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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Nem a lesar se revelaram competentes...

Kruzes Kanhoto, 30.12.15

O que têm em comum os alegados lesados do BES e do BANIF? Muita coisa, certamente. Permito-me destacar duas. São ignorantes e, quase todos, velhotes. Nenhum de entre eles se coíbe de garantir a sua manifesta ignorância em matéria financeira e o total desconhecimento do risco que corriam as suas poupanças ao subscreverem os produtos que os bancos lhes tentavam impingir. Nem, pelos vistos, lhes terá ocorrido aquela máxima popular que relaciona a esmola avultada com a desconfiança do pobre. Talvez, quem sabe, por não serem desconfiados. Nem pobres. Apenas ignorantes, confessam.

O segundo aspecto em comum entre uns e outros é a idade relativamente avançada de quase todos. Algo que me deixa boquiaberto. É que andei quatro anos a ouvir queixas acerca das atrocidades que o governo estava a cometer contra os idosos, condenando-os à pobreza, à fome, à miséria – às galés, quase – e, vai-se a ver essas tretas, como já se suspeitava, eram manifestamente exageradas. Até nisso, em matéria de lixar o pagode, o governo anterior se revelou incompetente.

Seja como for passaríamos bem sem estes escândalos. Nomeadamente os contribuintes. Os outros, na sua maioria seguramente, foram à ganância. Tanto assim é que, ainda agora, os “depósitos” que os bancos prometem remunerar com juros mais simpáticos continuam a ter uma procura muito significativa. Inclusive pelos reformados. Outra vez...

 

E assobiar?! Pode-se ou também dá choça?

Kruzes Kanhoto, 28.12.15

Como já tenho idade para ter juízo – daqui a pouco até para deixar de o ter – não me parece que corra o risco de ir malhar com os costados à cadeia por causa de algum piropo inapropriado. Digamos que não é assunto que integre a minha lista de preocupações imediatas. O que me apoquenta é o caminho que estamos a percorrer. Da ditadura do politicamente correcto e da imposição do pensamento único, parece estarmos agora a acelerar o passo em direcção a uma ditadura mesmo a sério. Temo que um destes dias seja criada uma espécie de policia do comportamento. Ainda que disfarçada de entidade reguladora. É que isto as proibições não devem ficar por aqui. Ou muito me engano seguir-se à criminalização da piscadela de olho. E do clássio assobio, por que não. Ambos perigosas e ultrajantes formas de assédio, como todos sabemos. Noutro âmbito, também não tardará a penalização do peido e do arroto. Ou, quiçá, da bufa. Nem que seja com uma coima.

Coisas de um tempo velho. Ou novo, sei lá.

Kruzes Kanhoto, 27.12.15

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O país está repleto de obras faraónicas. De utilidade duvidosa, a maior parte delas. O mal não vem de agora nem, por estranho que isso possa parecer, foi exclusivo de Sócrates, Guterres ou Cavaco. É muito anterior. Nem, presumo, terá um fim à vista. Vai, de certeza, continuar enquanto por cá habitar um povo que aprecia esturrar dinheiro e admira quem o esturra em seu nome.

Visitei por estes dias um desses exemplos. O Forte da Graça, em Elvas. Uma fortaleza inexpugnável destinada a defender a linha de fronteira. Parece que nunca foi invadida. Nem, sequer atacada. Reconvertida, num longínquo dia, em presidio militar. Ambivalência que não deixa de ser irónica, diga-se. Que isto de transformar um lugar concebido para impedir que o inimigo lá entre num espaço de onde ninguém consegue sair não é para qualquer um.

Ficou a sua construção em mais de setecentos mil réis. Menos de quatro euros, na actual moeda, mas que à época custou um colossal aumento de impostos aos contribuintes da altura. A juntar aos mais de seis milhões de euros que os contribuintes portugueses e europeus, agora, gastaram na recuperação do imóvel e sua envolvente. Para completar o ramalhete, assim tipo cereja em cima do bolo”, só falta saber quanto custará o teleférico “Rondão de Almeida” a ligar a cidade ao Forte...

Presentes para cão

Kruzes Kanhoto, 26.12.15

 

Diz que este ano os artigos – itens, vá - que supostamente serão prendas natalícias para gatos e cães tiveram imensa saída. Venderam-se muito, portanto. Nada que me surpreenda por aí além. Atendendo à quantidade de “mães”, “pais” e “avós” babados que vejo a falar à atrasado mental com os bichos não é motivo para espanto. O que ainda me causa alguma admiração é ver – e são cada vez mais – esses mesmos familiares beijarem os cães no focinho ou permitirem que eles lhes lambam a cara. Presumo que eles e elas saibam que os canitos lambem os seus próprios tomates, comem merda e metem o focinho no cú dos outros cães. Mas, reitero, apenas me admiro. Não me importo. Apenas exerço o meu direito de os considerar, digamos, pouco asseados.

