sim, só a esta gente podia ocorrer uma ideia tão estapafúrdia como obrigar alguém a fazer caridade. Não tarda seremos obrigados a dar esmola. Em linguagem esquerdola a ser solidários com os mendigos.

A intervenção do Estado no sector da habitação tem produzido os resultados catastróficos que saltam à vista. Mas, ao invés de deixar o mercado funcionar, o que faz o governo?! Intervém ainda mais! É tudo uma questão (ideo)lógica. O governo deve estar à espera que surjam por aí aos pontapés senhorios como aquele da avenida da Liberdade, em Lisboa, que alugava uns duplexs por preços em conta. Ou, quiçá, como o outro que cedia gratuitamente apartamentos em Paris.


Perdoai-lhes senhor...

Kruzes Kanhoto, 28.08.16

Não é que me surpreenda muito – que isto os cidadãos, ao contrário do que se pensa, não diferem assim tanto dos políticos – mas questiono-me sobre a ausência de criticas ao resgate à Caixa Geral de Depósitos por parte dos autores de uns quantos blogues que tenho o hábito de ler com alguma regularidade. Na respeitável opinião dos seus autores o BPN, o BPP, o BES e o BANIF – tudo culpa do Passos Coelho, claro está – são os responsáveis por tudo e mais um belo par de botas. Já a solução para a CGD, que nos vai sugar mais cinco mil milhões, não parece ser da responsabilidade da geringonça. Nem, pelos vistos, de ninguém. Às tantas ainda há-de ser minha, por um certo dia de sol ter passado à porta daquilo…

Até, à semelhança do BE, o orçamento rectificativo que aí vem se afigura como a coisa mais natural deste mundo. Como se do mesmo apenas vá constar a despesa e a receita surja do nada. Tipo um milagre qualquer, ou assim. Que, para além dos que lhes aparecem nos recibos de vencimentos ou das pensões de reforma, as pessoas pouco percebam de números não é de criticar. Mas que falem deles como verdadeiros entendidos no assunto e ainda chamem ignorantes aos que, por uma ou outra razão, têm algum conhecimento do tema é que já me parece um bocadinho parvo. É por isso que eu evito dissertar aqui sobre unhal de gel, depilação intima ou viagens a destinos exóticos.

"Cada um veste o que quer". A sério?! Acham mesmo isso?

Kruzes Kanhoto, 27.08.16

 

Cada um veste o que quer, onde e quando muito bem entender. Será. Não consigo discordar convictamente desta tese, tão reclamada por estes dias, acerca da liberdade de escolha da indumentária. Mais. Estou com uma vontade danada de a colocar em prática. Assim do tipo ir à ópera de calções e xanatos. Ou ir à mesquita e não descalçar os sapatos. Ou ir ao banco com um capacete integral na cabeça. Daqueles com viseira escura e tudo. E não me digam que estes exemplos não valem por não se tratar de um espaço público. A opera pode ser no teatro cá da terra – que é municipal e de vez em quando também tem cenas dessas – o banco é a Caixa Geral de Depósitos – que mais pública não podia ser – e a mesquita como não paga impostos também pertence ao povo. Sempre quero ver se não me deixam entrar. Eu depois conto. Até já estou a imaginar, caso me barrem a entrada, a onda de solidariedade que se vai levantar na Internet em defesa da minha liberdade a vestir o que quiser quando muito bem me apetecer...

Por falar em solidariedade, tolerância e o camandro. Lembrei-me, vá lá saber-se porquê, daquele futebolista português que foi jogar para um clube espanhol e que na apresentação aos sócios e à imprensa local apareceu vestido com uma camisola onde estava estampada a cara do General Franco. Podemos ver neste link, no espaço reservado aos comentários, o que escreveram sobre isso uns quantos portugueses...Ou no último ano mudámos de opinião quanto a essa coisa de cada um vestir o que quiser ou então isto é tudo um bando hipócritas. Inclino-me mais para esta segunda hipótese.

 

Pobres avós que tão estúpidos netos têm...

Kruzes Kanhoto, 26.08.16

Fiquei por estes dias a saber – a propósito disto do burkini – que as avozinhas de muita gente também iam à praia naquele preparo. Completamente vestidas e com um lenço na cabeça. Quase todas de preto, garantem. Sem que ninguém ousasse incomodá-las por causa da fatiota. E desenganem-se os que pensam – tal como eu pensei – que quem assim escreve tem mais de cinquenta anos e se está a referir a velhinhas que já entregaram a alminha ao criador. Nada disso. São jovens – de idade, de resto não sei – os que afiançam ser esta a realidade dos areais portugueses trinta anos mais atrás. Aí por volta de mil novecentos e oitenta e seis, para nos situarmos melhor. Há, até, quem queira que nós acreditemos que a sua avó, hoje com sessenta e oito anos, dos quais quase quarenta vividos em Paris, é exactamente assim que, por estes dias, se banha nas águas mediterrânicas do sul de França. Pois. Deve ser, deve.

