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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Estes gajos têm um trauma com os funcionários públicos...

Kruzes Kanhoto, 20.11.12
Daenfadonha conferência de imprensa do ministro das finanças fica aperspectiva de, no tocante aos funcionários públicos, mais umataque àquilo que uns quantos badamecos – com tanto de invejosocomo de ignorante – apelidam de direitos adquiridos ou, noutrosdias, privilégios inqualificáveis.
Umadas medidas que ficou a pairar foi a intenção de aumentar a cargahorária dos trabalhadores da função pública para quarenta horassemanais. O que não me parece desapropriado uma vez que esse é ohorário praticado pela generalidade de quem trabalha no sectorprivado. Como é possível constatar no arquivo do Kruzes, defendoesta ideia há muito tempo. Lamento apenas que estes idiotas que nosgovernam sejam incapazes de definir um rumo para o país e nãotenham, em lugar de roubar salários, começado exactamente por aí.
Paralá do lado moral – que, como referi, se afigura por demaisevidente – esta medida a concretizar-se irá ter efeitosperniciosos que, receio, não estejam a ser equacionados. Primeiroporque a produtividade que se pretenderá alcançar, dado o actualestado de espírito reinante entre os funcionários públicos,dificilmente será conseguida. Depois porque o aumento da jornada detrabalho implicará um aumento de custos, os tais consumosintermédios, nomeadamente energia e seguros. Finalmente, porque seráexpectável a redução do intervalo para almoço ou até adopçãoda jornada contínua, veremos o impacto desta alteração nos cafés,restaurantes ou pastelarias que se situam nas imediações dosorganismos públicos. Nomeadamente nos centros urbanos de maiordimensão onde muitos, na impossibilidade de – como eu – iralmoçar a casa, ainda conseguem ter dinheiro para comer uma sopinhae um croquete na espelunca mais próxima.
Anunciam-setambém mexidas na ADSE. Mas quanto a isso nem vou perder mais tempoa comentar. Alguém que acha que vai conseguir poupanças com a suaextinção nem merece resposta. De tão estúpida que é a ideia.

Quem paga a limpeza?

Kruzes Kanhoto, 19.11.12

Continuoa achar que a existência em profusão de merda de cão nas ruas dasnossas cidades é, claramente, revelador da má formação cívicados moradores que possuem um canito como animal de estimação. Aindaassim não deixo de, também, responsabilizar por esta pouca-vergonhatodos aqueles que, a qualquer nível, têm algum tipo deresponsabilidade na gestão da coisa pública. Taxas mais elevadaspelo licenciamento de canideos, adequada fiscalização da legalidadedo animal e aplicação de coimas em conformidade, seriam algumas das medidas mais fáceis de implementar e que teriam comoconsequência a diminuição da população canina e, por forçadisso, a existência de dejectos na via pública.
Masnaturalmente ninguém usará o poder de que foi investido para mexeruma palha. Nesta como noutras coisas o melhor é não levantar ondas.Fingir que não passa nada. Os porcos são mais do que muitos etambém votam. Daí que aborrecê-los com minudências de que maistarde, na altura do voto, venham à memória é coisa de tododesaconselhável.


Mas esta gente julga que somos parvos?!

Kruzes Kanhoto, 17.11.12

Dasmuitas propostas de alteração ao orçamento de Estado para 2013 háuma de que gosto particularmente. Aquela - da autoria dos partidos da coligação - que altera a data depagamento do IMI. O tal imposto que mais não é do que uma renda quecada um dos que compraram casa tem de pagar ao respectivo Município.Pois parece que o pagamento do dito imposto, em lugar de ocorrer –como até agora - em Abril e Setembro, vai passar para Abril eNovembro.
Longede mim sequer imaginar que esta mudança possa ter a ver com o factodas eleições autárquicas se realizarem em Outubro. Eu era lácapaz de insinuar que aquela malta pretende fazer de nós parvos.Nada disso! Eles pensaram apenas no nosso bem estar. Em Setembromuitos ainda estão de férias e, portanto, sem tempo paraligar a essas minudências. Depois há o regresso às aulas e osencargos associados. Assim sendo nada melhor que adiar o pagamento doIMI para depois das eleições dessas preocupações. Quem éamiguinho, quem é? O PSD e o CDS, pois então...

Aiiiii...róbaram mi burro!

Kruzes Kanhoto, 17.11.12

Estesanimais passeavam-se tranquilamente um destes dias pela zonaindustrial de uma cidade vizinha. Diz – não sei se verdade – queserá prática mais ou menos corrente. Tudo indica que serãopropriedade de uns cavalheiros que residem numa espécie de bairro situado em terreno contiguo ou dos seus compinchas que, de vez emquando, vão montando acampamento na dita zona residencial.
Acreditoque, atendendo ao volume de transito no local, a circulação destabicharada possa não causar males maiores. Os donos causarão,provavelmente, mais estragos. É também por coisas como esta que, aocontrário do que alguns pretendem, considero a actuação que osresponsáveis cá do burgo têm tido desde sempre quanto a estamatéria, como altamente sensata. Quem quiser “casinhas”, dequalquer espécie, que as compre. Ou arrende. Ou, melhor ainda,vá-se embora.

PAEL fofinho

Kruzes Kanhoto, 16.11.12

Maisde oitenta municípios assinaram hoje com o governo um contrato deempréstimo que vai permitir às autarquias aderentes saldar asdividas mais antigas. É o denominado PAEL - Programa de Apoio àEconomia Local – que, na sua versão fofinha, quase não temobrigações para as câmaras que a ele recorrem. Excepto, claro,aquela parte chata, aborrecida e desagradável que envolve o seureembolso. O pagamento das prestações. Vinte e oito, no total. Ouseja, os juros e a amortização do empréstimo a saírem das contasmunicipais a cada seis meses durante catorze anos.
Trata-sede uma operação financeira que vai trocar divida de curto prazo pordivida a médio e longo prazo. O endividamento total fica na mesma –a divida à financeira cresce em igual montante da diminuição dadivida comercial – e portanto, assim à primeira vista, a adesão aesta medida do governo pode, a alguns, parecer uma boa opção degestão. A mim, substituir uma divida por outra nunca me pareceu boaideia. Trata-se, mal-comparado, de pedir emprestado ao amigoporreiraço para pagar ao gajo lixado que leva o tempo a moer ojuízo.
Pretende-secom o PAEL colocar o “contador” das dividas a zero e começar umavida nova. E é precisamente aqui que começa o meu cepticismo. Nãoacredito que quem sempre viveu a construir divida – a estrutura dasautarquias e os autarcas em geral – sejam capazes ou, sequer,queiram mudar de vida. De hoje a um ano, mil milhões de euros e umacto eleitoral depois, a maioria das autarquias que hoje assinou oprograma e as que dentro de dias irão assinar vão estar,seguramente, mais endividadas. Algumas, talvez, até incapazes decumprir as obrigações para com a banca. Mas isto sou a profetizar,porque se calhar muitas até conseguirão obter descontos de prontopagamento...