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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Sócrates, Oliveira e Lima. Tudo bons rapazes. Uns gajos porreiros, até.

Kruzes Kanhoto, 30.11.14
A conversa em torno do Sócrates já aborrece. Principalmente por haver da parte de quase toda a gente uma estranha comichão relativamente à maneira como o gajo foi detido, ao facto de ter ficado em preventiva, às duvidas acerca daquilo de que será suspeito, ao segredo de justiça alegadamente violado, à desconfiança que se tratará de mais uma cabala e, para muitos, a quase certeza da inocência do homem. Isto para além das inevitáveis menções aos perigos que a democracia estará a correr, às preocupações quanto às interferências da justiça na politica e mais uma porrada de coisas, todas em defesa do prisioneiro 44, que agora não me ocorrem.
Podem, os que assim divagam, estar absolutamente certos. Admito, até, que estejam carregadinhos de razão. Tenho apenas uma dúvida a inquietar-me o espírito. Por que razão não disseram, nem escreveram, o mesmo – ou, pelo menos, algo vagamente parecido – relativamente à detenção de outros políticos?! Um ex-secretário de Estado e um ex-líder parlamentar foram, num passado assim não muito distante, igualmente detidos sem que tenha havido uma expressão de estados de alma, sequer, comparável. E, assim de repente, não são conhecidas do grande público diferenças significativas entre os casos do Sócrates, do Oliveira e Costa ou do Duarte Lima.
Este quase consenso nacional, no que se refere ao tratamento à base de pinças do tema da detenção de José Sócrates, pode ter dois significados: O primeiro, o facto de o homem, pensam eles, ser de esquerda. Logo impoluto. Um ser genial e incapaz de ganancias como as que se soam e que, normalmente, são reservadas à execrável escumalha da direita. O segundo significado pode ter, quiçá, a ver com algo mais complicado. Assim do tipo, como escrevi há dias, com aquela coisa das labaredas a darem cabo das barbas do vizinho. É que quando o gajo do topo vai de cana, nem o fulano que se “engana” a contar as moedas da caixa das esmolas dorme tranquilo...

Emigrar à procura de um subsidio melhor

Kruzes Kanhoto, 29.11.14
O facto de existirem uns quantos portugueses que foram para o Luxemburgo, ou para outros países europeus, viver à pala da generosidade das seguranças sociais respectivas não se me afigura, em nada, condenável. É, afinal, o que fazem outros povos oriundos de muitas outras paragens. Veja-se, por exemplo, o que está a acontecer no Mediterrâneo, diariamente atravessado por centenas de africanos e asiáticos, ansiosos por viver à custa dos fantásticos benefícios proporcionados pelo estado social europeu.
Toda esta gente está, apenas, a aproveitar a ingenuidade de quem criou um sistema que tem permitido, a consecutivas gerações, viver sem necessidade de trabalhar. Como era inevitável a coisa está a tornar-se insustentável e, mais dia menos dia, dará o berro. Só não deu ainda porque acabar com as inúmeras maroscas que contribuem para a sua falência não é politicamente correcto. Lá, tal como cá, é socialmente muito mais aceitável aumentar impostos...
Por isso, antes que a bolha rebente, é aproveitar. Nem sei por que raio a malta do governo não se lembrou deste esquema. Assim como aconselhou os jovens a emigrar podia, também, ter aconselhado os beneficiários do RSI a sair da sua zona e a procurar o conforto dos chorudos subsídios, luxemburgueses. Ficávamos todos a ganhar.

Alguém se lembrou do 25 de Novembro de 1975?

Kruzes Kanhoto, 25.11.14
Acredito que poucos se terão lembrado da dataque hoje se assinala. Um dos dias mais importantes da história recente do país.Outros acontecimentos – deploráveis, por sinal – encarregaram-se de fazeresquecer o dia em que foi travada a marcha forçada para uma nova ditadura. Umainjustiça para todos os que arriscaram o coiro pela nossa liberdade, esteesquecimento.

Gratuito?! De borla? À pala?!

