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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Olha...Este blogue fez anos!

Kruzes Kanhoto, 28.02.14
Nem dei por isso – é o que dá não ligar nenhuma a essa coisa das datas – mas este blogue fez sete anos na semana passada. Isto na versão blogspot, porque desde Maio de 2005 que o Kruzes, antes alojado no Sapo, anda por aqui a postar opiniões irrelevantes nem sempre – quase nunca, vá – devidamente fundamentadas.
Não faço analises do que foram os anos que passaram. Nunca os fiz noutras ocasiões em que, por acaso, me lembrei da data de nascimento do KK e também não é agora que as vou fazer. Ficam apenas duas notas. A primeira para salientar que, ao contrário do que alegadamente terá acontecido com outros, nunca ninguém exerceu qualquer tipo de pressão em função das muitas criticas que ao longo deste tempo por aqui fui deixando. A outra para lamentar que apenas pessoas de fracos recursos intelectuais – daquelas que nem dão para armar o chito - tenham procurado entrar em polémica comigo. Excepto num caso, reconheço. Mas a esse, o que lhe sobra em intelecto, falta no resto.
Aos outros, os que vão passando regularmente por este espaço e em especial os que me honram com os seus comentários – concordando ou discordando daquilo que escrevo – prometo continuar a aborrecer. 

Arte urbana. Um "Miró", quase.

Kruzes Kanhoto, 26.02.14

Abstenho-mede especular acerca dos malabarismos que terão sido necessáriospara fazer com que o canito arreasse o calhau em cima do pilarete.Prefiro, antes, realçar a imaginação do artista javardola.Artista, reitero, porque pôr o cão a cagar em locais improváveispode constituir uma nova tendência de arte urbana e, quiçá,revelar-se como um factor de atracção turística. Fica a sugestão. 

O fim das promoções

Kruzes Kanhoto, 25.02.14
Háquem tenha o topete de catalogar este governo de neo-liberal, liberalou, até mesmo, como ultra-liberal. Não estou a ver porquê. E a leianti-promoções, de que hoje se fala, está aí para o demonstrar.De facto não lembra a ninguém, muito menos devia lembrar a genteque alega defender a economia de mercado, que se condicionem destaforma os negócios entre particulares. Com a agravante, no caso, deprejudicar os consumidores no imediato e os produtores nacionais, quealegadamente se pretende proteger e que terão estado na origem dalegislação, num prazo não muito distante.
Quemesteja atento e aguarde que os produtos - aqueles que habitualmenteconsome, naturalmente - estejam em promoção numa das muitassuperfícies comerciais pode poupar mensalmente algumas dezenas deeuros. Pelo menos até agora. O que, presumo, não agrade a quem nosgoverna. De facto eles têm-se esforçado tanto por nos limitar opoder de compra, reduzir o consumo, deixar-nos com menos dinheiro naalgibeira e, depois, o pagode troca-lhes as voltas, poupa uns trocose minimiza as medidas que deram tanto trabalho a engendrar?!Estava-se mesmo a ver que tinha de sair uma leizinha qualquer aacabar com o regabofe.
Comohabitual cliente das promoções espero que também esta lei nãoseja para cumprir. Ou que lhe dêem a volta, como habilmente osportugueses fazem em quase todas as circunstâncias. 

Não sejam piegas!

Kruzes Kanhoto, 24.02.14
Não compreendo a indignação causada pelas declarações de vários fulanos ligados ao PSD sustentando que, apesar de os portugueses viverem hoje pior do que viviam antes da vinda da troika, o país está melhor do que estava. Obviamente que está melhor. E podia estar ainda muito melhor. Bastava para isso que os velhos não insistissem em não falecer, que os doentes fossem menos mariquinhas e deixassem de acorrer aos hospitais e que os funcionários públicos se suicidassem. Também ajudava um bocadinho se os jovens e os desempregados que ainda por cá estão, saíssem da sua zona de conforto e se fizessem à life. Para a Alemanha, para a China ou para outro sitio qualquer onde não aborreçam. Mas não. Toda esta cambada insiste em não colaborar com o esforço patriótico do governo. Com um povo destes é, convenhamos, difícil fazer melhor.
Já a outra parte, a de que os portugueses estão pior, não sei se concorde. Talvez não. Se estão não se nota muito. O popó – refiro-me, naturalmente, aos pequenos percursos - ainda não foi trocado pela bicicleta ou pela deslocação a pé, os hábitos de consumo não aparentam uma mudança significativa e os gastos, públicos e privados, em itens não essenciais continuam a iguais ao que eram antes. Até mesmo a poupança – veja-se o caso das facturas e a sua dedução em IRS – é desprezada. Isto para não falar dos concertos, das festarolas ou dos carnavais que continuam como se nada fosse. E, se calhar, ainda bem. Mas depois não sejam piegas...  

Coisas que me fazem espécie

Kruzes Kanhoto, 22.02.14
Faz-me confusão – espécie, como diria a minha avó – a maneira como os portugueses devoram toda a qualidade de palha que lhe põem na gamela. Que é como quem diz, não questionam as parvoíces que são veiculadas pela comunicação social ou por aqueles que têm interesse em levar as pessoas a acreditar em determinadas narrativas.
Vejam-se dois exemplos recentes. Os Tordos, primeiro. O Tordo mais velho levantou voo em direcção a paragens mais quentes e prósperas, fez questão que toda a gente soubesse e tentou fazer disso um caso politico. O mais novo tratou de escrever uma carta de despedida e, talvez ultrapassado pelas circunstâncias, quando deu por ele havia uma legião de parolos a partilhar a dita missiva. Gente que, motivada pelos alegados factos que não se deram ao trabalho de confirmar se eram ou não verdadeiros, desatou a vomitar disparates.
O segundo tem a ver com a capa de ontem do Correio da Manhã. Escreve o tablóide, em letras garrafais, que serão cinquenta e seis os reformados que auferem mais de dezasseis mil euros de pensão por mês. Levando-nos querer que isso constituiria um grande problema para a segurança social. Logo abaixo, em letras muitíssimo mais pequenas, escreve que dois milhões de pensionistas receberão a pensão mínima. Trezentos e sessenta e quatro euros cada um. Logo, como seria de esperar, os ânimos se exaltaram. Há que acabar com as pensões milionárias e aumentar as mínimas, proclamava-se enquanto se ia partilhando a indignação.
Em ambos os casos, os jornalistas e os indignados, esqueceram-se de fazer contas. Daquelas fáceis. De multiplicar. De merceeiro, vá. Se o fizerem vão ver, no tema das reformas, de que lado é que está o problema. Ou, quanto ao cantante, que a historieta está muito mal contada. É muito mais fácil engolir a palha toda, mandar umas bacoradas e voltar à vidinha como se nada fosse. O tuga no seu melhor, portanto, para quem pensar e fazer contas são coisas que ultrapassam o limite do aborrecimento. 

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