Olha o Costa preocupado com os fregueses...

Kruzes Kanhoto, 25.12.15

Criticar a troika por ter estado mais preocupada com as freguesias do que com a banca fará - toda a gente concordará - algum sentido. Isto dependendo, no entanto, de quem faz a critica. É que se for feita por quem chamou a dita troika e com ela assinou o acordo de todos conhecido, parece-me que é apenas mais uma conversa da treta. Demagogia, ou lá o que se costuma chamar a estas patacoadas. Mais ainda, quando finalmente conseguiu o poder que tanto ambicionava fez o mesmo que os antecessores que tanto criticou. Ou pior. Bastava-lhe ter esperado mais uns dias e o problema seria de outros e não nosso. Mas isso, sou eu a especular, era capaz de não dar jeito à corja do centrão cujos interesses todos temos de pagar.

Vendam a outro que não ao mesmo...

Kruzes Kanhoto, 24.12.15

Nem sei por que raio anda o governo a moer-nos com essa coisa dos bancos. Não se podia vender tudo ao Jorge Mendes e pronto?! Pronto, não. Nem precisava de ser a pronto. Podia ser em prestações suaves e a perder de vista. E também se fazia uma atençãozinha. Assim tipo leva três e paga um. Sempre era melhor do que pagarmos três e ficarmos sem nenhum.

Imposto religioso?! Cruzes! Credo!

Kruzes Kanhoto, 23.12.15

Parece que na Alemanha os cidadãos com rendimentos acima de determinando valor, praticantes de um culto religioso, pagam um imposto que, em parte, reverte a favor da respectiva confissão religiosa. Uma eficiente ideia alemã, esta. Especialmente naquela coisa da “parte”.

O estranho é este imposto não ser aplicado por cá. Por enquanto. Estou crente – salvo seja – que a sua aplicação em Portugal seria fácil. Tenho fé – lagarto, lagarto, lagarto – que a receita obtida era capaz de salvar um ou dois bancos. O Alimentar, o do Tempo ou outros congéneres.

Facturas para que vos quero...

Kruzes Kanhoto, 22.12.15

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Para conseguir poupar “algum” no IRS não basta pedir factura com NIF. Há que estar atento, de seguida, ao que vai sendo submetido pelos comerciantes no e-factura. Se para as “despesas gerais familiares” qualquer coisa serve, para o resto já não é bem assim. Uma das situações mais frequentes é o CAE não corresponder a uma actividade onde se pode obter beneficio fiscal. Aí o que há a fazer é seleccionar a factura e alterar a “actividade de realização da aquisição”. Ou, a verificar-se um caso como o da imagem, efectuar o reporte à Autoridade Tributária através do e-balcão. Sim, por que isto de estabelecimentos com mais ramos de negócios do que actividades registadas é o que não falta. Depois quem se lixa são os do costume.

O culpado?! Para não variar devo ser eu.

Kruzes Kanhoto, 21.12.15

E pronto lá foi mais um. O BANIF, desta vez. Mas agora vamos apurar os responsáveis por mais este pesadelo financeiro para os contribuintes. Vamos caçar os patifes. Palavra dada que, presumo, seja palavra honrada. Acho muitíssimo bem. Há que levar à justiça quem nos anda a desgraçar. Estes e os outros. Todos. Os responsáveis por três falências das finanças públicas, os que estoiraram os bancos e os que rebentaram com o tecido produtivo do país. Mesmo que quase todos continuem instalados nas cadeiras do poder ou a banquetearem-se à mesa do orçamento. Acho bem mas, pelo sim pelo não, vou esperar sentado.

Será que assim já vão pedir factura?

Kruzes Kanhoto, 19.12.15

Afinal, ao contrário do que personalidades ligadas ao PS chegaram em tempos a anunciar, o sorteio do fisco "factura da sorte" é para continuar. Embora, ao que parece, com outros prémios que não os polémicos autómoveis. Desta vez, diz, são certificados de aforro. Sempre estou para ver que argumentos, mais ou menos rebuscados, vão agora arranjar os criticos desta medida. Que, por acaso ou talvez não, eram maioritariamente apoiantes da trupe que está agora no poder. Por mim acho muitissimo bem esta alteração. Ainda que me suscite algumas reservas. É que, sabendo a simpatia que os partidos do governo manifestam pela renegociação da divida, não sei se esta ideia não será uma espécie de piada de mau gosto. Ás tantas o melhor é sortearem entradas para a festa do avante...

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