Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Os valentões da internet

Kruzes Kanhoto, 29.02.16

satirinhas-o-valentão-da-internet.jpg

 

O que não falta é gente com coragem. Muita. Muita gente e muita coragem. Isto se a apreciação for feita tendo em conta o que se lê nas redes sociais. Coragem e, simultaneamente, má-educação. Gostava, mas a sério que gostava mesmo, que o pagode fosse capaz de dizer cara a cara, uns aos outros, apenas metade - há que ser prudente também no que se deseja - daquilo que escreve nas caixas de comentários dos jornais, blogs e outros sítios que tais. A animação estaria garantida. E a intervenção dos capacetes azuis também.

Pela minha parte não lhes ligo.  Ando nisto há anos suficientes para estar vacinado contra a intolerância dos alegados tolerantes e a estupidez dos génios auto-proclamados. Procuro seguir sempre aquele proverbio de que quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Daí que não me consigam aborrecer. Nem tire a roupa. Até porque, quase todos, me tecem um grande elogio. Tratam-me como se fosse um fedelho. Um puto mimado que sabe lá o que é a vida. Coloquei uma foto - recente, garanto - no perfil, numa vã tentativa de os esclarecer quanto aos anos que já levo cá pelo planeta. Mas nem assim. Devo estar muito bem conservado...

Declaro-me amnistiado

Kruzes Kanhoto, 28.02.16

piscina.jpg

Provavelmente devido à inexistência de factos relevantes, a Amnistia Internacional resolveu incluir no seu relatório anual uma referência ao incidente ocorrido o Verão passado nas piscinas municipais de Estremoz e que levou o municipio local a proibir uns quantos moradores do resort cá do sitio de frequentar o espaço. 

Cagar no meio aquático parece-me, de facto, um direito inalienável de qualquer ser humano. Que, como qualquer outro direito – inalienável, adquirido ou de outra espécie – não pode ser posto em causa apenas por individuos racistas, xenofobos e portadores de outros defeitos, o principal dos quais não serem de esquerda, se sentirem incomodados com a presença de um cagalhão na água em que se banham. Nem se entende como é que isso constitui motivo para aborrecimento. Menos ainda quando, alegadamente, se trata de um cagalhão dotado de um alto teor de multiculturalismo.

O IRS da bicharada

Kruzes Kanhoto, 27.02.16

woman-getting-hair-dressed-in-a-hair-salon-with-he

 

Estará para discussão, em sede de Orçamento de Estado para 2016, a possibilidade das despesas com a saúde dos animais – os amiguinhos de quatro patas, como é referido na petição que terá dado origem ao debate – passarem, já este ano, poderem ser deduzidas no IRS dos donos. Nem vou expressar o que penso disso. Não me apetece. Mas, assim de repente, vejo uns quantos quiproquós na aplicação prática da medida. Logo, para começar, no número de patas. E se o animal de estimação for, por exemplo, um pássaro? Ou uma cobra? Mesmo um peixe, vá. Fica excluído de tão generosa medida fiscal? Não seria justa tamanha discriminação e, de certeza, os deputados da geringonça tratarão de ignorar a infeliz e discriminatória referência dos peticionários.

Depois há aquilo do número de contribuinte. Se cada bicho – à semelhança dos dependentes – não possuír NIF como é que se comprova a sua existência? Não vão, certamente, pretender que a prova de vida dos animais seja feita através do registo na freguesia de morada dos donos e da correspondente licença...  É que se assim for muito boa gente é capaz de ter uma desagradável surpresa. Mas isso sou eu a conjecturar...

E as despesas de educação, alojamento e cabeleireiro da bicharada? Porque não hão-de, também, ser passiveis de dedução? Há, como se sabe, muitos canitos que frequentam escolas para desenvolverem certas capacidades – os cães guia, por exemplo – e outros que ficam alojados em hotéis para animais quando os donos vão de férias. Igualmente há os que necessitam de tratar do pelo com alguma regularidade para, por exemplo, evitar a acumulação das cagaitas. Tudo coisas, estas e mais umas quantas que agora não me ocorrem, que deviam merecer a melhor atenção do legislador.

Je suis Bloco de Esquerda

Kruzes Kanhoto, 26.02.16

 

Bloco - tiro nos pés.jpg

 

 

Verdade. Suis mesmo. Não que me tenha convertido às tontices daquele conjunto de grupelhos esquerdistas ou deixado seduzir pelas falinhas mansas das Mortáguas e da putativa primeira-ministra mas, tão só, por achar que aqueles badamecos têm toda a liberdade para esparvoar como muito bem lhes apetecer. Por mais provocatória que seja a sua vontade. Apenas uma coisa me desagrada. É, digamos, uma coisinha de nada. Tem a ver com o facto de marrarem sempre para o mesmo lado. De vez em quando podiam variar. Assim tipo mencionarem o Maomé, sei lá…

Lixo, mas do bom!

Kruzes Kanhoto, 25.02.16

24116160-bote-de-basura-Foto-de-archivo.jpg

 

Uma agência de rating – a Moody’s, no caso - está encantada com o Orçamento aprovado pela geringonça. Ainda bem. Mas, apesar desse encantamento, mantém a notação da divida do país ao nível do lixo. Só que agora é um lixo muito mais encantador que antes. Daquele mesmo bom. Embora continue a ser lixo, à mesma. 

 

 

Interrogue-se o cão! Ele que diga tudo o que sabe!

