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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Excesso populacional ao nível da passarada

Kruzes Kanhoto, 30.12.13
Àsemelhança do que acontece em muitas outras cidades, também Estremoz estáinfestada de pombos. Danificam monumentos, sujam edifícios, transmitem doençase são, reconhecidamente, uma verdadeira praga urbana. Nada disso impede quemuita gente, nomeadamente as dezenas de velhotes que passam os seus dias àvolta do Rossio, os alimente e contribua com essa atitude inconsciente para asua proliferação.
Nãoespero – não sou tão ingénuo quanto isso – que uma campanha de sensibilização juntodas pessoas que dão comida aos pássaros produza algum efeito. Duvido até quehaja quem a queira fazer. Isso só contribuiria para aborrecer as pessoinhas.Coisa que, obviamente, não queremos. Mas lá que convinha tomar uma medida qualquerparece-me por demais evidente. Assim, sei lá, tipo dar a pílula às pombas edistribuir preservativos aos pombos, ou isso.

O defensor de reformados ricos que se está nas tintas para trabalhadores pobres

Kruzes Kanhoto, 29.12.13
Cavacopertence aquela espécie de criaturas desagradáveis que, segundo opróprio, nunca se enganam e raramente têm dúvidas. Alia a essacaracterística, já de si irritante, uma outra ainda pior. Aparentaser um daqueles decisores, como muitos que abundam nos lugares dedecisão, que está “ali” essencialmente preocupado com o “seu”.Apenas isso pode explicar a sua incessante e imensa preocupação comos cortes nas pensões e, simultaneamente, o desprezo com que olhapara tesouradas muito maiores nos rendimentos e apoios sociais dequem trabalha.
Talcomo se esperava o homem não teve dúvidas quanto àconstitucionalidade do corte nos vencimentos na função pública.Nem, diga-se, esta medida tem merecido destaque significativo juntoda comunicação social, analistas políticos, politólogos em geral,sindicatos ou até mesmo da oposição ao governo. Contrariamente,por exemplo, do que aconteceu com as TSU's. A dos pensionistas e aoutra. Mas, bem vistas as coisas, o roubo agora é muito maior, jáque a redução prevista no OE vai até aos doze por cento, enquantoantes se ficava pelos sete. Só que como é aos funcionáriospúblicos não faz mal. Desta vez ninguém se importa que o dinheirová para as empresas, os bancos e para os municípios que algunsmalucos trataram de arruinar. 

A couve (que podia ser) da crise

Kruzes Kanhoto, 28.12.13


Ofuturo desta couve não deverá ser longo. O mais provável é nemchegar à panela. Dificilmente contribuirá para um caldo verde ou umcozido. Também ninguém a mandou nascer num dos lugares maisimprováveis para o efeito. Mas, já que ali está, vai ter o mesmotratamento das suas congéneres – as couves da crise - que crescemno sitio certo. É que no meu quintal todas as couves são iguais.Não há cá discriminações.

Consequências de um belo dia de inverno

Kruzes Kanhoto, 26.12.13

Ao contrário do que aconteceu por outras paragens, por cá o temporal não causou estragos de maior. Uns ramos de árvores no chão e uma barraquita de venda de flores deitada abaixo eram os estragos mais visíveis ontem no centro da cidade.
Os telejornais exibiram por estes dias diversas reportagens dando conta das consequências do mau tempo que se fez sentir na quadra natalícia um pouco por toda a Europa. Numa delas, a dada altura, via-se um avião de pequeno porte que, alegadamente – digo eu, que isto nestas coisas convém não nos precipitarmos a atribuir culpas - teria sido virado pela forte ventania. Estava, proclamava o jornalista de serviço, de pernas para o ar. Ou, garantia-se noutro canal, de cabeça para baixo.
Esta retórica trouxe-me à memória o excerto de uma acta – documento público, portanto – de uma determinada reunião de certa Câmara, onde se escreveu, a propósito de uma situação que não vem ao caso, que as carrinhas do município em questão dormiam no respectivo parque de máquinas. Apesar de sobre esta tirada terem já passado, seguramente, perto de vinte anos ainda hoje está por esclarecer se entre elas existiria alguma que ressonasse, sofresse de insónias, sonambulismo ou qualquer outra perturbação do sono.  

Uma crise muito peculiar

Kruzes Kanhoto, 25.12.13

Um estrangeiro que cheguepela primeira vez a Portugal terá alguma dificuldade em acreditar que o paísesteja a atravessar uma crise como aquela que a comunicação social internacionalvai pintando. Centros comerciais à pinha, gente a comprar como se não houvesseamanhã e as últimas novidades em material informático e electrónico no topo dasaquisições natalícias, farão qualquer um duvidar que os portugueses estejam aser vítimas de algum tipo de austeridade. Se calhar o outro é que tinha razão.Parece que, se for necessário, o pagode ainda aguenta mais um aperto. Ou dois.Ai aguenta, aguenta.  

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