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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

N-ã-o h-á d-i-n-h-e-i-r-o. Percebem agora?!

Kruzes Kanhoto, 30.04.14
Por em 2012 ter excedido o limite de endividamento, o Município de Vila Viçosa vai perder mais de 20.000 euros todos os meses até perfazer 188.485 euros. O valor que o executivo de então se endividou a mais do que legalmente lhe era permitido. Não é caso único. Outros municípios foram colocados na mesma situação por autarcas que pouco ligam a essa coisa das leis. Nomeadamente àquelas que os obrigam a gerir ajuizadamente o dinheiro que, ao contrário daquilo que pensam, não é deles.
O mundo mudou. Mas, infelizmente, poucos parecem perceber isso. Hoje não há no país recursos financeiros para continuar o desvario em que vivemos durante muitos anos. Por mais que autarcas, funcionários e habituais clientes dos cofres municipais se esforcem por não entender.

E depois disto vai continuar a não pedir factura com NIF?

Kruzes Kanhoto, 29.04.14
Tal como um comentador deste blogue aqui tinha escrito, a restauração – e outros sectores, provavelmente, também - está a dar a volta aos programas de facturação. O esquema será, alegadamente, simples. É tudo registado e facturado mas ao final do dia, quando se fecha a caixa, corre-se um software que permite excluir as facturas que entretanto foram emitidas.
Este procedimento – criminoso, diga-se - evita que o iva pago pelos clientes seja entregue ao Estado. Um café, por exemplo, que custa sessenta cêntimos tem incorporado no preço onze cêntimos de IVA que, naturalmente, não é dinheiro do comerciante mas sim um imposto pago pelo cliente e que terá de ser entregue à Autoridade Tributária. Não sendo é evidente que estamos perante uma apropriação indevida do dinheiro pago pelo consumidor.
Claro que os taberneiros apenas apagam as facturas sem NIF. Não são parvos e, obviamente, não vão arriscar apagar as outras. É que quem pediu factura com número de contribuinte pode sempre regista-las se estas não aparecerem no seu espaço pessoal do e-factura. Mas isso, a julgar pelos comentários que vou lendo e ouvindo, para muitos portugueses ainda parece constituir um reprovável acto de delação.
Não me surpreende que, quem pode, faça tudo para fugir ao fisco. Está no ADN dos povos atrasados do sul da Europa. O que me espanta é a condescendência com que nós, os que pagamos impostos e os que são vitimas dos cortes do Estado, encaramos o facto. Temos uma estranha dificuldade em perceber que somos nós que estamos a ser roubados.
Exigir factura com NIF é a única maneira de não ser cúmplice de um crime. Por mim peço sempre. É que, no meu modesto entender, só assim terei “boca para falar” quando reclamo das malfeitorias dos governos e das troikas desta vida. E chamem-me o que quiserem. Bufo, pide, fiscal e o que mais se lembrarem. Otário, não serei de certeza. 

O melhor é fechar dois terços do país e deitar a chave fora.

Kruzes Kanhoto, 28.04.14
Vem aí mais uma leva de encerramentos de serviços públicos. Escolas, repartições de finanças e serviços hospitalares. Entre outros. Vai tudo a eito.
No Alentejo não sobejam muitas mais escolas para fechar. Só resta uma ou outra aldeia que ainda mantém a sua escola primária com uma dúzia de alunos. Às vezes nem isso.
Finanças fecham quase todas. Provavelmente, nos três distritos alentejanos, vão chegar os dedos das mãos para contar todas as que irão manter as portas abertas.
Maternidades, parece, vão encerrar as dos hospitais de Portalegre e Beja. Quem quiser parir terá de o fazer em Évora. Ou então que faça em casa, assistida pela comadre como acontecia noutros tempos.
Obviamente que os serviços públicos custam dinheiro. Muito. Verdade também que os contribuintes terão pouca disponibilidade para pagar mais impostos que permitam manter toda a estrutura do aparelho do Estado tal como a conhecíamos. Mas não é menos verdade que portugueses que ficam mais distantes de serviços essenciais deviam pagar menos impostos. Até porque, se são tão poucos que não se justifica a manutenção desses serviços, a quebra da receita fiscal também não será assim tão significativa.
Ah, pois, mas é capaz de haver um problema. Dois, quase de certeza. O governo não quer e a constituição não permite um tratamento fiscal diferenciado entre cidadãos em função de critérios como o local de residência. É que isto de sermos todos iguais – quer perante quem nos governa quer perante a chamada lei fundamental - é uma grande treta.