Kruzes Kanhoto, 24.02.16

Sem Título1.jpg

Nas redes sociais, sempre que o assunto são os animais, a polémica está assegurada. As opiniões entre o parvo e o esquisito multiplicam-se. Livre-se alguém, com um pouco de lucidez - apenas relativamente ajuizado será suficiente - deixar por lá uma opinião vagamente sensata. Está feito. Os amiguinhos dos animais tratam de destilar todo o ódio que carregam em relação aos que insistem – veja-se o desplante – em achar que entre pessoas e bichos ainda é capaz de existir alguma diferença.

Ontem, a propósito do cão que matou o dono, deparei-me com mais umas quantas dessas criaturas. Apesar de quase todos fazerem parecer o Bruno de Carvalho um cavalheiro, não consigo deixar de lhes achar piada. Divertem-me. São tão burros, mas tão burros, que nem chegam a meter dó. São hilariantes, apenas.

Entre todos, seleccionei o comentário que ilustra esta posta. Não lhe consegui resistir. Aquilo de pretender que o cão preste declarações para se saber o que alega em sua defesa é mesmo genial!

Dez milhões de especialistas em orçamento do Estado

Kruzes Kanhoto, 23.02.16

dinheiro.jpeg

É espantosa a quantidade de pessoas que se manifesta visivelmente impressionada com o brilhantismo do Orçamento de Estado congeminado pela geringonça – caranguejola era igualmente um nome engraçado – e pelas deslumbrantes melhorias que, acham, aquilo vai trazer às suas vidas. Já nem me atrevo a contestar. Até por – reconheço – não passar de um verdadeiro ignorante no que as estas matérias diz respeito. Muito longe da sapiência evidenciada por tantos que, apesar de nem um mês de ordenado saberem gerir, tudo sabem quando em causa estão as contas da nação.

Começo a acreditar naquele deputado que hoje à tarde garantia para este Orçamento o aplauso da generalidade dos portugueses. Noventa e nove por cento, gritava entusiasmado, aplaudem e apoiam as propostas que ele contém. Coisa que, contudo, não me tranquiliza. É que essa costuma ser a percentagem com que os partidos do governo habitualmente ganham as eleições naqueles países que servem de inspiração ao tal deputado.

Eu também "acradito"!

Kruzes Kanhoto, 22.02.16

Garantia um benfiquista, visivelmente desanimado com o comportamento da equipa sempre que defronta os rivais, que não se é campeão perdendo os derbis. Ora aí está um adepto ciente das limitações da equipa e que já se está a preparar psicologicamente para a perda do campeonato. Pensava eu, na mesa ao lado, enquanto beberricava um dos últimos cafés com vinte e três por cento de iva. Nada disso, retorquiu de imediato o cidadão – nem sei se benfiquista - a quem o adepto do Enorme tinha manifestado o receio de não ver o Glorioso atingir o tri. Então, prosseguiu, por que raio não há-de o Benfica ser campeão, ainda que não ganhando ao porto e ao sporting, se o Costa mesmo perdendo as eleições para o PSD e CDS chegou a primeiro-ministro?! Faz sentido. Mas futebol e politica não são bem a mesma coisa. Em comum apenas têm o facto de, ambos, estarem repletos de gajos cheios de sentido de oportunidade.

Acompanhante, uma profissão com futuro...

Kruzes Kanhoto, 21.02.16

images.jpg

Até que idade é que não devemos deixar as crianças sozinhas em casa? A julgar por aquilo que tenho lido e ouvido nos últimos dias é esta a questiúncula que mais apoquenta os portugueses. Pelo andar da carruagem deve ser, mais dia menos dia, objecto de discussão parlamentar a criação de normas legais que regulem esta matéria. Assim tipo tema fracturante ou coiso.

Como sempre acontece, seja qual for o tema, toda a gente tem opinião formada sobre o assunto. Afirma-se, categoricamente, que deixar o pirralho sozinho em casa constitui um crime hediondo. Nem que seja só atravessar a rua para comprar o jornal e voltar. Conte o puto um, cinco, dez ou mesmo mais aniversários. Há até quem revele que falta ao trabalho para ficar a tomar conta do seu rico menino de catorze anos se não tiver quem fique com ele. Deixá-lo em casa – ai, que horror - sem mais ninguém é que não.

Concordo com todos. Cada um sabe de si. E dos seus petizes, também. Mas vou mais longe. Talvez vinte ou mesmo trinta primaveras já vividas ainda sejam poucas para se poder ficar sozinho no lar. Ou perigos são muitos e a tragédia espreita a cada recanto. Mesmo eu, que já não vou para novo, me sinto inseguro quando não está mais ninguém em casa.

Gabo o zelo de todos estes pais extremosos. Tanto, que fico à espera do próximo debate. Aquele acerca de que idade é os papás – e as mamãs – devem deixar as crianças sair sozinhas à noite. Ou, vá, até mesmo de dia.

Osso solidário

Kruzes Kanhoto, 19.02.16

images.jpg

 

 

Uma conhecida cadeia de supermercados com loja cá na terra acaba de me informar, via SMS, que este fim de semana vai decorrer na sua superfície comercial uma campanha de recolha de alimentos destinados aos nossos amigos de quatro patas mais desfavorecidos. Sim, que nisto do desfavorecimento não se contam os membros que assentam no chão. Calha a todos. Mas ainda bem que avisam. Vou guardar os ossos do frango assado do jantar.

Pág. 1/3