Kruzes Kanhoto, 24.11.14
Não percebo. Uma autarquia cede, a titulo gratuito, um imóvel sua propriedade – público, portanto – para a realização de uma festa privada?! E pode fazê-lo?! Nomeadamente se a dita festa não constituir, de alguma forma, uma acção de relevante interesse social, cultural ou recreativo para a comunidade local? Nem vou especular acerca da natureza ou proveniência dos convivas mas, assim de repente, tenho algumas reservas que a dita comunidade tivesse algum interesse na realização da tal festa. Que, como foi amplamente noticiado na região, acabou precocemente e de forma quase trágica para alguns intervenientes.
De uma maneira geral – deixando de lado o caso acima – não falta, entre os autarcas nacionais, quem “trabalhe” assim. Pondo e dispondo a belo-prazer do património público como se fosse seu e sem que nos cofres públicos entrem as respectivas contrapartidas. Isto do “fosse seu” é, naturalmente, uma maneira de escrever. Ainda não se constou que nenhum tenha emprestado o próprio quintal ou a garagem para uma festa de ciganos. Nem para outra iniciativa qualquer.

Estacionamento tuga

Kruzes Kanhoto, 23.11.14
Não me apetece escrever nem falar do Sócrates. Já foram produzidas alarvidades suficientes acerca da detenção do sujeito. Tantas que, dissesse ou escrevesse fosse o que fosse, dificilmente conseguiria ser original. E também porque, face àquilo que há anos, alegadamente, correrá por essa Internet fora, seria apenas uma questão de tempo até acontecer o que aconteceu. Deve ter sido por isso que o PNR abriu uma garrafa de champanhe lá para o Campus da Justiça...
Prefiro, hoje, discorrer acerca do estacionamento tuga. Desta vez o protagonismo vai para um profissional do protesto que entendeu por bem estacionar o popó, onde se deslocava a propagandear a realização de mais uma manifestação contra as coisas do costume, no lugar reservados aos deficientes. Deve achar que o pode fazer. Provavelmente por entender que, estando a praticar uma espécie de actividade politica, a policia não o vai incomodar. Com razão, de certo. Já se a paragem se destinasse a carregar um saco de batatas acabado de comprar no mercado era melhor não arriscar.

Eles ladram. São uns ladrões, portanto.

Kruzes Kanhoto, 21.11.14
Esta trapalhada da subvenção vitalícia que desde ontem agita o país, está a suscitar, da parte dos defensores da medida, o desenvolvimento das mais inesperadas teses em defesa da opção entretanto retirada. Uma delas, talvez a mais rebuscada, é a de que os políticos merecem esta “atençãozinha” porque “largaram” tudo para se dedicar ao bem comum. O que quererá dizer – interpretação minha – que pelo facto de se terem dedicado à politica terão prejudicado a sua vida pessoal, a sua profissão ou negócio e descurado o seu conforto financeiro.
Se assim é, parece-me, estaremos perante uma análise muito enviesada da coisa. Se quisesse ser populista, demagogo ou evidenciar outro defeito que costumam atribuir a quem diz mal dos políticos, podia argumentar que eles não “largaram” nada. Eventualmente podem é alguns deles ter-se agarrado a qualquer coisita. Embora isso por cá nunca aconteça. Como todos sabemos é costume mais enraizado nalguns países longínquos.
O facto de não existirem ex-titulares de cargos políticos na pobreza também não abona a favor do argumentário evocado para defender a subvenção. Eu não conheço nenhum que depois de sair do cargo esteja pior do que quando entrou. Mas, admito, num dos tais países longínquos é capaz de haver um ou outro.

Assim que ganhou o Costa, a subvenção foi logo reposta...

Kruzes Kanhoto, 20.11.14

Por algum motivo que escapa ao meu entendimento há quem insista em considerar que PS e PSD são, no essencial, diferentes um do outro. Faz-me espécie que não percebam que, indiferentemente de quem for o oportunista que os lidere, eles são como irmãos. Daqueles que até se podem esfolar mutuamente mas que, quando chega a hora, protegem a família e tratam do seus.

Isto sim, é que são reivindicações a sério...

Kruzes Kanhoto, 20.11.14
Desconheço se o STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local – representa, também, os trabalhadores das autarquias palestinianas. Igualmente não é do meu conhecimento – nem teria de ser, até porque nada tenho a ver com isso - se entre os seus filiados se encontrará um ou outro palestiniano que exerça por cá a actividade de funcionário autárquico. Nada disso impede que me sinta curioso acerca do que levará, a não se verificar nenhuma das condições acima mencionadas, um sindicato português a abraçar uma causa que não é sua, não diz respeito aos trabalhadores que alegadamente representa e que, muito provavelmente, nada diz à esmagadora maioria dos trabalhadores das autarquias. Que, convenhamos têm muitos mais assuntos com que se preocupar e muitas mais razões para se indignarem com o governo. Para exigir que este reconheça a Palestina está lá o PCP. Presumo que, sozinho, seja capaz de o fazer sem necessitar de recorrer aos satélites sindicatos.

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