O 25 de Abril de 1974 foi uma coisa muito linda. Merecia era um bocadinho de mais respeito e de menos baboseiras

Kruzes Kanhoto, 27.04.14
Ainda bem que esta quadra festiva do 25 de Abril já passou. A pachorra para ler e ouvir tanta baboseira acerca desta data estava mais que esgotada. Principalmente quando os autores das tiradas, como sucedeu relativamente à maior parte das alarvidades, têm tanto conhecimento do que foram aqueles tempos como eu de cozinha tchetchena.
Sucederam-se durante estes dias as comparações entre o que é o país agora e o que era em 1974. É, obviamente, muito diferente. Teria, forçosamente, de ser. Fossem quais fossem as circunstâncias. Até porque há muito, com golpe de Estado ou com uma transição à espanhola, que nos teríamos livrado do regime anterior.
Uma das comparações mais idiotas entre o antes e o agora foram as vias de comunicação. Nomeadamente a magnifica rede de estradas e auto-estradas de que, hoje, o país está dotado em contraste com o que havia naquele tempo. Culpar os capitães de Abril por isso acho manifestamente injusto. Prefiro responsabilizar o Ferreira do Amaral, o Cravinho, o Guterres, o Cavaco e o Sócrates por essa desgraça que agora estamos a pagar. Entre outros. Senão também terei de atribuir culpas ao 25 de Abril por na minha terra já não existir, como antes, um hospital. Com, inclusivamente, maternidade. Ou por o comboio já não passar por aqui. Ou por ter perdido metade da população.
Naturalmente que tudo é comparável. Atribuir a razão de todas as diferenças a um acontecimento como o 25 de Abril é que é parvo. Ou, então, simplesmente fruto da ignorância.

Gajas nuas na praia?! Nem pensar. Já cães não faz mal nenhum.

Kruzes Kanhoto, 26.04.14

Queas pessoas – o javardo da camisola branca na foto, por exemplo - queiram ser iguais aos seus cães ou que os cães sejam iguais a elesé coisa que me importa pouco. Nada, até. Agora que pretendam imporesse parvo conceito de vida aos outros – a mim, nomeadamente –já é outra conversa. Levar a canzoada para a praia é, para alémde proibido, algo que alguém dotado do mínimo de senso comum nãodevia fazer. Nem é preciso explicar porquê. Mas vá lá fazerentender isso a certos cabeçudos. Ou aquilo a que convencionámoschamar autoridades. Se estivesse ali alguém todo nú, isso sim, éque era motivo para aplicação de uma coima. Aliás, toda a gente sabe que gajas nuas numa praia representam um perigo muito maior para os restantes utilizadores do que qualquer saco de pulgas que por ali seja passeado. 

Calimeros de Abril

Kruzes Kanhoto, 25.04.14
Este comentário a um post publicado aqui no Kruzes, acerca do incomodo revelado por alguns comerciantes na hora de passar factura com NIF, é de deveras pertinente e suscita uma questão para a qual a generalidade dos portugueses não está devidamente atenta. É que isso da cidadania não é, ao contrário dos que enchem a boca com “Abril” pretendem fazer crer, apenas para os direitos mas, em idêntica proporção, também para os deveres.
Gozem, ignorem e continuem a choramingar os cortes nas reformas, nos vencimentos, do IRS demasiado elevado e a lamentar a ganancia dos mercados. Esses malandros. Que por acaso até são, em grande parte, a segurança social que paga as vossas reformas ou o banco que gere a vossa poupança. Enquanto formos condescendentes com os que vivem nas margens da legalidade e nos recusarmos a exercer, de facto, a cidadania apenas teremos o que merecemos. Apesar de Abril e de Novembro.

Trambalazanas Free

Kruzes Kanhoto, 24.04.14

Talcomo era expectável o tal negócio de que há mais de dois anos sefalava na Internet deu o berro. A bem dizer a coisa nem era bem umnegócio. Era mais um esquema. Manhoso, por sinal. Como geralmenteacontece nestas actividades terá sido óptimo para os primeiros, bompara os espertos e tramado para a maioria. Os parvos. Os que pensamque a vida se ganha facilmente. Quanto a estes recuso-me a manifestarqualquer espécie de solidariedade ou compreensão para com o momentodifícil que, acredito, estejam a passar em termos financeiros emconsequência da aposta que fizeram neste esquema. Tenham paciênciamas é preciso ser um grande trambalazanas para, além de gastartodas as economias, recorrer ao crédito para se meter nesta coisados não sei quantos free. 

Não gostam de porco? Comam as batatas...

Kruzes Kanhoto, 21.04.14

Talcomo temiam todos os democratas – os de cá e os de lá - asnefastas consequências da conquista de algumas câmaras municipais, pela Frente Nacional já se começam a fazer sentir. Nomeadamente noque toca aos menus servidos nos refeitórios das escolas públicas.Parece que, para agradar aos muçulmanos, a carne de porco estavaexcluída das refeições fornecidas aos alunos. De ora em diante,diz, vai deixar de ser assim. Há que garantir a laicidade do ensino.E isso da laicidade não se aplica apenas aos crucifixos, cujaretirada das escolas portuguesas foi muito – e bem – defendidapelos partidos de esquerda. Também serve para os morfes. Afinal, bemvistas as coisas, as diferenças entre a Frente Nacional lá daFrança e as nossas esquerdas não são assim tão grandes. 

Estacionamento tuga

Kruzes Kanhoto, 20.04.14
Lugar para estacionar é coisa que não falta na zona da estação dos autocarros cá do sitio. É uma área moderna, com parques por todo o lado e passeios largos. Arejada, como diria o outro que tinha a mania que era comentador desportivo.
Ainda assim, para o tuga que se preza, parece não chegar. Daí a necessidade de aparcar o carro mesmo, mas mesmo, à porta do do tasco. Nem, de certeza, a mine que foi emborcar lhe saberia tão bem se tivesse deixado a porra do chaço no sitio devido.
Para os que não conhecem, o bar fica na esquina e a viatura está, no máximo, a dois metros da esplanada.

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