Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

A culpa é do mosquito...

Kruzes Kanhoto, 28.10.14
Diz que não é com vinagre que se apanham moscas. Mas isso devia ter sido noutro tempo. A garrafa da fotografia contem uma mistura de vinagre e açúcar – muito açúcar, no caso – e constitui um irresistível chamariz para moscas, mosquitos e uma panóplia de insectos esvoaçantes de raça indefinida. Tantos que a mistela tem de ser substituída com regularidade.
A ideia, no caso, é proteger as laranjeiras da mosca da fruta. Ou lá o que chamam a uma espécie de abelha – uma abelhosca, vá - que pica o fruto e o faz apodrecer. Um insecticida natural, barato e que resulta. Só espero que não apareça por aí a GNR ou os gajos do ambiente a acusarem-me de dizimar mosquitos em vias de extinção...

Ui...tão sensíveis que nós somos...

Kruzes Kanhoto, 27.10.14
Somos muito sensíveis nós, somos. Agora deu-nos, pelo menos a uns quantos entre os quais se incluem jornalistas e um rol de comentadores nas redes sociais, para ficarmos indignados com as declarações que uma alegada actriz brasileira terá proferido acerca do resultado das eleições presidenciais.
A senhora em questão escreveu que O Brasil foi explorado tantos anos por Portugal e agora continuará sendo pelo PT! Não é à toa que a sigla de Portugal é PT! #EuVoteiAecio45”. Gravíssimo. Do pior, mesmo. Coisa para deixar os portugueses possessos. À beira de um ataque de nervos, até. A destilar ódio contra a criatura e tudo o que é brasuca.
Cambada de burros. Sem ofensa para os asnos que, coitados, não têm culpa nenhuma. A senhora não pode – na opinião dos tugas ofendidos - expressar a sua opinião sobre Portugal e os portugueses, mas nós, portuguesinhos sensíveis, podemos achincalhar outros portugueses – nomeadamente contando piadolas jocosas de alentejanos - e dizer deles o que maomé não diz do toucinho... Coerente, parece-me.

E se, antes de abrir a boca, usassem a cabeça? Ou a cabecita, vá

Kruzes Kanhoto, 25.10.14
Os portugueses gostam muito de dizer coisas. Parvoíces, na maior parte das ocasiões. Os comentários que li e ouvi acerca da tributação fiscal do prémio do euro milhões que ontem saiu em Portugal enquadram-se perfeitamente nesse âmbito. E, também, no da estupidez.
Aos prémios de jogo superiores a cinco mil euros, como se sabe, é aplicada uma taxa de 20% a titulo de imposto de selo. No caso em questão serão trinta e oito milhões de euros que vão direitinhos para o tesouro nacional. Coisa que deixa indignada muito boa gentinha.
Já o facto de qualquer cidadão ver o rendimento das suas poupanças – incomparavelmente menos, na maior parte dos casos – tributado a uma taxa de IRS de 28% parece não chocar a generalidade da populaça. Nem, ainda menos, que essas poupanças se esfumem na falência de um banco em que investiram porque todos diziam que era um investimento seguro.
Nada disto me surpreende. É tudo perfeitamente normal. Não se pode esperar muito de um povo que se prepara para recolocar no poder quem rebentou com isto tudo. 

Praxes?! E se fossem praxar a santa senhora que os pariu?

Kruzes Kanhoto, 24.10.14
Acaba de passar na televisão uma reportagem em que um grupo de miúdos é humilhado publicamente por meia dúzia de outros. Chamam-lhe praxe ou lá o que é.
Tenho notória dificuldade em entender estas coisas. Mas isso devo ser eu que não aceito que ninguém me esfregue na cara a sua superioridade. Como, no caso, fazia aos berros uma javardola nojenta alegada aluna mais velha.
Admiro, eu que até nem costumo ferver em pouca água, a capacidade de encaixe que os chamados caloiros possuem perante o chorrilho de ofensas – físicas e psicológicas - que lhes são dirigidos. Por muito menos ter-lhes-ia dado um murro nos cornos. 

Perante isto ainda é possível duvidar que não há dinheiro?!

Kruzes Kanhoto, 22.10.14
Há números que podem ter as mais diversas interpretações. Outros nem por isso. São o que são e pronto. Mas todos – os números – deviam ser do conhecimento geral. Especialmente aqueles que importam por condicionarem a nossa vida. E os números do orçamento do Estado estão entre os que ninguém devia desconhecer. Pena que poucos tenham paciência para os ler e que muitos, com responsabilidade na matéria, façam de conta que não os conhecem.
Veja-se o mapa acima. É o resumo das despesas do Estado para o próximo ano. Mais de cento e quarenta mil milhões de euros, ao todo. Dos quais noventa e dois mil e quatrocentos milhões são destinados ao serviço da divida. Que é como quem diz os juros e amortizações de empréstimos a pagar no próximo ano. Significa isto que sessenta e seis por cento da despesa do país é para pagar a quem nos financia. Se acrescentarmos as despesas pessoal e a segurança social... É fazer a conta. Como dizia um dos maiores esturradores de dinheiro que este país já conheceu.

Uma questão inquietante: Como é que em termos fiscais se beneficia quem não paga impostos?

Kruzes Kanhoto, 21.10.14
Ao que parece a taxa do IRC vai, mais uma vez, ser reduzida. Coisa que desagrada a muita gente. Nomeadamente ao PCP e ao BE que já manifestaram o seu mais profundo repúdio pela intenção do governo. Aliás, repúdio à séria tem de ter profundidade e nisso de repudiar profundamente a malta da esquerda é exemplar.
Não estranho a opinião do PCP. Nem a do Bloco. Também eu não estou particularmente entusiasmado com a ideia. O que me aflige é o argumento utilizado pelas ditas agremiações. Ao que dizem apenas beneficia as grandes empresas. O que muito me surpreende. Cuidava eu, mas ninguém me manda ser parvo, que o IRC era um imposto que incidia sobre todas as empresas. Grandes, médias ou pequenas. Que pagariam mais ou menos consoante os lucros obtidos ou a capacidade para engendrar esquemas, manhosos ou não, que permitissem pagar o menos possível.
Se calhar não será bem assim. Comunistas e bloquistas saberão, de certeza, do que estão a falar. Realmente quem não paga impostos não beneficia nada se as taxas baixarem...

Pobretes mas na moda e tecnologicamente bem equipados

Kruzes Kanhoto, 20.10.14
Esta historieta de agora termos mais pobres do que em 1974 está muito mal contada. Principalmente quando aqueles que insistem em contá-la ou ainda não eram nascidos nessa altura ou já se esqueceram do que era a vida no Portugal de então. São duas realidades distintas. Incomparáveis. A pobreza de hoje, que é muita, nada tem a ver com a pobreza de há quarenta anos.
Calças “Lois” ou sapatilhas “Sanjo” não estavam, em 1974, ao alcance de todos. Hoje os jovens que estatisticamente são considerados pobres vestem roupa e calçam ténis de marca e possuem todo o tipo de tecnologia topo de gama. Como aquela mocinha que, um destes dias, reparando no meu telemóvel Samsung E 2230 de 24,90 euros, me confidenciou ter sido um igual o seu primeiro telefone portátil. Mas isso foi há muito tempo. Agora, mostrou-me toda satisfeita, tem um aparelho todo catita que custa seiscentos euros. Daqueles que só falta fazer tostas. Oferta do namorado que, tal como ela, recebe o RSI e vai trabalhando naqueles programas ocupacionais para entreter o tempo. 

Pág. 1/3