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Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Kruzes Kanhoto

Ainda que todos, eu não!

Portugueses felizes

Kruzes Kanhoto, 30.06.09
Um estudo recentemente divulgado assegura que os portugueses estão mais felizes. Mas nem era preciso virem uns quantos estudiosos dizerem-nos isso porque já quase todos o sabíamos. A felicidade está no ar, sente-se em cada esquina e é indesmentível esse sentimento generalizado que percorre a sociedade portuguesa. Para os mais cépticos que ainda manifestem alguma relutância em aceitar este facto inquestionável, aqui ficam algumas imagens de portugueses felizes.

Confusões

Kruzes Kanhoto, 30.06.09
Sinto-me confuso. Baralhado, até. Não sei a quem culpar por ter tropeçado nesta fralda descartável que foi jogada fora em plena placa central do Rossio Marquês de Pombal. Longe de mim culpar uns quaisquer papás orgulhosos do cú que assim caga. Nem tal me passou pela cabeça, garanto. Mais rapidamente culparia uns quantos malandros que não estavam à hora certa, no local exacto e no momento oportuno, prontos para a recolher de imediato. Antes que a mesma caísse no chão, de preferência. Ou então a culpa é minha que não vejo onde ponho os pés.

Pernas para que vos quero

Kruzes Kanhoto, 28.06.09
Os muitos forasteiros que aos sábados de manhã se deslocam a Estremoz contribuem para tornar ainda mais anárquico o estacionamento na cidade. Parece valer tudo para deixar o carrinho uns metros mais próximo do estabelecimento comercial onde se quer comprar qualquer coisa ou do café onde vão molhar o bico. Veja-se este exemplo de desenrascanço, tipicamente tuga, de quem se está nas tintas para o eventual incómodo que possa causar ao proprietário do carro branco que ficou ensanduichado entre os dois espertos. São por estas - e também outras, mas por agora fiquemo-nos apenas por estas – que são cada vez mais os que dizem: “Volta Sandokan que estás perdoado!”
Não faço, ainda, parte desse número mas, não gosto da forma como se abusa do automóvel na nossa cidade. Nem nas outras, embora aí me incomode bastante menos. Ninguém anda a pé – a não ser a passear o cão ou às voltas ao Rossio com a ilusão que isso contribuirá para reduzir o pneu ou as dimensões do rabo – estaciona-se em segunda em segunda fila e tenta-se entrar com o carrinho na loja de pronto-a-vestir, no café ou seja lá onde for.
Sendo esta uma cidade de excelência, seria excelente ver por aí mais pernas de um lado para o outro. E pernas – ainda – não faltam. Pena andarem sempre escondidas dentro de um automóvel. Que, por mais excelente que seja, nunca chegará aos calcanhares de umas pernas de excelência.

Para que serve uma piscina olimpica?

Kruzes Kanhoto, 27.06.09
Piscinas de Vila Viçosa. Campeonato Regional de Clubes das Associações de Natação do Sul e do Interior Centro. Pode até nem ser uma coisa muito importante, daquelas que atraem grande assistência mas, ainda assim, há sempre uma ou duas dúzias de pais – o que por vezes até constitui assistência mais numerosa do que em certos jogos de futebol - que gostam de acompanhar de perto a actividade desportiva dos seus filhos e que marcam presença nas provas em que estes participam.
Pois aqui, de perto, é que não puderam acompanhar. Para o fazer teriam de adquirir o bilhete de “banhista”, despir a fatiota e envergar o fato de banho como qualquer utilizador daquele espaço. Ou, em alternativa, espreitar a prova por entre as arvores, a uma distância considerável, num espaço sem condições situado por baixo dos painéis solares.
Esta é a única piscina olímpica da zona dos mármores. No entanto quem a gere parece não saber – ou não querer - tirar grande partido disso porque se para o público as condições são as que descrevi, para os atletas também não são melhores. Repare-se, por exemplo, no fantástico pormenor de as pistas nem sequer terem numeração!

"Obrar"

Kruzes Kanhoto, 26.06.09
Ainda estou em estado de choque com a notícia de mais um escândalo nacional revelada hoje ao país pela TVI. A intenção do governo avançar com a construção de uma terceira auto estrada a ligar Lisboa e o Porto!!!! Na actual alternativa à A1 circulam, segundo as contas da estação televisiva, o impressionante número de quatrocentas e quarenta viaturas em cada sessenta minutos. Isto em hora de ponta. Perante tão elevado volume de tráfego é preocupante que até agora ainda ninguém se tenha lembrado da urgência de uma nova via que permita descongestionar esta sobrecarregadíssima auto-estrada. Irresponsáveis! Ainda bem que temos um governo que se empenha em nos deixar, e às gerações futuras, verdadeiramente empenhados.
Já em Estremoz, pelo interior da cidade, junto às escolas, centro de saúde e outros equipamentos públicos passam em alguns períodos do dia, mesmo sem ser em hora de ponta, uma quantidade sensivelmente igual de viaturas. Mas nem isso apressa a construção da variante do IP2 à cidade. Verdade se diga que, neste caso, nem toda a culpa é do actual executivo. No entanto, ao contrário da obra anunciada pela TVI, aqui seriam apenas meia dúzia de quilómetros e o encargo para os cofres do Estado representaria apenas umas míseras migalhas do gigantesco bolo que é o anunciado investimento em vias rodoviárias. Tudo razões mais do que suficientes para que esta obra há muito tivesse saído do papel.
Ainda quanto à anunciada terceira ligação Lisboa-Porto por auto-estrada, espero que nos locais por onde está projectada existam muitas casinhas de novos-ricos urbano-deprimidos que detenham algum poder de influência nos corredores dos centros de decisão. Principalmente casinhas daqueles cujas actividades preferidas são contemplar florezinhas a desabrochar e caçar borboletas.

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