Desconheço o que andam a fumar. Ou a beber. Mas, decerto, tem pouco tabaco ou está estragado. Há trinta anos – ou mesmo mais – não havia banhistas assim vestidas, contudo, com as mentalidades que por aí existem, daqui por mais trinta não haverá ninguém em bikini. Mas é bem feito, que é para não serem parvos. E, principalmente, parvas.

Já se calavam com a briga dos fedelhos...

Kruzes Kanhoto, 25.08.16

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Isto dos alinhamentos dos telejornais e dos conteúdos noticiosos em geral ficarem a cargo dos jornalistas é uma chatice. Já dizia Ferreira Leite quando era líder do PSD. Basta ver a última semana. Não têm falado de outra coisa que não da briga de uns gaiatos. Como se, para além dos que lhes são próximos, isso importasse a alguém.

Podiam falar, se a ideia é manter a temática criminal na ordem do dia para roubar audiências à CMTV, dos muitos doentes mentais que andam pelas ruas europeias a tentar matar pessoas. Isto enquanto gritam “Allah akbar”. Que, parece, é o que as criaturas com problemas do foro psiquiátrico agora fazem enquanto tentam limpar o sebo a quem lhes está mais próximo e não tem, em comum com maluquinho, o mesmo amigo imaginário.

Para minha grande desilusão – e do Bruno de Carvalho, também – nem a profunda crise que o tricampeão está a atravessar, como comprova o recente empate altamente comprometedor, tem sido noticia. Nem entrevistas de rua aos habitantes de Setúbal a indagá-los quanto à forte possibilidade do seu Vitória chegar à liga dos campeões. Há cerca de um ano Arouca, após a derrota do bicampeão aos pés do clube local, foi invadida por repórteres convencidos que estavam na terra onde se festejaria, meses mais tarde, a conquista do título. E agora não saem da Ponte de Sôr... Desiludem-me, estes jornaleiros.



Eles "andem" aí... (II) ou mais, não sei ao certo.

Kruzes Kanhoto, 24.08.16

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Que os cidadãos sejam obrigados a aprovisionar a despensa com mantimentos, para no mínimo dez dias, é uma medida que as autoridades alemãs pretendem implementar no país. Isto para fazer face a um qualquer acontecimento futuro. Seja ele qual for. Cenários não faltam. Desde um ataque em larga escala de doentes mentais a um cataclismo natural qualquer. Ou, mas isso sou eu a desconfiar, são os extraterrestres que estão para chegar. O que não deve constituir problema. Tal como os maluquinhos a que a Europa abriga aos milhões, serão certamente criaturas bondosas, simpáticas e pouco dadas a causar aborrecimentos. O melhor é não ligar a isso de açambarcar comida – deve ser coisa para ajudar as grandes cadeias de distribuição – e preparar mas é a placa com os dizeres “Welcome Et's”. 

PS - Razão tinha o outro autarca maluco que queria fazer o centro de acolhimento a visitantes de outros planetas.

Não deviam estar todos na caminha? Afinal são umas crianças...

Kruzes Kanhoto, 23.08.16

Manifestamente exagerada a cobertura noticiosa que tem merecido a rixa da Ponte de Sôr. Independentemente das consequências dramáticas para um dos lados e de quem, do outro, está envolvido no incidente, a insistência no tema já enjoa. Se calhar não será o caso mas, assim de repente, quase parece encomendada.

Apesar de tanto tempo de antena desperdiçado em redor do assunto, ficam duas ou três questões – pelo menos – por esclarecer. Ou, se foram esclarecidas não dei por isso. O que não é de surpreender dado que o tema, logo após os primeiros trinta segundos, deixou-me de me suscitar qualquer curiosidade. Mas falta, escrevia, esclarecer, entre outras coisas, o que faziam três putos, menores de idade e um deles com apenas quinze anos – uma criança, não é? - num bar, às tantas da noite? Bebiam chá? Um sumo, talvez?! E mais ninguém tem responsabilidade no caso? E como é que as chaves do carro foram parar às mãos dos fedelhos? Ninguém na embaixada do Iraque deu pela falta da viatura? Tudo questões pertinentes – e impertinentes – que deviam ser colocadas.

Quanto àquilo da imunidade diplomática e da eventual impossibilidade de punir os iraquianos, também não estou a acompanhar a admiração generalizada que por aí se instalou. Querem lá ver que o país não está repleto de gente que goza de todo o tipo de imunidade...

E assim nos vamos indignando...

Kruzes Kanhoto, 22.08.16

O que não falta por aí é gente a diabolizar o sector privado. Basta ver a base de apoio da geringonça. O pior é que a dita iniciativa privada está, constantemente, a pôr-se a jeito. A dar razão a quem os abomina. Isto dos estágios é só mais uma sacanice das muitas em que os portugueses – “públicos” e “privados”, “individuais” e “colectivos” – são especialistas. “Semos” todos muito espertos. Gabamo-nos do nosso engenho em contornar as leis. Orgulhamo-nos de desenrascar tudo e todos. Depois dá nisto. E pior. Pena é que os gajos que se tramam sejam sempre os mesmos. É o que dá termos patrões a mais e empresários a menos, excesso de políticos e falta de gestores, lacaios incompetentes a fazer o que não sabem e cobardolas que falam quando deviam estar calados e se calam quando deviam falar.

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