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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Sites com as contas escondidas e a cultura à mostra

Kruzes Kanhoto, 29.03.13

Isto de procurarinformação de carácter financeiro no site de muitos municípiosrevela-se uma tarefa bastante complicada. Até parece que têm algumacoisa a esconder ou que lhes desagrada que os contribuintes tenhamacesso a uma informação que, por força da lei, deve estaracessível ao público. Acha-lá, no entanto, nem sempre é fácil.Presumo que – nem todos, é bom de salientar – sigam o estratagema que um autarca sugeriu, num determinado local que agoranão vem ao caso nem eu vou revelar que se tratava de uma reunião dedivulgação da lei dos compromissos, que consistia em esconder tudotão bem escondido que quem lá quisesse meter o nariz desistisseantes de ver fosse o que fosse.
Vá lá saber-se porquê, o mesmo não sucede relativamente à divulgação daquilo a quechamam actividades culturais. Essas merecem lugar de destaque nosrespectivos sites e em tudo o que é lugar para onde qualquer cidadãoseja obrigado a olhar. Desde a televisão aos sinais de trânsito.Compreende-se. As festarolas sempre deram mais votos do que a boagestão. 

Também tu, Sócrates?!

Kruzes Kanhoto, 28.03.13

Como escrevianteriormente poucas coisas me podiam interessar menos do quer queseja que tenha para dizer o suposto engenheiro e ex-dirigentepolitico que ontem foi entrevistado na televisão. O estado do paísfala por ele. Retenho apenas uma frase que, segundo os muitosrescaldos que têm sido feitos e a que estou com manifestasdificuldades em fugir, o homem terá proferido: “Quando deixeide ser primeiro-ministro pedi um empréstimo ao meu banco para,durante um ano, ir estudar para Paris”. Ora, a ser verdade –e quem somos nós simples mortais para duvidar do honestíssimocidadão – estaremos perante mais um caso de alguém que,manifestamente, viverá acima das suas possibilidades. Um endividado, portanto. Mais uma ouduas entrevistas e ainda há-de jurar que as fatiotas eram alugadase que teve de pedir um crédito à Cofidis para equipar a cozinha.

Vamos lá registar a facturazinha...

Kruzes Kanhoto, 27.03.13
Nem é preciso procurarmuito para encontrar – na Internet e no mundo real – genteindignada com aquilo a que chamam novas regras de facturação. Aindaestou, confesso a minha ignorância, para saber porquê. Parece-me, amenos que ande distraído, que pouco ou quase nada mudou na lei quesuscite tanta irritação ou que implique uma alteração radical nodia a dia do cidadão comum. Quem vende um bem ou presta um serviçotem de passar factura e quem o compra, caso o vendedor ou prestadorde serviços não o faça, tem obrigação de pedi-la. Nada que nãofosse já assim nem que constitua motivo para dúvidas.
Há quem se orgulhe,até, de recusar liminarmente que lhe seja passada factura. Se calharserá gajo para, também, se lamentar da elevada carga fiscal que lheincide sobre o magro ordenado. Ou mesmo refilar dos comerciantes que,lá no colégio do filho, pagam uma mensalidade muito menor do queele. Está, agora, nas mãos de todos evitar que esse Estado decoisas, embora não acabe, seja combatido. Todos, ainda que pensemosque não, ganhamos alguma coisa com isso. Se mais não for, termospelo menos a certeza que o dinheiro que pagámos de imposto sobre oconsumo não fica no bolso do comerciante.
Segundo os últimosdados são mais que muitas as “empresas” que nunca tinham emitidouma factura. Serão também algumas as que, passando, não incluem norespectivo ficheiro - o tal SAF-T – a totalidade da facturação. Épara isso que existe a possibilidade, de uma forma simples eintuitiva, ser o próprio contribuinte a fazê-lo. Tal como acabeide fazer relativamente a uma factura em que suportei mais decinquenta euros de iva e que, apesar do comerciante já ter carregadoo ficheiro do mês em que efectuei a compra, não constava na listadas minhas aquisições registadas no e-fatura. Temos pena. Contassão contas e se o valor do IVA não era para entregar ao Estadoentão tivesse-me feito o desconto correspondente. 


...E orgulham-se disso!

Kruzes Kanhoto, 26.03.13

Nos últimos diastêm-se sucedido as noticias de Câmaras Municipais e Juntas deFreguesia que, de forma gratuita, disponibilizam os seus serviçospara preenchimento da declaração de IRS aos eleitoresresidentes na sua área de circunscrição. Das duas uma: Ou nãosabem o que hão-de dar a fazer ao pessoal que têm ao serviço ou,razão tão plausível como a primeira, ainda não ouviram falar decrise, desemprego, falta de oportunidades ou concorrência desleal.Embora uma terceira hipótese não seja igualmente de descartar:Agradar ao eleitorado mais velhote para ir garantindo a reeleição.
Discordo em absolutoque as autarquias prestem este e outro tipo de serviço. Ainda sou dotempo em que era exigido, para tudo e para nada, o execrável “papelselado”. Nessa altura, com uma taxa de analfabetismo muito superiorà actual, os funcionários estavam terminantemente proibidos defazer qualquer requerimento aos contribuintes. Ainda que estes nãosoubessem ler nem escrever. Para isso existiam por perto derepartições de finanças, tribunais ou câmaras municipais, pessoasque ganhavam a vida a tratar destas burocracias.
Era aquilo a que hojese chama iniciativa. Empreendedorismo, vá. Em escalanano-mini-micro, admito. Que, dizem, é necessário estimular.Conversa fiada, como se vê. Se algum jovem quiser, por estes dias“montar barraca” a preencher declarações de IRS a quem nãosabe ou não tem paciência para papeladas estará condenado aoinsucesso. Verdade que não ganharia muito mas, para quem não tememprego e lhe sobra o tempo, uma centenas de euros dariam algumjeito. Mas isso é coisa que um caçador de votos não entende. 

Que o Sporting nos continue a dar muitas alegrias...

Kruzes Kanhoto, 25.03.13

O Sporting tem um novopresidente. Será, provavelmente, mais um dos muitos a cair emdesgraça pouco tempo depois de a sua eleição ser celebrada deforma apoteótica. A instituição estará praticamente falida, frutode décadas de péssima gestão desportiva e de desvalorizaçãocontinua de activos, pelo que apenas um milagre pode colocar de novoo clube em condições de, nos próximos anos, chegar perto doslugares cimeiros da Liga portuguesa. Inverter esta situação seráuma tarefa ciclópica na qual o novo lagarto-mor dificilmente, esteou qualquer outro, terá sucesso.
Reconheça-se noentanto que o homem agora eleito parece revelar uma visão para a coisabastante superior à dos seus antecessores. Integrar na sua lista otreinador do Moreirense é uma jogada ao nível de génio.Enfraquecer os adversários, indo buscar o treinador de um rivaldirecto na luta pela manutenção - que para mais ainda terá de sedeslocar a Alvalade – afigura-se uma boa estratégia que nãolembrava a todos. Comparado com isto, contratar jogadores dosadversários em véspera de jogo é coisa de meninos.


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