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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Um dia o resort virá abaixo...

Kruzes Kanhoto, 30.09.09
Sempre que escrevo acerca do resort das Quintinhas despoleto a ira de uns quantos visitantes que não se coíbem de manifestar a sua indignação e intolerância perante as posições por mim expressas acerca do assunto. Embora, diga-se, goste de receber por aqui gente indignada e intolerante não é por isso que hoje volto ao tema. É apenas porque me apetece.
Para este local está prevista a construção de um lar de terceira idade, no terreno delimitado pela vedação, do quartel da Guarda Nacional Republica e, provavelmente, passará também por ali uma futura ligação à zona industrial. Estes investimentos aliados à magnifica localização do terreno, situado junto a uma zona comercial, perto do acesso ao IP2, a curta distância do centro da cidade e de equipamentos como o centro de saúde, escolas e parque desportivo, farão com certeza disparar o seu valor podendo proporcionar ao Município e aos proprietários dos terrenos vizinhos igualmente prejudicados pela existência do resort, um significativo encaixe financeiro ou, se não for essa a opção, a utilização para outra qualquer finalidade que contribua para elevar a qualidade de vida dos habitantes de Estremoz ou para a elevação da riqueza produzida no concelho.
Por esta altura já alguns, poucos reconheça-se, espumarão de raiva enquanto se interrogam quanto ao destino a dar aos que por ali resolveram construir a sua habitação, armazém ou sede do seu negócio. Sinto-me tentado a dizer que não se faria nada e que cada um fosse à sua vida. Mas não o farei. Existem muitos edifícios devolutos dentro da cidade que serviriam na perfeição para acolher aqueles residentes e que os actuais proprietários seguramente não se importariam de vender a preços mais ou menos em conta. Quase ao preço de um Audi...

Semasiologia...

Kruzes Kanhoto, 28.09.09
Apesar de ter feito a tropa - Paulo Portas apenas haveria de ser Ministro da Defesa e desobrigar os jovens portugueses dessa tortura que era o serviço militar obrigatório vinte anos mais tarde – sempre detestei armas, nunca suportei comportamentos militaristas e ainda hoje detesto alguma linguagem mais belicista que de vez em quando é empregue mesmo em situações que pouco tem a ver com a “arte” da guerra.
Claro que também não sou nenhum pacifista. Pelo menos daqueles que, entre um e outro charro, espatifam montras ou correm policias à pedrada nas cidades onde se realizam as cimeiras do G8, do G20 ou de outra coisa qualquer que envolva lideres políticos ocidentais. Que, como se sabe, são os grandes responsáveis por tudo o que de mau acontece no planeta.
Defendo, isso sim, que algumas expressões que envolvem um potencial conteúdo bélico deviam ser eliminadas do nosso vocabulário. “Contar espingardas” é uma delas. Usa-se quando alguém, ou uma organização, pretende conhecer os apoios de que dispõe e com que pode contar numa qualquer disputa. Reparem como evitei usar as palavras batalha, peleja ou contenda e façam-me o favor de não me recordar que quem disputa não mede bem as palavras...
É por isso que faço questão de saudar as forças politicas que ultimamente tem organizado almoços, jantares, lanches, ceias ou seja lá o que for que envolva comezaina. Por mais discussão que o numero de comensais presentes em cada um dos repastos suscite entre os apaniguados, pelo menos num aspecto estamos já a dar uma lição ao mundo. Por cá não se contam espingardas. Fazemos algo de muito mais saudável, civilizado e que, ou muito me engano, ficará na história. Contamos talheres.

Euforia socialista

Kruzes Kanhoto, 27.09.09
Afinal, tendo em conta as projecções de resultados eleitorais avançadas pelas diversas televisões e as reacções eufóricas a que assistimos, pode concluir-se facilmente e sem qualquer margem para erro que até os militantes, apoiantes e dirigentes do partido socialista estavam fartos da maioria absoluta agora, tudo o indica, morta e enterrada.
Festeje-se pois - e os socialistas já o estão fazer - o fim da maioria absoluta.

Apaixonado(a) anónimo(a)

Kruzes Kanhoto, 27.09.09
Na paisagem urbana os contentores de resíduos sólidos indiferenciados são bastante procurados para fazer passar as mais diversas mensagens. Cartazes a anunciar grandiosas corridas de touros, propaganda partidária e publicidade a bruxos capazes de operar milagres daqueles verdadeiramente milagrosos, de tudo é possível encontrar colado a estes objectos.
É-me no entanto difícil imaginar um local mais improvável para escrever uma declaração de amor. Apesar de o amor ser uma cousa muito linda e um sentimento capaz de ultrapassar inúmeras barreiras, não me parece que declara-lo num contentor do lixo seja das atitudes mais românticas. Pior ainda. Esta mania de andar por aí a fazer declarações de amor anónimas é altamente condenável e só revela o baixo nível de quem as faz. Uns palermas é o que é. Quase tanto como os gajos que escrevem em blogues e não assinam por baixo. Ou inventam nomes parvos. Os palhaços.
Mesmo assim espero que a FiFi – ou o FiFi, sabe-se lá – tenha lido, identificado o autor da mensagem, nem que para isso tivesse sido necessário recorrer a sofisticados testes de caligrafia, e correspondido com idêntico ímpeto sentimental. E que vivam felizes para sempre. Ou pelo menos até começarem a reciclar.

Reflexões

Kruzes Kanhoto, 26.09.09
Hoje é dia de reflexão. Reflictamos pois. Não tanto sobre o que se passou nos últimos quinze dias, ao longo dos quais se desenrolou uma campanha desprovida de interesse que para além da má educação de alguns candidatos e apaniguados das forças em presença em nada terá contribuído para alterar o sentido de voto da esmagadora maioria do eleitorado, mas sim acerca do que foram os quatro anos e meio que durou a legislatura.
Reflictamos se, tal como o outro que alegadamente terá acabado os seus dias pregado numa cruz, vamos perdoar o mal que nos fizeram e oferecer a outra face. Reflictamos também na situação profissional que vivíamos há quatro anos e na que vivemos hoje, nos vínculos que então possuíamos e nos que temos agora ou, para não perdermos muito tempo com reflexões, reflictamos apenas se o país em que vivemos é, nesta data, melhor do que era há quatro anos atrás.
Em caso de dúvida, ou de desempate, façamos o nosso exercício reflectivo na companhia das últimas declarações de irs. É capaz de ser esclarecedor para os mais indecisos.

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