Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Prevaricar sai mais caro...

Kruzes Kanhoto, 31.08.12



Apesar da entrada fechadaa cadeado, do aviso de que o acesso ao espaço é expressamente proibido apessoas estranhas ao município e que a deposição de lixo no local não étolerada, ainda assim, nada parece demover quem, à socapa, se pretende livrar deresíduos indesejáveis. Dada a distância a que fotografia foi obtida -  do lado defora da cerca como é perfeitamente visível -  poderá não ser possível confirmar, mas,garanto, pneus, colchões e restos de automóveis são alguns objectosidentificáveis para quem passa no caminho que ladeia a propriedade municipal.
Será necessária umaelevada dose de descaramento, ignorância e parvoíce para efectuar despejos de resíduosdesta natureza e nestas circunstâncias. Nomeadamente quando o município dispõe deum serviço de recolha completamente gratuito e no concelho existe um ecocentrovocacionado para a recepção dos mesmos. Logo, para além de ilegal, sairásubstancialmente mais caro e dará muito mais trabalho carregar com o lixo atéeste descampado.

RTP a dar lucro? Só se for no facebook...

Kruzes Kanhoto, 30.08.12

Garantiam-nos ainda hápouco tempo que a RTP custava um milhão de euros por dia aos portugueses. Onúmero assustava, não faltando quem contra ele proclamasse a sua indignaçãoexigindo que se fizesse qualquer coisa que aliviasse desse fardo os pagantes deimpostos. Entretanto uma qualquer espécie de milagre, daqueles que com umaadmirável frequência acontecem por cá, deve ter acontecido e, para a mesmíssimaRTP, está anunciado um lucro de vinte milhões a verificar-se já no próximo exercício.Fabulástico. Algo melhor que fabuloso e para lá de fantástico.
Face a esta habilidadepara torturar os números, começo a ter esperança que sairemos em breve dacrise. O mesmo princípio, seja ele qual for, talvez possa ser aplicado ao país.Assessores, consultores, malta do facebook em geral, esforce-se lá mais um bocadinhoe vão ver que conseguem transformar o nosso défice num vistoso superavit.

Violadores

Kruzes Kanhoto, 29.08.12

É provável que na sequênciade mais uma inspecção da troika à maneira como nos estamos a comportar emmatéria de cumprimento dos objectivos que acordámos cumprir sejamosconfrontados com mais medidas de austeridade. E é muito bem feito.  Andamos mesmo a pedi-las. Veja-se, apenas umentre muitos outros, o exemplo daquela autarquia que, deliberadamente, assumiuviolar a lei dos compromissos. A tal que, recorde-se, determina que osorganismos públicos apenas gastem até ao limite do que podem pagar nos noventadias seguintes e que, saliente-se igualmente, está enquanto princípio incluída noacordo de financiamento ao país.
Pode, naturalmente,discordar-se da dita lei. Podem os motivos para ultrapassar os seus limitesserem muito nobres. Curiosamente, no caso e sempre que os autarcas a contestam,estão em causa o fornecimento das refeições e transportes escolares. Nunca, não menos curiosamente, as despesas com festarolas,assessorias manhosas ou obras de utilidade duvidosa. Ainda assim é lei e,portanto, para cumprir. Nem que as criancinhas levem o almoço de casa e tenhamde ser levadas para a escola pelos pais. O que, diga-se, não me parece nada dooutro mundo. Bem pelo contrário. Certamente não faltarão municípios que vão imitarLeiria e decidir não cumprir a lei. Coisa aparentemente de herói e que decerteza cairá bem entre os seus eleitores. Nós, portugueses, cá estaremos parapagar a conta.
Argumentam os autarcas,como justificação para o seu espírito esbanjador, que o contributo dasautarquias para o défice não é mais do que umas décimas do seu valor. Talvez.Contudo a divida declarada do conjunto das autarquias ronda os dez mil milhõesde euros. Declarada, sublinho. Cinco anos de subsidio de férias e de natal,portanto.

Festas populares

Kruzes Kanhoto, 27.08.12

Nada tenho a obstar àrealização das tradicionais festas populares. Desde que sejam os populares quedelas usufruem a pagá-las. E, também, desde que não me incomodem. O pior é quea primeira condição raramente se cumpre e a segunda, com preocupantefrequência, também não. É que, apesar das autarquias portuguesas estarem paralá de falidas e com as finanças absolutamente rebentadas, são larguíssimos milhõesque se estouram em festividades de norte a sul do país. Para gáudio de muitosinconscientes e benefício de uns quantos que fazem profissão destas coisas.
A minha irritabilidadeatinge níveis pouco habituais quando, a meio de uma viagem, chegado a umalocalidade em festa e ainda a fazer contas a quanto é que aquilo pode tercustado em subsídios de férias e de natal, me deparo com a estrada nacional queatravessa a aldeola fechada ao trânsito. Para que os eleitores popularesdesfrutem da festinha descansados em trezentos metros de alcatrão, os incautos automobilistassão forçados a um desvio de meia dúzia de quilómetros por caminhos de cabras. Eisto – pasme-se - num Domingo, ao fim da tarde, quando o trânsito de regresso aLisboa tem uma intensidade bastante apreciável por, entre outras coisas, setratar de um acesso à ponte Vasco da Gama.
Reitero a minha simpatiapor este tipo de eventos de carácter popular. Revelam, se organizadosexclusivamente pelas comissões de festas, uma salutar vitalidade das aldeias,vilas e cidades que as organizam. Ou uma ingerência doentia naquilo quepertence à chamada sociedade civil quando é o poder politico a fazê-lo. Jácortar uma das mais movimentadas estradas nacionais, para mais em hora degrande intensidade de trânsito, é, para ser simpático, um bocado parvo.  

Animais pouco estimáveis

Kruzes Kanhoto, 25.08.12

Tenho manifestadificuldade em perceber o que motiva alguém a ter cães dentro da própria casa ea coabitar com eles. Partilhar a habitação com animais parece-me algo assim aatirar, digamos, para o javardote. Cada coisa no seu lugar e, queiramos ou não,o lugar de um animal não é em casa. Pior ainda quando se trata de espaços exíguos,nomeadamente apartamentos ou vivendas sem logradouros, como acontecefrequentemente nas cidades.
Tratando-se de raçasperigosas, então, entramos já no domínio do deficit intelectual. Por maisrazões que possam invocar nada justifica a posse de animais desse tipo.Legalizados ou não, mais ou menos obedientes, melhor ou pior treinados,constituem sempre uma ameaça para os outros cidadãos. E, convenhamos, todostemos o direito à nossa tranquilidade sem nos estarmos a preocupar com a feraque algum deficiente mental resolveu adoptar como amiguinho de estimação.
 A recente sequência de acontecimentostrágicos, inclusivamente com várias mortes, vem evidenciar – como se tal aindafosse necessário – a urgente tomada de medidas para erradicar dos meios urbanoseste tipo de bicho. Mas, se calhar, tudo tem de começar pelas pessoas.Nomeadamente estabelecendo regras rígidas, em cada condomínio, que não permitama permanência destes animais no interior dos prédios. Depois, exigir que ogoverno legisle no mesmo sentido relativamente aos espaços públicos. Por mim,prefiro um fumador na mesa ao lado dentro de um café do que partilhar umaesplanada com um cão destas espécies. Mas isso sou eu, que devo ser dos poucos aachar que realmente importante é proteger as pessoas.

Pág. 1/4